MARCUS
DE MARIO
marcusdemario@gmail.com
Rio de
Janeiro,
RJ
(Brasil) |
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Sinais da imperfeição
Os Espíritos Superiores
classificam o planeta
Terra como um mundo de
expiações e provas,
atualmente em transição
para mundo de
regeneração, conforme
podemos estudar no
capítulo 3 da obra O
Evangelho segundo o
Espiritismo, de Allan
Kardec. Em qualquer dos
dois estágios os
habitantes do planeta
são classificados como
Espíritos imperfeitos,
ou seja, ao mesmo tempo
em que fazem o bem,
igualmente, em muitas
circunstâncias, fazem o
mal. Pois bem, quais são
as características, os
sinais que demonstram a
imperfeição espiritual?
A resposta está no
capítulo 12 da 3ª parte
de O Livro dos
Espíritos, com tema
“Perfeição Moral”, a
obra de referência do
Espiritismo, lançada por
Kardec em 1857. Vejamos,
em síntese, os sinais
apontados pelos
Espíritos Superiores
quando respondem ao
questionamento do
Codificador.
Sinais da imperfeição
Interesse Pessoal
– Sempre que nos movemos
na existência visando ao
ganho pessoal, mesmo que
isso signifique prejuízo
ao próximo, damos sinal
de nossa imperfeição
moral e, portanto,
espiritual. Isso fica
claro quando tentamos
barganhar com Deus
fazendo promessas que na
verdade não vamos
cumprir: “Se eu ficar
curado da doença,
prometo auxiliar
voluntariamente numa
instituição de amparo à
criança”; “Se eu ficar
livre do obsessor,
prometo parar de fumar e
beber”. Tudo isso revela
interesse pessoal,
normalmente marcado pelo
ganho de uma vantagem
material.
Apego às Coisas
Materiais
– Trabalhar a vida toda
colocando em primeiro
plano os ganhos
financeiros e a
aquisição de bens
materiais, chegando
mesmo a prejudicar o
relacionamento familiar,
e nunca tendo tempo para
as aquisições
espirituais, é sinal
característico de
imperfeição. Possuir
armários e gavetas
lotados de coisas que
nunca usamos, tendo
extrema dificuldade de
doar ou jogar fora,
quando imprestável, é
sinal evidente de apego
às coisas materiais.
Viver nos shoppings e às
voltas com faturas de
cartão de crédito, sem
efetiva necessidade, é
sinal de alerta.
Gastar sem Proveito
– A chamada malversação
do dinheiro público
também ocorre com o
dinheiro de nosso
salário, de nossa
poupança, de nossos
investimentos
financeiros, ou seja,
gastar sem utilidade,
sem controle, todo mês
“estourando” o orçamento
pessoal ou doméstico,
quando os recursos
financeiros poderiam
prodigalizar o bem,
auxiliar os mais
infortunados. Quantos
empresários – não apenas
os grandes, mas também
os pequenos e médios –
que poderiam pagar
melhores salários,
amparar organizações não
governamentais de
assistência e educação,
mas preferem gastar
consigo mesmos em
festas, compra de
propriedades, carros de
marca e assim por
diante?
Guardar sem Utilidade
– Há uma grande
diferença em poupar
parte do que se ganha
para prevenir situações
futuras, e guardar tudo
por sovinice, por não
querer ajudar a ninguém
e nem a si mesmo,
chegando ao ponto de
viver miseravelmente
quando se poderia viver
bem, apenas evitando os
excessos. Quantos
familiares e amigos
nossos vivem a se
queixar da vida, sempre
alegando falta de
recursos financeiros,
quando na verdade estão
com a conta bancária
recheada de altos
valores? Essa conduta
revela a imperfeição
moral em que nos
encontramos.
Criticar sem Proveito
– A crítica pela
crítica, feita com
leviandade, levantando
falso testemunho,
caluniando o outro, é
sinal do quanto estamos
atrasados moralmente,
não tendo ainda
compreendido o “amai-vos
uns aos outros” ensinado
por Jesus Cristo. O
deleitar-se com os
escândalos, as fofocas,
gastando horas
intermináveis em
conversações fúteis
sobre esses assuntos,
caracterizam o espírito
imperfeito que todos
somos, em maior ou menor
grau.
