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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 301 - 3 de Março de 2013
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Painéis da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 1)

Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares 

A. Podemos dizer que só existem obsidiados porque há dívidas a pagar?

Sim. Pelo menos é o que afirma o autor da obra que ora estudamos. Segundo ele, é na culpa que se origina o fator causal para a injunção obsessiva. A culpa, consciente ou inconscientemente instalada na casa mental, emite ondas que sintonizam com inteligências doentias, habilitando-se a intercâmbios mórbidos. A obsessão resulta de um conúbio por afinidade de ambos os parceiros. O reflexo de uma ação gera reflexo equivalente. Toda vez que uma atitude agride, recebe uma resposta de violência, tanto quanto, se o endividado se apresenta forrado de sadias intenções para o ressarcimento do débito, encontra benevolência e compreensão para recuperar-se. (Painéis da obsessão, pp. 8 e 9.)

B. Por que o materialismo – ou o comportamento materialista – é tão nocivo ao homem da atualidade? 

Compreender esse fato é muito simples. O materialismo, na atual conjuntura moral e social do planeta, tem respondido por alta carga de compromissos infelizes porque, ao negar os valores éticos da vida, incita o indivíduo ao imediatismo do prazer a qualquer preço e tira do Espírito os estímulos da coragem nobre, facultando assim o desbordar das paixões violentas, que irrompem alucinadas em caudais de revolta e desajuste. Preconizando da vida somente a utilização da matéria, estabelece a guerra pela conquista do gozo, de que o egoísmo se faz elemento essencial. Faltando ao homem os recursos para os cometimentos que persegue, tal ordem de ideias pode arrojá-lo ao crime, em razão de assentar seus valores no jogo das coisas a serem conquistadas, aumentando as frestas das competições insanas, em que a astúcia e a deslealdade assumem preponderância em forma de comportamento do ser. Obviamente, há pessoas que militam nas hostes do materialismo e mantêm uma filosofia existencial digna e uma estrutura ética respeitável; mas a doutrina, em si mesma, anulando as esperanças de sobrevivência, abrevia as metas da vida e retira as resistências morais diante do sofrimento e das incertezas, dos acontecimentos desastrosos e das insatisfações de variada gênese.  (Obra citada, pp. 9 a 11.) 

C. Que é necessário para que possamos conduzir a mente com equilíbrio? 

A reflexão e o exame da sobrevivência do Espírito, o posicionamento numa ética cristã e o estudo da ciência e da filosofia espírita constituem seguras diretrizes para tal cometimento.  Conflitos que trazemos do passado ou das experiências de hoje fazem parte da área de crescimento pessoal de cada Espírito, devendo ser liberados através da ação positiva, diluídos no bem, sublimados pelas atividades do idealismo superior, antes que constituam impedimentos ao avanço, freio no processo de crescimento, amarra constritora ou campo para a fixação de ideias obsessivas. Nesse desiderato, é ao próprio indivíduo que compete a parte mais importante e decisiva, que é, de início, a mudança de atitude mental perante a vida e, logo, o esforço por melhorar-se moralmente. (Obra citada, pp. 11 e 12.) 

Texto para leitura 

1. A conduta mental promove a saúde ou a doença - Na raiz de todas as enfermidades que sitiam o homem encontramos, como causa preponderante, o desequilíbrio dele próprio. O Espírito é o modelador dos equipamentos de que se utilizará na reencarnação. Assim sendo, desdo­bra as células da vesícula seminal sobre as matrizes vibratórias do perispírito, dando surgimento aos folhetos blastodérmicos que se encar­regam de compor os tubos intestinal e nervoso, os tecidos cutâ­neos e todos os elementos constitutivos das organizações física e psí­quica. São bilhões de seres microscópicos, individualizados, que tra­balham sob o comando da mente, que retrata as aquisições anteriores, que cumpre aprimorar ou corrigir. Cada um desses seres, que se ajustam perfeitamente aos implementos vibratórios da alma, emite e capta irradiações específicas, em forma de oscilações eletromagnéticas, que compõem o quadro da individualidade humana. Em razão da conduta men­tal, as células são estimuladas ou bombardeadas pelos fluxos dos inte­resses que lhe aprazem, promovendo a saúde ou dando origem aos desequilíbrios que decorrem da inarmonia, quando essas unidades em estado de mitose degeneram, oferecendo campo às bactérias patológicas que se instalam, vencendo os fatores imunológicos, desativados ou enfraqueci­dos pelas ondas contínuas de mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme, lubricidade e viciações de qualquer natureza que se transformam em poderosos agentes da perturbação e do sofrimento. No caso dos fenômenos teratológicos das patogenias congênitas, encontramos o Espírito infrator encarcerado na organização que desrespeitou impunemente, quando a colocou a serviço da irresponsabilidade ou da alucinação. Problemas de graves mutilações e deficiências, enfermidades irreversí­veis surgem como efeitos da culpa guardada no campo da consciência, em forma de arrependimentos tardios pelas ações nefastas antes pratica­das. (Painéis da obsessão, pp. 7 e 8)

2. O papel do obsidiado é fundamental à própria cura - Neste capí­tulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injunção ob­sessiva; daí porque só existem obsidiados porque há dívidas a resga­tar. A culpa, consciente ou inconscientemente instalada na casa men­tal, emite ondas que sintonizam com inteligências doentias, habili­tando-se a intercâmbios mórbidos. A obsessão resulta de um conúbio por afinidade de ambos os parceiros. O reflexo de uma ação gera reflexo equivalente. Toda vez que uma atitude agride, recebe uma resposta de violência, tanto quanto, se o endividado se apresenta forrado de sa­dias intenções para o ressarcimento do débito, encontra benevolência e compreensão para recuperar-se. Nas obsessões entre encarnados e desen­carnados, es­tes últimos, identificando a irradiação enfermiça do deve­dor, porque são também infelizes, iniciam o cerco ao adversário do passado, atra­vés de imagens mediante as quais se fazem notados, não precisando para isso de palavras. Insinuam-se, assim, com insistência até estabelece­rem o intercâmbio que passam a comandar. De início, é uma vaga ideia que assoma, e depois se repete com insistência, até insculpir no re­ceptor o clichê perturbante que dá início ao desajuste grave. Não existe, portanto, obsessão causada por um dos litigantes, se não hou­ver sintonia perfeita do outro. Quanto maior for a permanên­cia do intercâmbio com o hospedeiro domiciliado no corpo, mais pro­funda se tor­nará a indução obsessiva, levando à alucinação total. É nessa fase – em que a vítima se rende às ideias infelizes do outro – que se origi­nam os simultâneos desequilíbrios orgânicos e psíquicos de variada classificação. A mente, viciada e aturdida pelas ondas pertur­badoras que capta do obsessor, perde o controle harmônico automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas proliferem, dominado­ras. Tal inarmonia propicia a degenerescência celular em for­mas de cânceres, tuberculose, hanseníase e outras doenças de etiopato­genias complexas. Só a radical mudança de comportamento do obsidiado resolve, em definitivo, o problema da obsessão. (Painéis da obsessão, pp. 8 e 9)

3. O materialismo favorece o suicídio - O materialismo, na atual conjuntura moral e social do planeta, tem respondido por alta carga de compromissos infelizes, visto que, negando os valores éticos da vida, incita o indivíduo ao imediatismo do prazer a qualquer preço e tira do Espírito os estímulos da coragem nobre, facultando assim o desbordar das paixões violentas, que irrompem alucinadas em caudais de revolta e desajuste. Preconizando da vida somente a utilização da matéria, esta­belece a guerra pela conquista do gozo, de que o egoísmo se faz ele­mento essencial. Faltando, porém, os recursos para os cometimentos que persegue, arroja o homem ao crime, em razão de assentar seus valo­res no jogo das coisas a serem conquistadas, aumentando as frestas das competições insanas, em que a astúcia e a deslealdade assumem prepon­derância em forma de comportamento do ser. Certo, há pessoas que mili­tam nas hostes do materialismo e mantêm uma filosofia existencial digna e uma estrutura ética respeitável. Mas a doutrina, em si mesma, anulando as esperanças de sobrevivência, abrevia as metas da vida e retira as resistências morais diante do sofrimento e das incertezas, dos acontecimentos desastrosos e das insatisfações de variada gênese. Desarmado de recursos otimistas e sem esperança, o homem não vê outra alternativa, senão o suicídio, quando chamado a testemunhos morais para os quais está despreparado. Incluem-se também aqui os que, deses­truturados por fatores sociais, culturais, econômicos e emocionais, embora catalogados como membros de qualquer igreja, se deixam conduzir por atitudes negadoras, em franco processo de entrega materialista. Emocionalmente frágeis, em presença de qualquer desafio tombam e diante de qualquer infortúnio desfalecem, porquanto não se dão ao tra­balho de reflexionar sobre as finalidades da existência física, vi­vendo, não raro, em expressões de primarismo automatista das necessi­dades primeiras, sem mais altos voos do pensamento ou da emoção... (Painéis da obsessão, pp. 9 a 11))

