Caravana
Meimei
Qual se te
visses em meio
de grande
multidão, da
qual participas,
observa os que
passam,
renteando
contigo na
caminhada.
Natural que te
enterneças, ante
os que se
apresentam
infortunados e
enfermos.
Os tristes e os
fracos, os
cansados e os
esquecidos te
arrancam
melodias de
ternura às
cordas do
coração.
Entretanto, não
silencies essa
música da alma à
frente daqueles
outros que te
pareçam felizes.
Não raro,
indagas a ti
mesmo por que
passam tantos
deles, como se
não enxergassem
o sofrimento dos
semelhantes,
qual se andassem
sob a hipnose do
luxo e do
prazer.
Não te
precipites,
porém, no
espinheiral da
censura.
Abençoa e serve
a todos, tanto
quanto puderes.
Bastas vezes, o
homem que se te
adianta em
caminho, na
posição de
comandante da
fortuna, traz um
cérebro
esfogueado por
aflições que não
conseguirias
suportar; outro,
que se te
afigura
perdulário,
quase sempre é
doente buscando
a fuga de si
próprio; outro
ainda que
avança,
recolhendo
condecorações e
medalhas pelos
recursos que
conseguiu
entesourar,
frequentemente,
é um mendigo de
amor, relegado à
solidão; a
mulher que
enxergaste
ricamente
trajada costuma
ocultar no peito
enorme vaso de
lágrimas que não
conseguem criar;
e aquela outra
que se te revela
por expoente de
beleza e poder,
muitas vezes,
transporta uma
cruz de fel por
dentro do
coração.
Não critiques e
nem apedrejes
criatura alguma.
Na Terra e fora
da Terra,
integramos a
imensa caravana
que se desloca
incessantemente
para diante.
Não reproves
ninguém.
Todos somos
viajores nas
estradas da
vida,
necessitando do
auxílio uns dos
outros e todos
estamos seguindo
com sede de
compreensão e
fome de Deus.
A marcha será
medida pelo
passo do serviço
ao próximo.
Do cap. 4 do
livro
Palavras do
Coração, de
Meimei,
psicografado
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.