Refletir sobre a
vida de
Francisco de
Assis é uma
oportunidade de
relembrar a
época do Cristo,
os momentos
difíceis da
idade média e o
surgimento do
Espiritismo na
Terra, bem como
nos permite
avaliar o
significado da
paz e do amor.
Na obra “Dias
Venturosos”, o
espírito Amélia
Rodrigues,
através da
mediunidade de
Divaldo Franco,
informa-nos que
Francisco de
Assis é a
reencarnação de
João
Evangelista, que
foi um dos
maiores
apóstolos de
Jesus.
João escreveu um
dos evangelhos
que compõem o
Novo Testamento
e foi o único
dos discípulos
que desencarnou
de forma
natural, sem que
tenha sido morto
cruelmente.
Escreveu,
também, o
apocalipse, que
trata do período
de transição
planetária que
estamos vivendo,
não obstante
esteja revestido
de muita
simbologia.
João conheceu
Jesus quando era
muito novo, por
volta dos 15
anos de idade, e
dedicou toda a
sua vida ao
evangelho. Após
a crucificação
do Cristo foi
viver em Éfeso,
onde passou a
pregar a Boa
Nova, tendo
convidado Maria
de Nazaré para
morar consigo.
É bom lembrar
que João foi o
único narrador
do evangelho a
registrar a
conversa entre
Jesus e
Nicodemos,
quando o Mestre
enfatiza que é
necessário
nascer de novo
para ver o Reino
dos Céus,
falando,
portanto, sobre
a reencarnação e
sua importância
na evolução
espiritual da
criatura humana.
De personalidade
gentil e
amorosa, João
regressa ao
cenário do mundo
físico no século
XII, em Assis,
numa época de
profunda miséria
moral do ser
humano, que
estava distante
de Deus e das
propostas
libertadoras do
Cristo.
A Igreja
Católica estava
contaminada pelo
luxo e pela
indiferença em
relação à
miséria e ao
sofrimento do
povo, por isso
Jesus o convidou
a reconstruir a
Igreja.
Posteriormente,
Francisco de
Assis entenderia
que o convite
não era para
reerguer
fisicamente a
igrejinha de São
Damião, mas para
chamar a atenção
das autoridades
eclesiásticas de
que o amor ao
próximo é a
grande mensagem
do Cristo para o
mundo.
Dessa forma,
Francisco de
Assis, que
renunciou a toda
riqueza da
família, vai com
um grupo de
amigos até o
Palácio de
Latrão, em Roma,
onde viu o Papa
Inocêncio III
mergulhado em
luxo e
diplomacia,
conseguindo
apenas uma
benção e algumas
palavras de
encorajamento.
Francisco de
Assis prosseguiu
amando e
servindo a
todos, inclusive
os hansenianos e
os desprezados
do mundo. Tinha
um carinho
especial com a
natureza, pois
amava os animais
e os vegetais,
sendo que, em
algumas
situações,
aqueles
obedeciam as
suas ordens.
A prece de
Francisco de
Assis é uma das
mais belas e
profundas, tanto
que o espírito
Camilo, no livro
“A Carta Magna
da Paz”, de
psicografia do
médium Raul
Teixeira, além
de tratar de
outros assuntos,
faz uma
incomparável
abordagem sobre
a citada prece.
Num dos
capítulos do
livro, Camilo
destaca o trecho
“Senhor, faze
de mim um
instrumento da
tua paz”.
Diz o benfeitor
que o trecho “faze
de mim”
reflete o nosso
desejo de
ofertar o melhor
para o próximo e
para a vida,
tratando-se,
dessa forma, de
uma decisão
íntima, uma vez
que não há como
impor tal forma
de agir a
ninguém.
Camilo ainda
assevera que ao
usar o termo “um
instrumento”,
Francisco de
Assis desejava
somar e não ser
o único a
trabalhar em
favor da paz,
senão teria dito
que ansiava por
ser o
instrumento da
paz.
Assim sendo, a
rogativa de
Francisco de
Assis mostra-se
atual e
pertinente,
porque nestes
dias difíceis
necessitamos
converter nossa
vida num
evangelho de
feitos com o
escopo de
conquistar a
verdadeira
felicidade e
aliviar o
sofrimento
alheio, e, para
isso, temos que
despertar para o
convite do
Cristo e
decidirmos
lucidamente em
sermos um
instrumento da
paz, no lar, no
ambiente
profissional e
na vida social.
Na obra “A Carta
Magna da Paz”,
Camilo também
traz à baila uma
observação
significativa,
ao mencionar o
método da
contestação
franciscana.
Diz ele que
Francisco de
Assis discordava
de muitas
coisas, mas
nunca adotou
posições
violentas,
críticas verbais
dissolventes,
acidez no trato
com seus irmãos
de caminho,
nenhum anátema,
mas contestava
com a criação de
alguma coisa
nova. Dessa
maneira, não
maldiz, não
pragueja os
ricos: vive com
pobre. Não
promove ruptura
com a igreja,
cheia de
equívocos: trata
de viver no seu
bojo toda a luz
e todo o vigor
aprendido no
Evangelho de
Jesus. Não
instiga uma
classe contra
outra: propõe
condições de
vida em que
qualquer luta de
classes deixa de
ter sentido.
Deveremos adotar
essa postura
pacífica
(contestar
agindo no bem),
de forma que ao
discordarmos de
algo, não
precisamos ser
violentos,
rudes,
maledicentes,
basta dar o
exemplo pessoal,
agindo de forma
correta, elevada
e pautada pelo
amor, sem a
presunção de
mudar o próximo,
mas para a
edificação da
plenitude
interior.
Nesse período de
transição
planetária, o
vigor do exemplo
pessoal, da
fidelidade ao
evangelho terá
mais efeito do
que discursos e
palavras.
Francisco de
Assis tinha o
corpo frágil,
contraiu malária
e hanseníase,
ficou cego,
experimentou a
fome por conta
dos jejuns e da
falta de
alimentos, mas,
como registra o
espírito Joanna
de Ângelis, no
livro
“Liberta-te do
Mal”, suportou
tudo com paz,
cantando
louvores a Deus
e aos Irmãos da
Natureza,
certamente para
nos ensinar a
conduta ideal
perante o
sofrimento.
Seu espírito
iluminou a
grande noite da
idade média,
convidando-nos a
uma vida simples
e com pureza no
coração.
Ao desencarnar
em 4 de outubro
de 1226,
Francisco de
Assis murmurou:
Fiz o que me
cabia. E
após suave pausa
entrecortada
pela respiração
débil, concluiu:
Que Cristo
vos ensine o que
vos cabe. As
Irmãs cotovias,
algumas das
quais ouviram-no
cantar a
Palavra um
dia no passado,
fizeram-se
presentes com
outras, alegres
com a libertação
de Francisco,
voando em
círculos sobre a
choupana modesta
em que ele se
encontrava na
amada
Porciúncula.
(Narrativa de
Joanna de
Angelis na obra
“Liberta-te do
Mal”).
Com o objetivo
de minimizar o
sofrimento da
criatura humana,
Francisco de
Assis opta por
participar de um
grande momento
da Terra, qual
seja, a vinda da
religião
espírita.
Ao compulsar o
item
“prolegômenos”
do Livro dos
Espíritos, vemos
os nomes de
alguns notáveis
espíritos que
participaram da
codificação da
doutrina
espírita, dentre
eles, São João
Evangelista.
Nas recentes
obras de Divaldo
Franco, o
espírito
Philomeno de
Miranda descreve
algumas
admoestações de
Francisco de
Assis proferidos
no mundo
espiritual, que,
dentre as
inúmeras
atribuições, tem
auxiliado na
expansão da
doutrina
espírita.
Cabe-nos
refletir sobre a
vida desse
notável
espírito,
trabalhador
incansável do
evangelho.
Por essa razão,
Joanna de
Ângelis, na
citada obra,
homenageia-o com
o título “Menestrel
de Deus”,
que significa
poeta medieval
de Deus, haja
vista que depois
de Jesus,
Francisco de
Assis foi quem
mais conseguiu
viver o
sentimento do
amor, sendo para
nós a expressão
da simplicidade
e da paz.