Chico sempre contava que o
ilustre professor Herculano
Pires, responsável pela
tradução de várias obras de
Allan Kardec para o
português, dizia que seu
grau de mediunidade o
tornava um ser
interexistente, e que ele
não conseguia compreender
bem o que o professor queria
lhe dizer, até que um dia as
coisas se clarearam e é o
próprio Chico quem narra
essa história (vide o livro
“Kardec Prossegue”, de
Adelino Vieira, editado pela
Cultura Espírita União, de
São Paulo):
– Sabe, gente, um assunto
que me intrigou durante
muito tempo era quando o
professor falava a respeito
da interexistência e eu não
conseguia entender como se
processava o fenômeno.
O professor já havia
desencarnado há tempos e eu
continuava com o trabalho de
psicografia, no Grupo
Espírita da Prece.
Certa noite, eu psicografava
mensagem de um jovem
desencarnado para seus
familiares, quando os
Espíritos Amigos me
solicitaram o concurso para
reunião que iria iniciar-se
no Plano Espiritual. O
médium psicógrafo havia
faltado. Acompanhando os
Benfeitores Espirituais,
entrei em uma grande sala
onde o professor Herculano
dirigia uma reunião. Senti
imensa alegria ao rever o
querido amigo, mas a
disciplina do trabalho e a
urgência do caso
permitiram-me apenas
cumprimentá-lo
telepaticamente.
Passei, então, a receber a
mensagem do Espírito
desencarnado para sua mãe,
que também estava
desencarnada.
Terminada a reunião, ao
despedir-me, perguntou-me o
professor, como se
retomássemos antiga
conversa:
– Compreende agora o que é
ser interexistente?