ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil) |
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Ninguém pode ver o Reino
de Deus se não nascer de
novo
A palavra reencarnação
surgiu no século 19, com
o Espiritismo, para
designar o processo de
chegada e retorno do
Espírito, na caminhada
empreendida durante a
sua jornada planetária.
Esse processo de
nascimento e
renascimento é uma lei
da Natureza. Não é uma
invenção, não é uma
mentira. Mas se é uma
lei da Natureza, por que
tanta polêmica em torno
do tema?
Acontece que até o
século VI depois de
Cristo, todo o
Cristianismo aceitava a
reencarnação que a
cultura ocidental já
proclamava, milênios
antes da era cristã,
fato que norteia os
princípios da Justiça
Divina, pois dá ao homem
a oportunidade de rever
seus erros e recomeçar,
em nova existência, o
trabalho de sua
regeneração.
No ano 553 depois de
Cristo, no Concílio de
Constantinopla, atual
Istambul, na Turquia,
para atender a
exigências do Império
Bizantino, a Igreja
resolveu abolir tal
convicção,
substituindo-a pela
Ressurreição, que
contraria todos os
princípios da Ciência,
pois admite a volta do
ser, por ocasião de um
juízo final, no mesmo
corpo já desintegrado em
todos os seus elementos
constitutivos.
Interessante registrar
que Teodora, esposa do
imperador Justiniano,
escravocrata desumana e
preconceituosa, temia
retornar ao mundo na
pele de uma escrava
negra e por isso
desencadeou forte
pressão sobre o papa
Virgílio, para que fosse
abolida a reencarnação,
como se isso pudesse
modificar uma lei
natural.
A Ciência mostra que é
impossível a um corpo,
estando morto, reviver.
Seria o caso de
perguntar: e a
ressurreição de Lázaro?
Ele não estava morto, e
sim, em estado
cataléptico. O Espírito
de Lázaro ainda se
achava ligado ao corpo.
Diz-se que ele já estava
no sepulcro há quatro
dias, mas há casos de
letargia que duram oito,
ou até mais dias. Quanto
ao fato de dizer-se que
ele cheirava mal, que é
um sinal de
decomposição, pode
acontecer em alguns
casos a decomposição
parcial do corpo, mesmo
antes da morte, exalando
até os odores de
apodrecimento. “A morte
não chega senão quando
os órgãos essenciais à
vida são atacados”,
informa o item 40 do
capítulo XV do livro A
Gênese, de Allan Kardec,
que diz mais: “E quem
podia saber se ele
cheirava mal? É sua irmã
Marta que o diz; mas
como sabia? Lázaro se
achava enterrado há
quatro dias, ela supunha
isso, mas não podia ter
certeza”.
Entre os judeus, somente
os saduceus não
acreditavam na
imortalidade da alma. Os
judeus acreditavam na
reencarnação, com o nome
de ressurreição. Porém,
não tinham ideias claras
a respeito do importante
tema. Por isso é que o
fariseu Nicodemos
procurou Jesus, para
esclarecer-se a
respeito. Da observação
de Jesus: “Nicodemos, és
mestre em Israel e não
sabes dessas cosas?”,
deduz-se que os mestres
de Israel deviam ter
conhecimento do assunto.
Também digna de registro
foi a pergunta dos
discípulos a Jesus:
“Mestre, por que dizem
os escribas que é
preciso que venha Elias
primeiro?”. Jesus lhes
respondeu que Elias já
tinha vindo, mas eles
não o reconheceram.
Então, os discípulos
concluíram que o Mestre
estava falando de João
Batista, que foi a
reencarnação de Elias.
Onde podemos ver
claramente a justiça da
reencarnação é na
própria família. Os
conflitos que surgem aí
são devidos às
diferenças que existem
entre os Espíritos,
devido ao fato de cada
um trazer vivência e
evolução diferentes.
O capítulo XIII de O
Evangelho segundo o
Espiritismo (Que a mão
esquerda não saiba o que
faz a direita) traz
importante comunicação
de irmã Rosália sobre a
caridade material e a
caridade moral. “A
caridade moral consiste
em vos suportardes uns
aos outros, o que menos
fazeis neste mundo
inferior, em que estais
momentaneamente
encarnados”, diz a
mensagem.
Compreendendo a
reencarnação, haveremos
de compreender os nossos
semelhantes e o
comportamento de cada
um, nas várias situações
que a vida oferece.
Se a reencarnação fosse
um erro, Jesus, por
certo, a teria
combatido, como o fez
com várias ideias e
crenças errôneas. A
passagem dos Espíritos
pela vida corpórea é,
pois, necessária, para
que eles possam
realizar, junto com o
elemento material, os
propósitos que Deus lhes
confiou.