Medicina:
comércio ou
missão?
Muito se tem
falado em saúde,
Serviço Nacional
de Saúde,
cuidados de
saúde aos mais
variados níveis,
clínicas,
hospitais
privados,
acordos,
prestação de
serviços etc..
etc. Pouco se
tem falado da
essência de tudo
isto: das
pessoas, dos
seres humanos,
doentes.
Roberta é minha
amiga. Pessoa
simples, leva
vida difícil e
sofrida,
trabalhando
duro, no seu
dia-a-dia, em
limpezas. Apesar
de viver com
dificuldades,
sempre lhe vejo
um sorriso na
cara, e ainda
tem tempo para
tomar conta da
mãe acamada,
fazer a lida da
casa e fazer
voluntariado.
Teve um problema
num joelho. Foi
fazer um RX:
fratura no
joelho. “Vá
ao hospital para
marcar uma
operação no
joelho”. Já
se passaram 18
meses e ainda
não foi chamada!
Filomena é
pediatra.
Trabalhava num
Hospital do
Oeste e queria
cá ficar. A
política
encetada pelo
anterior governo
não o permitiu;
ninguém é
contratado, pois
há que trabalhar
para as
estatísticas.
Filomena,
contrariada, foi
viver em Lisboa,
ficando a
trabalhar num
Hospital da
capital. Passado
um mês, estava a
ser convidada
por uma empresa
de angariação de
médicos, para ir
fazer urgências
no Hospital do
Oeste de onde
tinha vindo,
pois havia falta
de pediatras;
foi ganhar o
dobro do que
ganhava quando
no referido
Hospital, e
ainda por cima
sem a
responsabilidade
de ser chefe de
serviço (para
além do que a
empresa que a
contratou
ganhou!).
Joaquim foi
enterrado em 28
de Julho de
2012. Com 45
anos e 2 filhos
jovens, teve um
leve mal-estar.
Foi-lhe
diagnosticado um
tumor no baço.
Operado numa
famosa clínica
privada de
Lisboa, passados
2 meses em
consulta de
rotina, o médico
apercebe-se que,
após apalpação,
o doente
começava a
desfalecer à sua
frente. Enviado
para as
urgências, tinha
de ser operado
urgentemente,
com uma
hemorragia
interna, mas
faltava um
cheque. Enquanto
um familiar foi
a casa e voltou
com o cheque,
após 6 horas, o
doente faleceu.
Tudo isto
aconteceu em
Portugal, não é
ficção.
Sabendo que
todos os médicos
fazem o
juramento de
Hipócrates, é
natural que haja
bons e maus
médicos, como em
todas as
profissões.
Numa sociedade
ainda
eminentemente
materialista, os
seres humanos,
desconhecendo o
seu componente
espiritual, a
sua
imortalidade, a
reencarnação
como lei
inevitável no
carrossel da
evolução do ser
humano, vivem
como se não
houvesse vida
para além da
morte e
depositam todos
os objetivos da
vida no
dinheiro, no ter
coisas, ao invés
do ser pessoa,
das atitudes,
dos sentimentos,
dos pensamentos.
Nós, Espíritos
eternos,
reencarnamos
para evoluir
moral e
intelectualmente,
essas duas asas
da vida que nos
levarão um dia à
sabedoria.
Reencarnamos
também, para
resgatar erros
de vidas
passadas, que
nos pesam na
consciência. Em
voltando “ao
local do crime”,
passando por
dificuldades
similares (ou
não, conforme as
circunstâncias
necessárias)
àquelas por nós
criadas em vidas
anteriores, o
Espírito
liberta-se do
complexo de
culpa, criando
assim condições
para ascender a
novos patamares
evolutivos.
Dizem os
Espíritos
(pessoas como
nós que largaram
o corpo de carne
pelo fenômeno
natural da morte
do corpo físico)
que o sentimento
mais comum no
mundo espiritual
é o de imensa
perda de tempo
na Terra, de
nostalgia por
essa situação,
em que têm de
voltar para
recomeçar as
mesmas provas
(entre outras),
tal como o aluno
preguiçoso que
não estudou tem
de repetir o ano
escolar,
estudando as
mesmas matérias.
Quando o homem
conhecer o seu
componente
espiritual
e a
reencarnação, a
medicina deixará
de ser um
comércio para
passar a ser uma
missão sagrada
André Luiz, que
foi médico na
Terra, e que
ditou vários
livros através
da mediunidade
de Francisco
Cândido Xavier,
ao adentrar o
além-túmulo,
ficou
estupefacto com
o tão pouco que
sabia, se
comparado com os
meros auxiliares
que trabalhavam
em hospitais no
mundo
espiritual, ele
que fora médico
de renome na
Terra, no
Brasil.
O Espiritismo
vem alertar para
a enorme
responsabilidade
dos nossos atos,
pensamentos e
sentimentos nas
relações
interpessoais, a
repercutirem-se
na nossa vida
sob a forma de
paz ou agitação,
de acordo com a
gênese dos
sentimentos que
lhes deram
origem.
O Espiritismo,
baseando-se no
ensinamento de
Jesus “Não
fazer ao próximo
o que não
desejamos que
nos façam”,
vai mais
adiante,
dizendo, “Fora
da caridade não
há salvação”, e
que, como tal,
devemos “fazer
ao próximo
aquilo que
desejaríamos
para nós
próprios”.
É natural que,
quiçá, aqueles
que hoje
utilizam a
medicina não
para curar, mas
para enriquecer
à custa do
sofrimento
alheio, possam
reencarnar em
situações
sociais pobres,
a fim de,
experimentando
no futuro aquilo
que semearam no
passado, assim
aprendam que os
laços de
fraternidade
entre todos os
seres humanos
são o nosso
tesouro
existencial.
Quando um dia o
homem tiver a
consciência de
que “Nascer,
morrer, renascer
ainda, progredir
sem cessar, tal
é a Lei”,
então a medicina
dos homens
deixará de ser
um negócio, para
passar a ser uma
missão sagrada,
onde o focus
existencial não
estará mais no
lucro, mas sim
no ser humano.
Até lá, façamos
a nossa parte,
dando o exemplo
que arrasta
multidões.
Bibliografia:
Kardec, Allan: O
Livro dos
Espíritos e O
Céu e o Inferno.
Luiz, André:
Nosso Lar.