JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil) |
|
Imortalidade
“Até quando
vossos olhos só
alcançarão os
horizontes
marcados pela
morte? Quando,
enfim, vossa
alma quererá
lançar-se além
dos limites do
túmulo? Mas,
ainda que
tivésseis que
sofrer uma vida
inteira, que
seria isso ao
lado da
eternidade de
glória reservada
àquele que
houver suportado
a prova com fé,
amor e
resignação?
Procurai, pois,
a consolação
para os vossos
males no futuro
que Deus vos
prepara, e vós,
os que mais
sofreis,
julgar-vos-eis
os bem
aventurados da
Terra...”.
(Santo
Agostinho, O mal
e o remédio, O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.)
Amor e saudade
caminham juntos.
Quem ama deseja
estar perto do
ser amado. Sem
esperanças, a
saudade
angustia. Com o
Espiritismo, uma
aurora de
esperança e de
consolação
envolveu e
continuará
envolvendo a
humanidade.
Vozes emudecidas
pela morte do
corpo voltaram a
se fazer ouvir e
os Espíritos
retornam para
nos dizer que
não choremos,
que as saudades
acontecerão pelo
amor que sente a
falta do ser
amado, mas que
as separações
são temporárias.
Eles vivem e o
reencontro de
quem ama
acontecerá, pois
o amor é lei
divina e os que
se amam, se
atraem, se
buscam, querem
estar juntos.
Espíritos que
passaram por
dores,
resignados,
ressurgem
luminosos,
belos, aos olhos
da mediunidade e
mostram ser
felizes.
Suportaram bem
as provas da
Terra e estão
bem.
Novembro é mês
de lembrança dos
que se foram.
Alguns deles,
que se foram
nessa mesma
época, deixaram
aqui um rastro
de luz. Um deles
foi Jerônimo
Mendonça, “O
Gigante
Deitado”, que
desencarnou em
novembro de
1989. Passou uma
vida dificílima,
mas seu exemplo
de coragem, fé e
alegria ainda
perdura. Quem o
vê hoje,
Espírito liberto
da matéria, o vê
tão belo e
luminoso que não
enxerga suas
feições. Ele
precisa apagar a
própria
claridade para
que vejam seu
rosto. “Que
beleza!”, diria
ele.
A certeza da
imortalidade
consola os que
sentem saudades
dos que se
foram. Os
Espíritos tentam
consolar como
podem, em
visões, para os
médiuns, em
comunicações
psicográficas
(pela escrita),
psicofônicas
(pela voz), mas
também, talvez a
mais comum de
todas, pelos
sonhos. Os
sonhos, que são
verdadeiros
encontros
espirituais,
juntam os
Espíritos
desencarnados e
os encarnados em
momentos de
ternura. Temos
notícias disso
por pessoas das
mais diversas
religiões que
nos relatam
fatos parecidos.
“Estava com
roupas claras,
luminosas, disse
que está bem,
que eu não
chore, demos um
abraço tão
gostoso! Acordei
com aquela
impressão, foi
tão real!
Parecia um
abraço de
verdade!” Foi
mesmo um abraço
verdadeiro, no
campo
espiritual,
enquanto o corpo
físico se
encontrava
adormecido.
As demonstrações
que os Espíritos
dão de que estão
vivos convencem
cada vez mais os
incrédulos. Quem
nunca na vida
sentiu um
inexplicado e
doce abraço,
mesmo em
vigília? Muitos
se lembram do
ser amado que se
foi, sentem sua
presença,
emocionam-se. O
sentimento
convence. Sentem
o abraço, uma
doce energia,
uma suave brisa
que os envolve.
Aos poucos, a
incredulidade
será varrida
pela certeza.
Uma amiga
querida, de
caráter ilibado,
presidente de
uma creche
espírita
respeitável no
Triângulo
Mineiro,
contou-nos um
fato ocorrido
por volta de 5
anos atrás.
Estava ela
enfrentando
terríveis
dificuldades
econômicas para
suprir as
necessidades da
creche. Tinha
esgotado as
possibilidades
de promoções na
cidade naquele
ano. Dezembro se
aproximava, o
quadro de
funcionários era
grande, 13º
salário, como
conseguiria
pagar todas as
despesas? Orava,
em silêncio,
pedindo socorro
a Deus. Alguns
dias depois,
para surpresa
sua, um antigo
benfeitor da
creche, a quem
ela não via
havia alguns
anos, morador de
uma distante
cidade no Estado
de São Paulo,
apareceu por lá.
“Vim ajudar
você. Onde estão
os cadernos de
contabilidade?”
Ele passou dois
dias no hotel,
examinando tudo.
Saiu ao seu
encontro
trazendo os
cadernos e um
cheque que
cobria todas as
necessidades da
creche. “Daqui
para a frente,
não precisa se
preocupar mais,
enviarei
dinheiro todo
mês”, disse ele.
“Graças a Deus
você apareceu,
não sabia mais o
que fazer. Deus
o abençoe. Você
chegou na hora
exata. Como
ficou sabendo de
nossa
dificuldade?”,
perguntou ela.
Ele respondeu
com uma
pergunta: - Por
onde você acha
que anda o Chico
Xavier?
“Ah! O Chico,
com a grandeza
dele, deve estar
bem distante da
Terra, numa
morada bem
aventurada, numa
estrela
belíssima, cheia
de amor, longe
daqui...”,
respondeu ela.
Aí que você se
engana, disse
ele. Não está
longe, não.
Continua
socorrendo
sempre. Foi ele
que se comunicou
no centro
espírita que
freqüento e me
pediu para vir
aqui ajudar
você.
A creche está
bem, sem
problemas
financeiros,
pois esse homem
de posses
continua
ajudando.
Os Espíritos
somos todos nós,
encarnados aqui
na Terra em
processo de
aprendizagem de
amor e
sabedoria, ou
desencarnados,
fora do corpo
físico, sendo o
que eram,
acrescidos do
que conquistaram
de luzes, amor,
virtudes e
inteligência na
roupagem humana.
Os que já
alcançaram o
amor, descem
para socorrer os
que sofrem. Os
que ainda não
amam, muitas
vezes perturbam
os que estão
aqui. Renascerão
um dia, aqui ou
em outro orbe,
até que o amor
os ilumine. Nós,
espíritos que
aqui nos
encontramos
encarnados,
mantenhamos a
mente elevada na
fé, na oração,
no trabalho, até
a vitória
completa do bem
na Terra. Nossos
amados vivem.
Continuam vivos,
um dia
voltaremos a
encontrá-los.
“Finados...
Mas... Quem
findou? Respondo
filosofando... A
morte só
libertou
infinitos sóis
em bando...”
(Jerônimo
Mendonça.)
Nota da Autora:
Quem não
conheceu
Jerônimo, “O
Gigante
Deitado”, poderá
conhecer sua
vida de dores e
exemplificações
de amor e
alegria no livro
que tem esse
título, editado
pela editora “O
Clarim”, de
Matão.