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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 290 - 9 de Dezembro de 2012

AYLTON GUIDO COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo (Brasil) 
 


Vivamos 
 conscientemente


Quando desejamos o nosso autoaprimoramento para podermos nos harmonizar intimamente e, também, com o próximo, é desejável lembrarmos a indagação feita por Allan Kardec: “Será passível de censura o homem, por ter consciência do bem que faz e por confessá-lo a si mesmo?“.

Responderam os Mentores Espirituais: “Pois que pode ter consciência do mal que pratica, do bem igualmente deve tê-la. Pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus e, sobretudo, na lei de justiça, amor e caridade, é que poderá dizer a si mesmo se suas obras são boas ou más, que as poderá aprovar ou desaprovar. Não se lhe pode, portanto, censurar que reconheça haver triunfado dos maus pendores e que se sinta satisfeito, desde que de tal não se envaideça, porque então cairia em outra falta“. (Questão nº 906 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec.)

Portanto, a orientação espiritual é que tenhamos, cada vez mais, consciência dos nossos atos e deles façamos uma avaliação criteriosa, com base nos princípios da justiça e do amor e da caridade.

Se vivermos conscientemente, sem dúvida, teremos a indispensável autoestima que nos proporcionará o autorrespeito e a autoconfiança.

No entanto, não é fácil concretizarmos esses conceitos, de certa forma abstratos, em atos concretos de nossa vida diária.

Viver conscientemente implica em alterações de padrões de comportamento, o que, pela prática e persistência, possibilitará o desenvolvimento de novos padrões. Todavia, para que isso aconteça é necessário o uso da inteligência, possibilitando a compreensão dos nossos atos, que deverão ser devidamente avaliados quanto à sua adequação e oportunidade.

Assim, vivermos conscientemente exige o uso da inteligência e a escolha do “melhor a fazer”, no exercício do livre-arbítrio.

Desta maneira, durante o dia, deveremos pensar e escolher dentro dos critérios do bem e do mal, do justo e do injusto, do verdadeiro e do falso, da cooperação e da competição, do altruísmo e do egoísmo, humildade e orgulho, os atos que praticaremos e que se refletirão no próximo e em nós mesmos.

Não obstante, não significa que devamos gostar e aceitar tudo o que vemos, mas a capacidade de vermos o que é e o que não é, tanto quanto, consciência de que medos, desejos e negações não alteram a realidade – aquilo que é.

Para exemplificarmos as formas de viver consciente ou inconscientemente, analisemos dois casos:

Alberto começou a trabalhar em uma grande empresa. Desde o momento em que assumiu o seu setor de trabalho, procurou conhecer e entender todos os aspectos do que lhe competia fazer. Estudou as rotinas de trabalho. Prontificava-se a ajudar e a colaborar com os colegas de trabalho. Preocupava-se em manter um bom clima no relacionamento profissional, assumindo que os seus problemas pessoais eram seus e no trabalho não era momento para partilhar com os companheiros as suas dificuldades emocionais, sentimentais ou econômicas. Não se conformava com a rotina e sempre estava procurando aprender algo novo dentro da empresa.

Passado o período de experiência, quando surgiu uma vaga para o cargo mais elevado  daquele em que estava, foi convidado a assumi-lo, tendo o seu merecimento reconhecido.

Alberto viveu conscientemente, demonstrando autoconhecimento de suas possibilidades e, consequentemente, demonstrou elevada autoestima.

Ivan, à mesma época de Alberto, foi admitido a trabalhar na empresa. A sua postura era a de aprender o necessário para cumprir as suas funções. Quando lhe era solicitada alguma tarefa nova, ele queria saber se fazia parte das atribuições do seu cargo. Não tinha interesse em aprender coisas novas, pois segundo pensava tinha um salário para pagar o que já fazia. Não cultivava amizade mais próxima com os colegas, pois, em sua análise, permitir muita familiaridade possibilitaria que os companheiros de trabalho tivessem facilidade para explorá-lo.

Quando Alberto foi promovido, Ivan julgou-se injustiçado e considerou que ele fora promovido porque bajulava os chefes e  permitia ser explorado pelos colegas de trabalho. Passou a sentir-se muito mal,  de forma depressiva e pensava que não melhorava de vida porque as pessoas tinham inveja dele.

Ivan viveu inconscientemente, não avaliando seus pensamento e atos, por consequência, a sua autoestima era baixa.

Viver conscientemente é assumirmos aquilo que motiva os nossos atos, objetivos, valores e refletidos em  nosso comportamento, com base no que sabemos e no que pensamos. De certa forma, é assumirmos a responsabilidade  pela percepção consciente e adequada à ação que estamos praticando. Isso é indispensável para a nossa autoconfiança e autoestima.

É vivermos de forma responsável ante a realidade.

         

 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita