Eutanásia e vida
Amigos da Terra
perguntam frequentemente
pela opinião dos
companheiros
desencarnados, com
respeito à eutanásia. E
acrescentam que
filósofos e cientistas
diversos aderem hoje à
ideia de se apoiar
longamente a morte
administrada, seja por
imposição de recursos
medicamentosos ou por
abandono de tratamento.
Declaram-se muitos deles
confrangidos diante dos
problemas das crianças
que surgem desfiguradas
no berço, ou à frente
dos portadores de
enfermidades supostas
irreversíveis, muitas
vezes em estado comatoso
nos recintos de
assistência intensiva.
Alguns chegam a indagar
se os pequeninos
excepcionais devem ser
considerados seres
humanos e se existe
piedade em delongar os
constrangimentos dos
enfermos interpretados
por criaturas
semimortas, insensíveis
a qualquer reação.
Entretanto, imaginam
isso pela escassez dos
recursos de
espiritualidade de que
dispõem para dilatar a
visão espiritual para lá
do estágio físico.
É preciso lembrar que,
em matéria de
deformação, os complexos
de culpa determinam
inimagináveis alterações
no corpo espiritual.
O homem vê unicamente o
carro orgânico em que o
espírito viaja no espaço
e no tempo, buscando a
evolução própria, mas
habitualmente não
enxerga os retoques de
aprimoramento ou as
dilapidações que o
passageiro vai
imprimindo em si mesmo,
para efeito de avaliação
de mérito e demérito,
quando se lhe promova o
desembarque na estação
de destino.
À vista disso, o homem
comum não conhece a face
psicológica dos nossos
irmãos suicidas e
homicidas conscientes,
ou daqueles outros que
conscientemente se fazem
pesadelos ou flagelos de
coletividades inteiras.
Devidamente
reencarnados, em tarefas
de reajuste, não mostram
senão o quadro aflitivo
que criaram para si
próprios, de vez que
todo espírito descende
das próprias obras e
revela consigo aquilo
que fez de si mesmo.
Diante das crianças em
prova ou dos irmãos
enfermos, imaginados
irrecuperáveis, medita e
auxilia-os!
Ninguém, por agora, nas
áreas do mundo físico,
pode calcular a
importância de alguns
momentos ou de alguns
dias para o espírito
temporariamente
internado num corpo
doente ou disforme.
*
Perante todos aqueles
que se abeiram da
desencarnação,
compadece-te e ajuda-os
quanto puderes.
Recorda que a ciência
humana é sempre um fato
admirável, em
transformação constante,
embora respeitável pelos
benefícios que presta.
No entanto, não te
esqueças de que a vida é
sempre formação divina,
e, por isto mesmo, em
qualquer parte será
sempre um ato permanente
de amor.
Do cap. 20 do livro
Diálogo dos Vivos,
de autoria de Francisco
Cândido Xavier, J.
Herculano Pires e
Espíritos diversos.