Há dezoito anos,
aproximadamente, fundamos
uma Instituição Espírita,
“Belém- A Casa do Pão”, em
frente a uma região bastante
carente, em bairro afastado
de Londrina, aqui no Paraná,
com o intuito de prestar
assistência social, ao mesmo
tempo em que divulgaríamos a
nossa Doutrina.
Além das palestras públicas
e da evangelização das
crianças, oferecíamos, e
oferecemos até hoje, a sopa
fraterna, o auxílio às
gestantes carentes, além do
agasalho.
Certa vez, após
distribuirmos as roupas
doadas, fomos abordados pelo
presidente do bairro, que,
na verdade, era mais uma
favela.
Nervoso, ele disse que não
concordava com a forma como
fazíamos as doações. Disse
que uma mulher queria
determinada blusinha para
seu filho, que a blusa fora
dada para outra família e
que, no outro dia, ela
vestia um cãozinho e que
isso não era certo.
Calmamente, dissemos para
ele que nós, os espíritas,
tínhamos como um dos lemas
de trabalho: “A Caridade
nunca deve ser vigiada”,
frase que havíamos lido em
um livro de mensagens
psicografadas. Então
explicamos para ele que,
após doarmos qualquer
objeto, ele já não mais nos
pertencia.
Adelino Silveira, em seu
livro “Kardec Prossegue”,
comenta assunto bastante
semelhante, recebendo de
Chico interessante lição.
Ouçamos Adelino:
“Conversávamos com o Chico a
respeito da impaciência dos
assistidos pela Casa
Espírita nos dias de
distribuição de alimentos e
roupas e comentávamos que
raros eram os que agradeciam
quando recebiam suas
sacolas.
Disse Chico:
– São Vicente de Paulo,
certa vez, enviou um bilhete
às irmãs que o auxiliavam na
assistência aos
necessitados, que dizia
assim: ‘Minhas irmãs, muita
tolerância com os hóspedes
de Jesus, pois eles são
impacientes e exigentes’.”