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Joias da poesia contemporânea
Ano 6 - N° 293 - 6 de Janeiro de 2013

 
 
 

Na mesma moeda 

Cornélio Pires

 

O coronel Tutuca Sapecado,

A cada petitório de mendigo,

Falava: - “Deus é grande, meu amigo!”

Mas não dava um vintém de mel coado.

 

Se um doente gemendo afadigado

Vinha pedir perdão de juro antigo,

Louvava: - “Deus é grande! Deus consigo!”

E recebia o cobre assossegado.

 

Quando morreu ficou na caixa-forte

E gritava mudado pela morte:

- “Quero o auxílio do Céu! Que Deus me mande!”

 

Mas trancado no escuro, em agonia,

Só escutava alguém que lhe dizia:

- “Fique firme, Tutuca, Deus é grande”. 

 

Do livro O Espírito de Cornélio Pires, obra psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier, de autoria de Cornélio Pires.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita