Volta às aulas?
Atualmente, ao
matricularmos
nossas crianças
nas pré-escolas
e demais séries,
nos vem a
preocupação pelo
que as espera ou
a que elas
estarão
sujeitas.
Especialmente,
as questões
voltadas à
violência. Em
todos os níveis.
Abordamos este
tema a título de
buscar ideias
que intentem
amenizar esse
grave problema.
Bom seria se
soubéssemos
precisar onde
brota a raiz
dessa chaga que
se alastra,
atacando o meio
estudantil. E
arrancá-la, para
sempre. Porém,
enquanto isso
não é possível,
vejamos como
poderemos
contribuir para
que esse mal não
se perpetue e
seja
enfraquecido.
Busquemos
examinar as
nossas atitudes,
o nosso modo de
agir e de
pensar,
relativos à
criança que nos
foi confiada aos
cuidados, e a
tudo que possa
vir a
influenciá-la.
Desde seu meio
familiar ao seu
meio social.
Destacando-se
deste último a
vida social
escolar, que é o
tema que se
pretende
examinar neste
artigo.
Não se espere,
contudo, um
tratado
pedagógico com a
pretensão de
solucionar os
graves problemas
existentes nas
instituições
escolares
referentes às
violências
ocorridas no
meio estudantil.
Não! Apenas
colocações que,
talvez, possam
servir de pontos
a serem
estudados, a fim
de colaborar
para a
diminuição
delas.
Podemos iniciar
nossas
colocações
refletindo sobre
a providência a
ser tomada na
compra de
materiais
escolares. A
proposta aqui é
a de que se
reflita sobre
essa simples mas
importante
atitude.
Munidos da lista
de materiais e,
geralmente,
acompanhados dos
filhos, muitos
pais deixam que
estes escolham
esses materiais.
E eles os
escolhem de
acordo com a
moda ou a “onda”
do momento,
destacando-se,
nesse item, as
questões das
“marcas
famosas”,
disponíveis no
mercado, mas nem
sempre
acessíveis ao
bolso de todos.
Entram na
papelaria ou
livraria, que
neste período de
início das aulas
mais se
apresenta como
uma loja de
brinquedos do
que propriamente
de artigos
escolares.
Deparam-se então
com “mochilas
ursinho”,
“mochilas
bonecas”,
“mochilas
bolas”,
“mochilas
carrinhos”. Além
dos cadernos
estampando em
suas capas fotos
de super-heróis,
de ídolos do
futebol,
apresentadores
de programas
infantis, atores
de novelas,
atores de
cinema, cantores
da parada de
sucesso e por aí
afora. Todos
idolatrados pelo
público
infanto-juvenil...
E, não parando
por aí, temos os
lápis e canetas
decorados com
variadas formas
de bonecos,
carrinhos,
bichinhos e
outros.
Impossível
enumerar a
variedade de
artigos
motivados com
temas não
condizentes com
a educação.
Produtos que,
exageradamente
consumidos pelos
alunos e aceitos
ou aprovados
pelas direções
escolares,
tendem a levar à
criança e o
jovem a desviar
sua atenção do
verdadeiro
objetivo escolar
que é o de
aprender e se
instruir. Desse
modo, podendo
não só
comprometer o
papel da escola,
que é o de
instruir
educando, mas
também
comprometer o
preparo de seus
alunos para um
futuro que todos
esperam ser
promissor e
moralmente
correto.
Produtos esses
elaborados sob o
pretexto
camuflado de
estimular o
estudo e a
frequência dos
alunos na
escola, embora
seja notória a
desnecessária
utilização
deles, uma vez
que nada
contribuem para
o aprendizado
escolar. Em se
respeitando a
opinião de
alguns que
acreditam nesse
tipo de
estímulos, vale
pesar os
resultados
obtidos com tal
técnica e, por
aí, verificar se
ela é válida ou
não.
Não seria mais
interessante
trabalhar a
criança desde os
primeiros anos
escolares
visando a
prepará-la para
a
responsabilidade
com os
compromissos
escolares, que
nada mais são do
que o prenúncio
de suas
responsabilidades
futuras para
consigo mesma,
para com a
família e para
com a sociedade?
Aderindo a estes
convites
consumistas,
oferecidos no
mercado, põe-se
em risco a
seriedade com
que a criança
deve encarar
essa nova etapa
de sua vida.
