ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
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Allan
Kardec, o missionário
dos nossos dias
Desde que a Humanidade
existe, Deus envia à
Terra mensageiros
diversos para instruir o
homem sobre as Verdades
Eternas.
No século 19 antes de
Cristo, Abraão, o
patriarca dos hebreus,
levou ao seu povo à
conscientização do Deus
único.
No século 13 antes de
Cristo, Moisés recebeu
no Monte Sinai os Dez
Mandamentos, que estão
registrados no capítulo
20, versículos 2 a 17 do
livro Êxodo e no
capítulo 5, versículos 6
a 21 do livro
Deuteronômio. Além
disso, Moisés criou as
leis civis ou
disciplinares, para
orientar o povo da
época.
Aproximadamente 1.300
anos depois de Moisés,
quando a Humanidade
estava apta a usar mais
a razão, Jesus
simplificou os Dez
Mandamentos em dois
mandamentos principais:
amar a Deus e ao
próximo. E as leis civis
e disciplinares, que
eram baseadas no olho
por olho, dente por
dente, Jesus as
modificou em leis
baseadas na caridade, na
humildade e no amor ao
próximo.
Eis que chega o século
19, século das
conquistas científicas,
das grandes
transformações, mas
também de grande vazio
no coração do homem.
É nesse panorama que
reencarna em Lyon,
França, no dia 3 de
outubro de 1804, aquele
que viria codificar uma
nova Doutrina, o
Espiritismo, que traria
as luzes definitivas aos
ensinamentos de Jesus.
Nascia Hippolyte Léon
Denizard Rivail, filho
de Jean Baptiste Antoine
Rivail, um magistrado, e
Jeanne Duhamel.
Hippolyte foi educado em
Yverdun, Suíça, na
escola de João Henrique
Pestalozzi, o fundador
da educação popular
moderna e da pedagogia
social. Era um aluno tão
brilhante, que
substituía Pestalozzi
nos seus impedimentos.
Numa outra cidade,
Pestalozzi recolheu das
ruas 150 crianças
totalmente desamparadas
e deu-lhes a educação.
Mais tarde, ele
confessou: “Vivi,
durantes anos inteiros,
rodeado de crianças
mendigas; dividi com
elas o meu pão; vivi,
por minha vez, como um
mendigo, para ensinar os
mendigos a viver como
homens”.
De volta a Paris,
Hippolyte dedica-se à
educação. Aos 51 anos,
era um educador
consagrado na França e
autor de diversos livros
sobre a educação,
bacharel em ciências e
letras, sabendo falar e
escrever o alemão, o
inglês, o espanhol, o
italiano e o holandês.
Foi grandemente
auxiliado pela sua
esposa, Amélie Gabriele
Boudet, professora de
Belas Artes, que
desencarnou em 21 de
janeiro de 1883.
Dedicou-se à observação
e ao estudo das chamadas
mesas girantes, ou
falantes, fato comum na
época. As mesas
respondiam, mediante um
número estabelecido de
pancadas, “sim” ou
“não”, a perguntas
formuladas. Hippolyte
concluiu: “Se uma mesa
que não tem boca para
falar, cérebro para
pensar e nervos para
sentir dá respostas
inteligentes, é porque
atrás dela tem algo
inteligente”.
A partir daí ele adotou
o pseudônimo de Allan
Kardec, nome que teve em
uma reencarnação como
sacerdote druida, nas
Gálias.
Surgiram, então, as
Obras Básicas da
Codificação Espírita:
O Livro dos Espíritos, em
18 de abril de 1857,
primeira edição, com 501
perguntas de Kardec e as
respostas dos Espíritos
às questões importantes
do conhecimento humano e
em algumas questões, em
negrito, a explicação de
Allan Kardec. Em 16 de
março de 1860, surgiu a
segunda (e definitiva)
edição, com 1.019
questões;
O Livro dos Médiuns, em
15 de janeiro de 1861;
O Evangelho segundo o
Espiritismo, em
abril de 1864;
O Céu e o Inferno, agosto
de 1865;
A Gênese, em
janeiro de 1868.
Em 1º. de abril de 1858,
Allan Kardec funda a
Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas,
considerada o primeiro
Centro Espírita do
mundo. De 1858 a 1869,
também fundou e
dirigiu a
Revista Espírita, que
circulou de 1958 a 1869.
Em 1890, 21 anos após a
desencarnação de Allan
Kardec (em 31 de março
de 1869, em Paris, pela
ruptura de um aneurisma
da aorta), surgiu o
livro Obras
Póstumas, com
escritos que ele não
teve a oportunidade de
editar.
Os pilares em que se
assentam a Doutrina
Espírita são: a
existência de Deus, a
reencarnação ou
pluralidade das
existências, a
pluralidade dos mundos
habitados, a
intercomunicação entre
os dois planos da vida,
o código de Moral do
Evangelho do Cristo.