WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 290 - 9 de Dezembro de 2012

JOSÉ PASSINI
passinijose@yahoo.com.br
Juiz de Fora, MG (Brasil)
 


Carta Fraterna


Cônscio da responsabilidade que cabe a todos nós, espíritas, no sentido da manutenção da fidelidade à Doutrina que nos ilumina os caminhos, é que tomamos a liberdade de trazer-lhe, minha Irmã, meu Irmão, algumas considerações a respeito do cuidado que devemos ter quanto ao uso do nome “Espiritismo”.

No Espiritismo não há autoridades religiosas que devam ser consultadas a fim de darem seu parecer favorável ou contrário a qualquer publicação, seja livro, filme, programa na internet. Uma das vigas mestras da estrutura do Espiritismo é a liberdade. Mas essa liberdade atribui, ao mesmo tempo, alta responsabilidade àqueles que dirigem uma instituição espírita, seja um centro, uma editora, uma livraria ou um clube do livro, pois que têm responsabilidade direta por aquilo que é passado ao público, em nome do Espiritismo. Uma análise criteriosa de algo passado ao público em nome da Doutrina é, não raro, tachada de intolerância, de censura. Se a obra em questão é mediúnica, há aqueles que consideram falta de caridade praticada contra o médium, qualquer observação discordante.

O Espiritismo é uma doutrina de livre-exame, adotada por livres-pensadores. Seu embasamento dá-se em Jesus e em Kardec. Noutras religiões, há conselhos formados por membros que detêm poder no campo doutrinário, e esses conselhos deliberam sobre pessoas que devam ser acatadas ou banidas do grupo, como também deliberam sobre práticas, inovações e publicações.

No Espiritismo não há nada disso. Entretanto, todos os espíritas temos responsabilidade definida naquilo que apresentamos ou que apenas prestigiamos em nome da Doutrina. Cada espírita é, no âmbito de suas atividades, um guardião dos seus princípios básicos, cabendo-lhe – para ter o direito de dizer-se espírita – o dever de, no âmbito de suas atividades, resguardar-lhe a coerência, a nobreza, a objetividade, a clareza, a simplicidade e a fidelidade aos princípios ético-morais do Evangelho de Jesus e aos princípios doutrinários estabelecidos pelos Espíritos Superiores, codificados por Kardec.

Assim sendo, um espírita, ao tornar público algo que diga respeito à Doutrina, não necessita obter permissão de nenhum órgão censor ou controlador. Entretanto, deve avaliar se aquela mensagem – seja um simples folheto, uma mensagem recebida mediunicamente num centro, um artigo ou um livro – vai contribuir para o despertamento ou para o esclarecimento de alguém. Deve avaliar, com segurança, se acrescenta algum conteúdo útil, ou se está apenas repetindo lugares comuns, levando seus leitores ou ouvintes a uma perda de tempo. A questão se reveste de maior gravidade quando o leitor ou o ouvinte não conhece o Espiritismo. Algumas vezes, certos livros ou oradores causam péssima impressão, seja pela ingenuidade dos conceitos, seja pelos absurdos apresentados.

Infelizmente, esse é o quadro com que nos deparamos na atualidade. Nota-se uma verdadeira avalancha de publicações ostentando o nome de espíritas. Vão desde as simples mensagens mediúnicas obtidas em centros espíritas, até a obras volumosas, mediúnicas ou não, cujos autores lançam ao público, sem uma avaliação cuidadosa quanto aos efeitos que sua iniciativa possa produzir.

Há publicações contendo comunicações simplórias obtidas em reuniões mediúnicas, sem conteúdo algum e, às vezes, com conteúdo equivocado, até contrário àquilo que a Doutrina Espírita ensina.

Outras vezes, são livros com revelações mirabolantes, em linguagem não condizente com a seriedade e a nobreza sempre observadas nas expressões dos Espíritos comprometidos com o Bem. São obras que, de permeio a algumas páginas boas, com bons comentários a respeito do Evangelho, trazem longas descrições de zonas tenebrosas, capazes de criar imagens negativas nas mentes menos avisadas, revivendo em muitas a terrível imagem do sofrimento após a morte. Há livros que primam pela apresentação de revelações atemorizadoras, profecias de ocorrências catastróficas que, embora com datas previstas, já se têm revelado falsas, por não se terem efetivado.

Nota-se, no ar, uma tendência infrene de se publicar tudo o que aparece, como se o maior trabalho que se faz no Espiritismo fosse a sua propaganda, feita de qualquer modo. Conscientizemo-nos de que o Espiritismo não precisa de promoções, como se fosse mercadoria a ser apresentada ao público. Embora não pareça, há diferença entre propaganda e divulgação. A divulgação do Espiritismo será muito mais eficaz se promovida através de literaturas e de palestras equilibradas, comedidas e, principalmente, da vivência pessoal, pelos espíritas, dos postulados do Evangelho.

Lembremo-nos de Kardec que, malgrado o pouco tempo de que dispunha, face aos deveres profissionais, enfrentando os imensos tabus religiosos reinantes, enfrentando o custo elevado de material impresso, sem rádio, televisão ou internet, conseguiu divulgar o Espiritismo de maneira espantosa. A Doutrina foi sendo difundida, sempre em ritmo crescente, com segurança, firmeza e seriedade. Por que, agora, pretender-se uma propaganda leviana, sensacionalista, oportunista? Por que nos encantarmos com o volume de edições de livros, se não lhes avaliamos o conteúdo? Ou mesmo com o sensacionalismo de alguns expositores desejosos de inovar?

Será lícita a falta de coragem do responsável pela organização de palestras ou seminários, numa casa espírita, em pedir esclarecimentos ao expositor sobre pontos julgados duvidosos em sua exposição? Se o questionamento for acatado com boa vontade e suficientemente esclarecido, isso mostra que o expositor está seguro do que expôs e está interessado em servir a Doutrina. Caso contrário, ao demonstrar-se agastado, ficará evidenciado que o amor à sua figura pessoal está acima da fidelidade aos conceitos doutrinários.

O que responderemos àqueles que, ao ingressarem nos estudos da Doutrina, nos perguntarem sobre pontos duvidosos expostos num livro ou numa palestra? Essa é uma difícil hora de testemunho à verdade, quando devemos colocar o nosso zelo para com a Doutrina acima de falsas noções de fraternidade, lembrando-nos da recomendação de Jesus: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim, Não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna”. (Mat, 5: 37)

Há aqueles que argumentam, dizendo que temos liberdade de ler tudo, como base em Paulo: "Examinai tudo. Retende o bem”. (I Tes, 5:21). Sim, é verdade, não existe nenhuma orientação espírita no sentido de proibir qualquer leitura. Mas devemos ter em mente que podemos comprometer o nome do Espiritismo, não com o que lemos, mas com o que damos a público em seu nome. Por isso, é lícito nos perguntemos se temos tido o cuidado de examinar o que se publica em nome do Espiritismo. Ou temos deixado correr? Quem é o responsável pela fidelidade doutrinária?

Urge, mais do que nunca, uma ação corajosa, consciente, de fidelidade não só à Doutrina, mas a nós próprios, à nossa consciência, pois "quem cala, consente".

         

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita