JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Diabo, Satanás, Lúcifer,
serpente e dragão não
são demônios
A divisão do
Cristianismo em milhares
de igrejas deve-se à
instituição de doutrinas
polêmicas dogmáticas
pelos teólogos antigos.
A sua primeira grande
divisão ocorreu em 1054,
quando o arcebispo
Cerulário de
Constantinopla fundou a
Igreja Católica Ortodoxa
Oriental. E, no século
XVI, foi a vez da
Reforma Protestante de
Lutero, que rachou de
vez o Cristianismo, mas
contribuiu muito para o
enfraquecimento da
Inquisição. Em seguida,
a Igreja realizou o
Concílio Ecumênico de
Trento (1545 a 1563),
corrigindo alguns de
seus erros.
Na década de 1850,
Kardec, “o bom senso
encarnado”, tornou-se o
mais importante
reformador do
Cristianismo, pois ele
ensinou, de acordo com a
orientação de Espíritos
Santos, o estudo
racional da Bíblia, sem
os erros e abusos das
interpretações literais
e metafóricas, pelo que
o Espiritismo é
considerado o Consolador
prometido por Jesus.
E a Igreja tem as suas
divisões: os
fundamentalistas, os
adeptos da TFP e os
carismáticos.
Geralmente, essas
correntes travam as
ideias inovadoras da
Igreja. Por isso, são
frequentes os seus
conflitos com os padres
e até com bispos. E,
hoje, os carismáticos
estão descobrindo a
mediunidade, pois é
inevitável que haja
entre eles médiuns
especiais, ou seja, os
que imantam (incorporam)
Espíritos. E muitos
deles estão procurando
as casas espíritas para
se esclarecerem sobre os
fenômenos mediúnicos
(espirituais para Paulo)
que ocorrem com eles em
suas reuniões, pois o
dom da mediunidade não
escolhe religiões. Nas
palestras que faço pelo
Brasil afora, tenho
observado essa
frequência de
carismáticos às casas
espíritas. Aliás,
carismático (“carismata”
em grego) significa
também médium.
Os Espíritos
manifestantes são
demônios (“daimones” em
grego) já santos
(evoluídos) ou ainda
maus (atrasados), mas
todos são realmente
humanos e não de outra
categoria de Espíritos,
e menos ainda Deus,
chamado de Espírito
Santo por uma parte dos
cristãos. (1 Coríntios,
capítulos 12, 13 e 14;
Números, 11: 24 a 30;
Salmo, 51:12; 1 João,
4:1; Vulgata Latina e o
Espiritismo). Já diabo,
satanás, dragão etc. não
são Espíritos, mas
símbolos do pecado, do
mal. Não sigamos os
erros de interpretação
bíblicos dos teólogos do
passado. Estudemos a
Bíblia em seus textos
mais antigos anteriores
às doutrinas dogmáticas,
principalmente os em
grego do Novo
Testamento, e em latim
da Vulgata Latina, para
nos certificarmos das
verdades bíblicas, para
podermos difundi-las,
colaborando, assim, para
com a correção de um dos
grandes erros do
Cristianismo que,
inclusive, incrementam o
crescimento dos sem
religião e ateus.
O Apocalipse nos mostra
que, quando João o
escreveu (em 95), o povo
acreditava que Nero
havia voltado à vida em
Domiciano. Mas não se
trata da reencarnação do
Espírito de Nero em
Domiciano, pois esses
dois imperadores romanos
eram contemporâneos.
Domiciano era até mais
velho que Nero. O que
aconteceu é que o
Espírito de Nero, que
morreu primeiro,
obsidiava Domiciano.
Nero, a primeira besta,
morreu, mas voltou à
vida em Domiciano
(Apocalipse 13: 3 e 14).
O próprio São João,
pois, defende esse
princípio espírita de
obsessão ou possessão de
Domiciano pelo demônio
(Espírito humano) de
Nero, e não pelo diabo,
satanás, lúcifer,
serpente ou dragão que,
como vimos, nem se trata
de Espíritos, mas de
símbolos do mal, pecado!