WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 302 - 10 de Março de 2013

ANDRÉ LUIZ ALVES JR.
locutorandreluiz@hotmail.com
São José dos Pinhais, PR (Brasil)

 
 


A Epístola Lentuli


A famosa carta que se popularizou após a publicação do livro “Há Dois Mil Anos” do autor espiritual Emmanuel, mentor das atividades mediúnicas de Chico Xavier, traz consigo um dos maiores e mais fascinantes enigmas já revelados por meio da psicografia xavieriana.

O manuscrito que teria sido produzido por volta do ano 32 da era cristã pelo pretor romano Públius Lentulus, o próprio Emmanuel em uma de suas existências na Terra, era endereçado ao imperador Tibério César e trazia em seu conteúdo a descrição de Jesus de Nazaré, tal qual a conhecemos hoje:

"Nestes tempos apareceu e ainda se encontra entre nós um homem de grande virtude, que se chama Jesus Cristo, o qual é tido pelo povo como profeta da verdade; seus discípulos o chamam de filho de Deus, pois ele ressuscita os mortos e cura os doentes. É um homem notável, de alta estatura e aspecto venerando, que pode inspirar a quem o olha tanto o amor como a temeridade. Seus cabelos são de um tom cobre-acastanhado, levemente ondulados até a altura das orelhas, sendo, a partir daí, mais escuros, encrespados e brilhantes até a altura dos ombros; usa-os repartidos ao meio, ao estilo dos Nazarenos. Seu rosto é bem conformado e de aspecto sereno, não tem rugas nem cicatrizes na face, a qual um rubor moderado torna ainda mais bela, sem nenhuma imperfeição no nariz nem na boca. Tem a barba abundante e avermelhada, quase da cor dos cabelos, não longa, mas bifurcada na altura do queixo. Sua expressão é simples e natural, e seus olhos são azulados e brilhantes. Sua expressão, quando reprova, é severa; quando aconselha, se faz serena e amável, até mesmo quase alegre, mas sem perder a sua dignidade, já que ninguém jamais o viu rir, embora já o tenham visto chorar por vezes. Seu talhe corporal é esbelto, bonito de ver, com mãos e braços proporcionais; fala de modo grave e eloquente, mas é reservado e modesto; seu modo simples de ser, pode ser comparado ao dos demais homens. Passai bem."

No livro, o autor espiritual relata sua vida como orgulhoso patrício romano que exercia a nobre atividade de Cônsul (uma espécie de magistrado com grande autoridade jurídica e legisladora) e que teria ajudado Pôncios Pilatos, prefeito da Judeia, no julgamento de Jesus.

Emmanuel narra que em sua passagem como Lentulus teria tido um rápido encontro com o Nazareno a pedido de sua esposa Lívia, que era simpatizante das ideias do Cristo, para pedir a cura de sua filha Flávia, acometida pela lepra, sendo atendido de imediato.

O documento, conhecido em latim como Epistolae Lentulii, talvez seja o único registro da Physiognomia Christi (em português, fisionomia do Cristo) e faz parte de uma série de documentos apócrifos que compõem o chamado ciclo de Pilatos, podendo ter sido a principal referência da aparência de Jesus. Esses manuscritos seriam documentos oficiais do Império que trazem detalhes do processo de julgamento do Cristo, mas que não foram considerados textos canônicos pela Igreja Católica, por não ser de autoria cristã, critério de exclusão na avaliação de documentos canônicos nos concílios.

O fato é que muita polêmica surgiu após a publicação de "Há Dois Mil Anos" em torno da referida carta. Alguns alegam que nunca existiu na história de Roma um senador com o nome de Públios Lentulus, outros confirmam a existência da carta, mas não atestam sua legitimidade e há quem acredite cegamente tanto na existência da carta quanto na do senador romano.

Há de se ressaltar que Públios Lentulus dedicou boa parte de sua vida à procura de seu filho Plínio, que fora seqüestrado, e por esse motivo não teve uma vida social intensa, sem fatos dignos de menção, o que pode explicar a omissão de seu nome na história.

Em verdade, a carta de fato existe, mas acredita-se que seja uma tradução datada do século XIX, porém a edição mais antiga de que se tem notícia é do século XI. Alguns historiadores alegam que o documento original seria do século I e que após o calvário de Cristo foi difundido, sofrendo várias traduções e vindo a se perder ao longo do tempo, o que evidenciaria a autenticidade de Emmanuel e suas obras.

O mais interessante é que todos os fatos relatados por Emmanuel em "Há Dois Mil Anos" estão de acordo com os acontecimentos históricos registrados na época, considerando que a primeira edição da obra saiu em 1940, quando se conhecia muito pouco, ou quase nada, acerca da Epístola Lentuli.

Todas essas reflexões são no mínimo intrigantes. Para os admiradores da doutrina espírita, a existência da carta significa a confirmação da grandeza do legado de Chico Xavier.

No ano de 2012, o administrador, escritor e ufólogo Pedro de Campos, autor da obra “Lentulus, Encarnações de Emmanuel”, lançou o livro “A Epístola Lentuli”, uma rica obra que traz um levantamento histórico baseado em registros fidedignos e que busca comprovar a autenticidade do manuscrito sem tomar qualquer posição. O autor apresenta em seu livro argumentos que ajudam o leitor a formar uma opinião sobre o assunto. Vale a pena lê-lo.

 

Referências:

“Há Dois Mil Anos”, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier

“A Epístola Lentuli”, de Pedro de Campos

        

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita