Em carta publicada nesta
mesma edição, a leitora
Lúcia Borges, radicada em
Florianópolis-SC,
pergunta-nos se é correto
realizar rifa ou promoção
semelhante no recinto de um
Centro Espírita.
O assunto já foi tratado nos
editoriais das edições 39 e
74 desta revista. Como foi
dito nos editoriais citados,
o recurso aos
jogos de azar, como rifas e
bingos, para manutenção das
obras assistenciais, sempre
foi associado, em nosso
meio, à influência de
pessoas que migraram do
Catolicismo para o
Espiritismo trazendo consigo
uma natural predisposição
para tais práticas.
De fato, ninguém ignora que
nas festividades católicas,
como as comemorações do Mês
de Maria, sempre foi muito
forte, especialmente nas
comunidades do interior, a
promoção de bingos,
esquecidos todos dos
malefícios inerentes a esse
fato.
No meio espírita,
felizmente, o recurso aos
jogos de azar não é uma
prática frequente. É
provável que os dirigentes
espíritas, em sua maioria,
conheçam a orientação que
André Luiz consignou a
respeito, em seu livro
Conduta Espírita, no
qual afirma ser um equívoco
associar jogos de azar aos
eventos espíritas, mesmo
quando o objetivo seja a
manutenção de obras sociais.
Além disso, rifa e bingo são
atividades ilegais e, por
isso, aqueles que os
promovem podem ser
penalmente responsabilizados
por isso.
Os jogos de azar são, como
sabemos, extremamente
danosos ao ser humano e
podem levar famílias
inteiras à ruína financeira
e, como consequência, a uma
decomposição moral que
ninguém gostaria que
ocorresse a um ente querido.
Algum tempo atrás, na seção
de cartas do jornal
Gazeta do Povo, de
Curitiba, vários casos a
respeito dos malefícios do
bingo foram relatados, a
exemplo desta carta
publicada oportunamente pela
revista VEJA:
“Cumprimento o governo pelo
fechamento dos bingos e
jogos eletrônicos, por
qualquer que seja a razão, e
rezo para que não sejam
reabertos. Trata-se de
extorsão branca, em que os
extorquidos não têm a noção
exata da perda: financeira,
física, psíquica, social e
espiritual. Fico indignado
quando alguns governadores
falam em perda de receita
nesse segmento. Acredito que
existem formas mais dignas
de geração de empregos e de
recursos.
– D.R. (um viciado que já
perdeu muito) – Goiânia,
GO.”
Seria, pois, interessante
que os dirigentes espíritas
da instituição mencionada
por nossa leitora meditassem
seriamente sobre o assunto e
buscassem outras formas de
captação de recursos
financeiros, sem ferir a
lei, como muitos já fazem,
organizando gincanas, festa
do sorvete, almoços
beneficentes, shows
musicais, bazar de roupa,
promoção de pizzas e outros
comestíveis, eventos esses
que, além da geração de
recursos, possibilitam que
muitas pessoas se iniciem no
trabalho voluntário em
benefício da instituição que
frequentam.
 |
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
 |
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|
|