AYLTON GUIDO
COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo
(Brasil)
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Vivamos conscientemente
Quando desejamos
o nosso
autoaprimoramento
para podermos
nos harmonizar
intimamente e,
também, com o
próximo, é
desejável
lembrarmos a
indagação feita
por Allan
Kardec: “Será
passível de
censura o homem,
por ter
consciência do
bem que faz e
por confessá-lo
a si mesmo?“.
Responderam os
Mentores
Espirituais:
“Pois que pode
ter consciência
do mal que
pratica, do bem
igualmente deve
tê-la. Pesando
todos os seus
atos na balança
da lei de Deus
e, sobretudo, na
lei de justiça,
amor e caridade,
é que poderá
dizer a si mesmo
se suas obras
são boas ou más,
que as poderá
aprovar ou
desaprovar. Não
se lhe pode,
portanto,
censurar que
reconheça haver
triunfado dos
maus pendores e
que se sinta
satisfeito,
desde que de tal
não se
envaideça,
porque então
cairia em outra
falta“. (Questão
nº 906 de O
Livro dos
Espíritos, Allan
Kardec.)
Portanto, a
orientação
espiritual é que
tenhamos, cada
vez mais,
consciência dos
nossos atos e
deles façamos
uma avaliação
criteriosa, com
base nos
princípios da
justiça e do
amor e da
caridade.
Se vivermos
conscientemente,
sem dúvida,
teremos a
indispensável
autoestima que
nos
proporcionará o
autorrespeito e
a autoconfiança.
No entanto, não
é fácil
concretizarmos
esses conceitos,
de certa forma
abstratos, em
atos concretos
de nossa vida
diária.
Viver
conscientemente
implica em
alterações de
padrões de
comportamento, o
que, pela
prática e
persistência,
possibilitará o
desenvolvimento
de novos
padrões.
Todavia, para
que isso
aconteça é
necessário o uso
da inteligência,
possibilitando a
compreensão dos
nossos atos, que
deverão ser
devidamente
avaliados quanto
à sua adequação
e oportunidade.
Assim, vivermos
conscientemente
exige o uso da
inteligência e a
escolha do
“melhor a
fazer”, no
exercício do
livre-arbítrio.
Desta maneira,
durante o dia,
deveremos pensar
e escolher
dentro dos
critérios do bem
e do mal, do
justo e do
injusto, do
verdadeiro e do
falso, da
cooperação e da
competição, do
altruísmo e do
egoísmo,
humildade e
orgulho, os atos
que praticaremos
e que se
refletirão no
próximo e em nós
mesmos.
Não obstante,
não significa
que devamos
gostar e aceitar
tudo o que
vemos, mas a
capacidade de
vermos o que é e
o que não é,
tanto quanto,
consciência de
que medos,
desejos e
negações não
alteram a
realidade –
aquilo que é.
Para
exemplificarmos
as formas de
viver consciente
ou
inconscientemente,
analisemos dois
casos:
Alberto começou
a trabalhar em
uma grande
empresa. Desde o
momento em que
assumiu o seu
setor de
trabalho,
procurou
conhecer e
entender todos
os aspectos do
que lhe competia
fazer. Estudou
as rotinas de
trabalho.
Prontificava-se
a ajudar e a
colaborar com os
colegas de
trabalho.
Preocupava-se em
manter um bom
clima no
relacionamento
profissional,
assumindo que os
seus problemas
pessoais eram
seus e no
trabalho não era
momento para
partilhar com os
companheiros as
suas
dificuldades
emocionais,
sentimentais ou
econômicas. Não
se conformava
com a rotina e
sempre estava
procurando
aprender algo
novo dentro da
empresa.
Passado o
período de
experiência,
quando surgiu
uma vaga para o
cargo mais
elevado daquele
em que estava,
foi convidado a
assumi-lo, tendo
o seu
merecimento
reconhecido.
Alberto viveu
conscientemente,
demonstrando
autoconhecimento
de suas
possibilidades
e,
consequentemente,
demonstrou
elevada
autoestima.
Ivan, à mesma
época de
Alberto, foi
admitido a
trabalhar na
empresa. A sua
postura era a de
aprender o
necessário para
cumprir as suas
funções. Quando
lhe era
solicitada
alguma tarefa
nova, ele queria
saber se fazia
parte das
atribuições do
seu cargo. Não
tinha interesse
em aprender
coisas novas,
pois segundo
pensava tinha um
salário para
pagar o que já
fazia. Não
cultivava
amizade mais
próxima com os
colegas, pois,
em sua análise,
permitir muita
familiaridade
possibilitaria
que os
companheiros de
trabalho
tivessem
facilidade para
explorá-lo.
Quando Alberto
foi promovido,
Ivan julgou-se
injustiçado e
considerou que
ele fora
promovido porque
bajulava os
chefes e permitia
ser explorado
pelos colegas de
trabalho. Passou
a sentir-se
muito mal, de
forma depressiva
e pensava que
não melhorava de
vida porque as
pessoas tinham
inveja dele.
Ivan viveu
inconscientemente,
não avaliando
seus pensamento
e atos, por
consequência, a
sua autoestima
era baixa.
Viver
conscientemente
é assumirmos
aquilo que
motiva os nossos
atos, objetivos,
valores e
refletidos em nosso
comportamento,
com base no que
sabemos e no que
pensamos. De
certa forma, é
assumirmos a
responsabilidade pela
percepção
consciente e
adequada à ação
que estamos
praticando. Isso
é indispensável
para a nossa
autoconfiança e
autoestima.
É vivermos de
forma
responsável ante
a realidade.