É preciso
atentar para os
padrões e
valores pelos
quais as
crianças estão
sendo
encaminhadas e
conduzidas nesse
período de suas
vidas, pois
estes
implicarão,
diretamente, sua
conduta
comportamental e
seu proceder
social.
É importante
conscientizar-nos
a respeito de
certos caprichos
próprios das
crianças. Embora
naturais na
idade
pré-escolar,
deve-se evitar
atendê-los, com
o propósito de
precavê-las de
males futuros.
A adesão a
determinados
artigos ditos
escolares, com
tais motivos,
pode provocar
acirradas
disputas e
competições
quanto ao “quem
tem o brinquedo
mais da hora”,
em se tratando
de marcas
famosas,
gerando, não
raro, as
famigeradas
brigas entre
grupos de
alunos. Brigas e
adversidades que
vão desde o
insulto verbal à
agressão
corporal grave.
Estendendo o
assunto para as
séries
seguintes,
chegamos ao
ensino
fundamental e,
posteriormente,
ao ensino médio
e superior.
Nesta etapa,
nossas crianças
já estarão mais
crescidas,
porém, nem por
isso, deixaram
de necessitar de
nossa atenção e
cuidados
redobrados.
Não é improvável
que um bom
número dessas
crianças siga
adiante para as
novas etapas
trazendo
heranças
disformes do
conceito escola
para as séries
seguintes.
Nestes casos,
substituindo a
outrora disputa
do “quem tem o
brinquedo mais
da hora”, pela
disputa do “quem
pode mais”,
fruto daquela
outra! Altera-se
apenas o
cenário. Vemos
agora o pátio
recreativo sendo
palco de
passarela de
modas, incluindo
acessórios
pessoais que
diferem entre
si, demonstrando
a condição
econômica dos
alunos, mais
favorável em uns
e menos
favorável em
outros.
Aqueles que mais
se destacarem no
meio, se não
receberam dos
pais e
familiares a
orientação
adequada de modo
a informá-los de
que o núcleo de
estudo não é
local de
competição e
exibição
pessoal, poderão
se portar com
arrogância e
menosprezo
diante daqueles
que não se
igualem às suas
condições
financeiras.
Poderemos ter aí
o surgimento das
discriminações
preconceituosas,
e da mesma forma
os outros
poderão, também,
por falta das
mesmas
orientações,
reagir contra os
primeiros, se
não pelo
desprezo, pelo
despeito ou pela
inveja. Teremos
então, aí,
instalado a
revolta, nascida
do inconformismo
e da
não-aceitação
das naturais
diferenças
econômicas
existentes na
sociedade
humana.
Outro fator a
ser ponderado é
o de se
questionar o
modo pelo qual
temos lidado com
nossa
autoridade,
diante da
imaturidade de
nossos jovens.
Vale lembrar que
uma criança que
nunca recebe um
“não”, na
intimidade do
lar, terá
dificuldade de
aceitar um “não”
nas experiências
que terá de
vivenciar em sua
trajetória
terrena, o que
pode ocorrer com
todos, sem
exceção, o que
ocorrerá a
partir do
instante em que
deverá ser
“apresentada ou
lançada” ao
mundo exterior,
longe de seu
ambiente
doméstico.
Sendo assim,
pode-se esperar
desse indivíduo
uma reação
contrária ao que
se deseja ou se
espera de uma
pessoa, desde
que não esteja
ela
completamente
consciente, por
falta de
orientações
adquiridas na
família, a
respeito das
atribulações a
que todos nós,
seres sociais,
estamos
sujeitos.
Não nos faltam
exemplos de
jovens e adultos
atuando de
maneira
arbitrária e
irresponsável na
nossa sociedade.
Eles se
encontram
presentes em
todas as classes
sociais. Sejam
os chamados “elitizados”,
“burguesinhos”,
“patricinhas”,
sejam os
chamados “mano”,
“trombadinha”,
quer estejam
matriculados em
escolas
particulares,
quer sejam os
matriculados na
escola pública.
É evidente que
não são somente
tais fatores
relativos à
educação
estudantil que
podem levar
indivíduo a
comportar-se de
modo indesejado
diante da
família e
sociedade.
Entretanto,
entre esses
fatores os
voltados a essa
área são os que
mais exercem
influência sobre
o comportamento
e a conduta de
nossos jovens.
Reflitamos sobre
as ideias aqui
apresentadas,
cientes de que
“se não podemos
mudar o passado,
podemos mudar o
presente,
renovando o
futuro”.