4. O suicídio é perfeitamente evitável - Uma outra larga faixa dos homens se encontra em vinculação com o processo revolucionário do momento, em que filosofias apressadas e doutrinas ligeiras empolgam os aturdidos novos fiéis, para logo os abandonarem sem as bases sólidas de sustentação emocional, com que enfrentariam as inevitáveis vicissi­tudes que fazem parte do mecanismo da evolução na escola terrena. Sem os exercícios da reflexão mais profunda, sem os hábitos salutares da edificação do bem em si mesmos, sem a constância da prece como inter­câmbio de forças parafísicas, derrapam nas atitudes-surpresa, avan­çando para o suicídio. E o fazem de um salto, quando excitados ou em profunda depressão, ou logram alcançá-lo mediante o largo roteiro da alienação em quadros psicóticos, neuróticos, esquizofrênicos. A princípio, o processo, porque instalado nas matrizes da personalidade em decorrência de vidas passadas malogradas, apresenta predisposições que se concretizam em patologias obsidentes que se vulgarizam e se alastram, dando lugar a uma sociedade ansiosa, angustiada, assinalada por distonias graves. Não desconsiderando os fenômenos de compulsão suicida e de psicoses profundas, pululam os intercursos obsessivos em verdadeiras epidemias. No início, é uma ideia que se insinua; doutras vezes, são um relâmpago fulgurante na noite escura dos sofrimentos, como solução libertadora. Fixa-se, depois, o pensamento infeliz que se adentra, domina os painéis da mente e comanda o comportamento, assina­lando o autocídio como a melhor atitude ante problemas e desafios. Com o tempo, advém o monoideísmo, em torno do qual giram as demais aspirações que cedem lugar ao dominador psíquico, agora senhor da área do raciocínio que se apaga, para dar campo ao gesto tresvariado, sem re­torno. A obsessão é clamorosa enfermidade social que domina o mo­derno pensamento – que desborda do império de fatores dissolventes, elaborados pela mecânica do materialismo disfarçado de idealismos vo­luptuosos que incendeiam mentes e anestesiam sentimentos. A reflexão e o exame da sobrevivência do Espírito, o posicionamento numa ética cristã, o estudo da ciência e da filosofia espírita constituem seguras diretrizes para conduzir a mente com equilíbrio, preservando as emoções com as quais o homem se equipa com segurança para prosseguir na escala evolutiva. Conflitos, que trazemos do passado ou das expe­riências de hoje, fazem parte da área de crescimento pessoal de cada Espírito, devendo ser liberados através da ação positiva, diluídos no bem, sublimados pelas atividades do idealismo superior, antes que constituam impedimentos ao avanço, freio no processo de crescimento, amarra constritora ou campo para a fixação de ideias obsessivas. Cada suicida em potencial necessita de apoio fraternal, terapia espiritual, compreensão moral de quantos o cercam e assistência médica especiali­zada; contudo, é ao paciente que compete a parte mais importante e de­cisiva, que é, de início, a mudança de atitude mental perante a vida e, logo, o esforço por melhorar-se moralmente. (Painéis da obsessão, pp. 11 e 12)  (Continua no próximo número.) 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita