Obsessão
oculta
Dias da Cruz
Elaborando
alguns
apontamentos, em
torno da
obsessão oculta,
cabe-nos
recordar que
sugestão, a
rigor, é a
“influência que
a ideia positiva
do magnetizador
desenvolve sobre
a mente passiva
do hipnotizado,
criando nele
estados
alucinatórios,
dos quais podem
partilhar todas
as potências do
seu cosmo
orgânico”.
Justo ponderar,
contudo, que o
fenômeno não é
privativo de
escolas
especializadas
ou dos grandes
magnetologistas
do passado ou do
presente.
Qual acontecia
em recuadas
épocas, nos
templos da
iniciação
egípcia, a
sugestão ainda
hoje se reveste
de inconcebível
importância, em
todos os planos
de nossa vida,
mesmo porque
toda a vida, no
fundo, é
processo mental
em manifestação.
Desde a mais
remota
antiguidade, a
Goétia ou magia
negra, filha da
ignorância, dela
se vale para
estabelecer
entre os homens
o domínio dos
seres que se
bestializam nas
trevas. E o
culto à Suprema
Divindade ou a
Religião, filha
dos mais altos
ideais da
Humanidade, da
sugestão se
aproveita para
garantir o
serviço de
sublimação das
almas, por
intermédio da
comunhão com as
forças da luz.
Como é fácil
apreender,
repetimos, o
papel da
sugestão é de
incalculável
alcance em todos
os episódios de
nossa marcha nas
províncias da
evolução,
particularmente
nas faixas da
experiência
terrestre, de
vez que o tempo
da alma
encarnada se
divide em duas
fases distintas
– a vigília e a
hipnose, ou
seja, sensório
desperto e sono
físico.
Não
desconhecemos
que o homem,
examinado em seu
aspecto
puramente
fisiológico,
pode ser
definido como
sendo uma
bateria complexa
associando e
desassociando
cargas de
eletricidade,
porquanto traz
consigo, em
expressiva
porção, ácidos e
álcalis, metais
e ametais, em
diversos valores
químicos, cujas
trocas asseguram
o metabolismo
eficiente dos
recursos
hormonais.
Indiscutivelmente,
o regime
alimentar e a
respiração, a
temperatura e a
ginástica são
fatores que
podem provocar
sensíveis
alterações na
harmonia
elétrica da
criatura humana,
entretanto, a
causa da
renovação para o
bem ou da
perturbação para
o mal reside em
cada um de nós,
de maneira mais
íntima, nas
correntes de
ideias que
assimilamos.
Qual ocorre à
matéria, que se
transforma
incessantemente,
ao impacto de
raios múltiplos,
nos reinos
inferiores da
Natureza, o
Espírito se
adensa na sombra
ou se sutiliza
na luz, sob o
império dos
raios mentais
que elege para
combustível de
suas emoções
mais profundas.
Reportamo-nos a
semelhantes
considerações
para salientar o
impositivo de
nossa vigilância
em todos os
estados passivos
de nossa alma,
porque, através
da meditação e
do sono, nos
identificamos,
muita vez de
modo
imperceptível,
com os
pensamentos que
nos são
sugeridos pelas
Inteligências
desencarnadas ou
não, que se
afinam conosco
e, se não nos
guardamos na
fortaleza das
obrigações
retamente
cumpridas,
caímos sem
dificuldade nas
malhas da
obsessão oculta,
transformando-nos
em agentes da
irresponsabilidade
e da cegueira de
espírito, por
despenhar-nos,
inconscientemente,
em
desequilíbrios
imanifestos,
cujos resultados
somente se
expressarão,
mais tarde,
pelos princípios
de causa e
efeito, nos
torturados
labirintos da
patogenia
obscura, em
nosso campo
individual.
Lembremo-nos,
assim, de que se
o obsedado
confesso é
alguém armado
pela aflição e
pelo sofrimento,
para o combate
às forças da
treva, a vítima
da obsessão
oculta, quase
sempre, é a
loucura
mascarada de bom
senso,
acarretando, por
onde passe,
desastres e
problemas morais
para si e para
os outros.
É por esse
motivo que,
convidando-vos
ao nosso
permanente
programa de
oração e estudo
nobre, de
fraternidade e
serviço
constante, a fim
de que estejamos
sob a regência
das Sugestões de
Cima, encerramos
nossas breves
anotações,
rememorando as
inesquecíveis
palavras do
apóstolo Paulo,
no versículo 14
do capítulo 5,
de sua carta aos
Efésios:
“Desperta, Ó tu
que dormes, e,
levantando-te
dentre os
mortos, o Cristo
te esclarecerá.”
Mensagem
transmitida em
17 de novembro
de 1955 por
intermédio de
Francisco
Cândido Xavier,
constante do
livro Vozes
do Grande Além,
de autoria de
Espíritos
diversos.