Dores e sofrimentos são
provas necessárias da
alma
Numa tarde de sábado,
mais precisamente no dia
29 de outubro de 1983, a
bonita e talentosa
poetisa Ana Cristina
Cruz César, 31 anos, ou
Ana C., como assinava
seus escritos, saltou
para a morte do sétimo
andar do prédio onde
morava com a família, em
Copacabana, no Rio de
Janeiro.
Mas por que este
tresloucado gesto por
parte de uma autora
laureada, formada em
literatura, com mestrado
em comunicação e
tradução literária
concluído em Essex,
Inglaterra? Ela recebera
ótimas referências de
sua ex-professora
Heloísa Buarque de
Holanda, que a ela se
referiu como: “Uma
grande escritora. O
melhor texto produzido
pela poesia brasileira
recente” e da romancista
Nélida Pinón: “Uma
poesia brilhante no meio
deste país tão pouco
poético”. Por que então
se matou?
Em entrevista à revista Isto
É, Maria
Luísa, mãe da poetisa,
declarou que ela “estava
muito instável, chegando
a pedir um remédio para
chorar”. E a própria Ana
Cristina, em Correspondência
Completa, refere-se
a um misterioso “Gil”,
desta forma: “Fica
difícil fazer literatura
tendo Gil como leitor”.
Bonita, talentosa e angustiada. Assim Isto
É define,
no seu número 359, Ana
Cristina Cruz César.
Tal como a angústia,
fatores como o
desemprego, os
distúrbios sexuais, a
solidão, os desajustes
sociais e afetivos e,
nos países
subdesenvolvidos, a
miséria econômica são
as principais causas do
suicídio.
Acrescente-se, ainda,
que o suicídio é também
praticado por crianças.
Em 19 de novembro de
1972, o jornal Folha
de São Paulo noticiava
o suicídio de
Sônia Dalete Ribeiro
Escobar, onze anos,
moradora da capital
paulista, que se
enforcou amarrando uma
corda no cano do
chuveiro de sua casa.
Falta de moral sadia – O
Espiritismo acrescenta a
essas causas conhecidas
os sentimentos malsãos
das criaturas sem o
controle de uma moral
sadia, bem como a
influência de Espíritos
ignorantes ou inimigos.
E mostra-nos que todas
as dores e sofrimentos
são provas necessárias
da alma, das
quais, em circunstância
alguma, poderemos nos
eximir. Devemos, sim,
bendizê-las, por serem
providencial socorro ao
nosso progresso. E
quanto mais nos
rebelamos contra elas,
mais demoradas e
terríveis haverão de
ser.
Acrescente-se que o
suicídio é uma causa
criada pelo próprio
homem, à revelia da
Suprema Lei, que é
harmoniosa e sublime.
Essa rebeldia é que leva o
homem ao desastre
máximo, pelas
escabrosidades cometidas
nos sucessivos
ligamentos das
existências corporais.
Por este raciocínio,
fica patente a razão
pela qual uma criança
pode suicidar-se: a
criança não se mata
voluntariamente, mas
devido a uma forte
tendência suicida,
aliada a outras causas,
como obsessão, desajuste
familiar etc. Daí a
grande responsabilidade
que devemos ter na
educação dos pequenos
que Deus nos confiou.
De resto, todos nós
somos suicidas em
potencial, pelo desgaste
do nosso corpo, através
dos excessos de comida,
bebida, pelo fumo, pela
ingestão de drogas etc.,
o que faz com que muitos
passem à Espiritualidade
como suicidas indiretos,
ou involuntários.
Cada um de nós nasce,
naturalmente, dentro da
evolução e do tempo que
lhe corresponde. Essa é
a lei do Universo.
Infeliz de quem pretende
lutar contra ela.