Abuso da Paixão
– Sabemos que a paixão,
em si mesma, não é boa
nem má, é um princípio
natural que deve ser
trabalhado para alcançar
o amor, o maior dos
sentimentos. O problema
está na ligação que
fazemos da paixão com o
instinto, e então
passamos para o crime
passional, para a
sensualidade desmedida,
o sexo sem controle, o
ciúme exagerado, quando
ferimos, magoamos e até
matamos o outro. A
paixão sem freios
escraviza, atropela,
desequilibra e, diz, a
boa lógica, não poderia
fazer parte do
comportamento de um
espírito perfeito.
Egoísmo
– Gera o orgulho, a
ambição, a cupidez, a
inveja, o ódio, o ciúme,
a infelicidade. Dele
derivam todos os vícios
que desonram o caráter.
Os vícios do alcoolismo,
das drogas, do fumo, da
sexualidade
indisciplinada e outros,
têm por base o egoísmo,
gerador do personalismo
exagerado, desmedido,
centralizador. O egoísmo
é responsável pelo
pensamento materialista
que ainda predomina na
sociedade humana.
Remédio contra a
imperfeição
Os Espíritos Superiores
dão uma única receita,
com indicação de um
único remédio, para
combater na raiz a
imperfeição espiritual
que caracteriza o homem:
educação moral. Isso
está na questão 917 de O
Livro dos Espíritos.
Vejamos:
“É o contato que o homem
experimenta do egoísmo
dos outros que o torna
geralmente egoísta,
porque sente a
necessidade de se pôr na
defensiva. Vendo que os
outros pensam em si
mesmos e não nele, é
levado a ocupar-se de si
mesmo mais que dos
outros. Que o princípio
da caridade e da
fraternidade seja a base
das instituições
sociais, das relações
legais de povo para povo
e de homem para homem, e
este pensará menos em si
mesmo quando vir que os
outros o fazem; sofrerá,
assim, a influência
moralizadora do exemplo
e do contato. Em face do
atual desdobramento do
egoísmo, é necessária
uma verdadeira virtude
para abdicar da própria
personalidade em
proveito dos outros, que
em geral não o
reconhecem. É a esses,
sobretudo, que possuem
essa virtude, que está
aberto o reino dos céus;
a eles, sobretudo, está
reservada a felicidade
dos eleitos, pois, em
verdade vos digo que, no
dia do juízo, quem quer
que não tenha pensado
senão em si mesmo será
posto de lado e sofrerá
no abandono”.
E Allan Kardec, em seu
comentário a essa
questão, finaliza:
“A cura poderá ser
prolongada porque as
causas são numerosas,
mas não se chegará a
esse ponto se não se
atacar o mal pela raiz,
ou seja, com a educação.
Não essa educação que
tende a fazer homens
instruídos, mas a que
tende a fazer homens de
bem. A educação, se for
bem compreendida, será a
chave do progresso
moral. Quando se
conhecer a arte de
manejar os caracteres
como se conhece a de
manejar as
inteligências,
poder-se-á
endireitá-los, da mesma
maneira como se
endireitam as plantas
novas. Essa arte, porém,
requer muito tato, muita
experiência e uma
profunda observação. É
um grave erro acreditar
que basta ter a ciência
para aplicá-la de
maneira proveitosa. Quem
quer que observe, desde
o instante do seu
nascimento, o filho do
rico como o do pobre,
notando todas as
influências perniciosas
que agem sobre ele em
consequência da
fraqueza, da incúria e
da ignorância dos que o
dirigem, e como em geral
os meios empregados para
moralizar fracassam, não
pode admirar-se de
encontrar no mundo tanta
confusão. Que se faça
pela moral tanto quanto
se faz pela inteligência
e ver-se-á que, se há
naturezas refratárias,
há também, em maior
número do que se pensa,
as que requerem apenas
boa cultura para darem
bons frutos”.
Podemos finalizar
agradecendo ao
Espiritismo por nos
abrir os olhos e revelar
o que precisamos fazer
para sair do estado de
imperfeição, o mais
rápido possível, e,
assim, alcançar a
felicidade.
Marcus De Mario é
Educador, Escritor e
Consultor Educacional e
Empresarial. Colabora no
Centro Espírita
Humildade e Amor, da
cidade do Rio de
Janeiro. É programador e
apresentador na Rádio
Rio de Janeiro, a
emissora da
fraternidade.