WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 302 - 10 de Março de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 21)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Que ocorreu ao Espírito de Beatriz em seguida à morte do seu corpo?

Nos momentos que se seguiram à morte corpórea, Beatriz (Espírito), ainda inconsciente, se asilava nos braços de irmãs afetuosas, sob o olhar comovido de Neves e de outros familiares em carinhoso desvelo. Ela seria conduzida depois a uma organização socorrista do plano espiritual, no próprio Rio de Janeiro, até que restaurasse as forças, de modo a seguir viagem. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo V, pp. 217 e 218.)

B. A morte de Beatriz produziu alguma mudança no ambiente de sua casa?

Sim. O ambiente caseiro modificou-se por completo, visto que o afastamento dos amigos espirituais que acompanhavam Beatriz deixara a vivenda qual praça desarmada de quaisquer recursos que lhe garantissem a ordem. Transcorrido algum tempo, vagabundos desencarnados nela tiveram acesso livre e o nível dos pensamentos descambou para a conversação libertina. Nem mesmo a dignidade que a morte infundia ao recinto foi acatada. Relatos jocosos irromperam, suplementados pela chacota dos próprios anedotistas. E a bebida, inspirada pelos beberrões desencarnados, foi servida com fartura. (Obra citada, 2ª parte, capítulo V, pp. 219 e 220.)

C. Nemésio Torres confessou à Márcia o desejo de casar-se com Marina?

Sim. Logo que Beatriz faleceu, ele visitou a mãe de Marina e confessou-lhe que amava sua filha e aspirava ao matrimônio. Enlutara-se, é certo, mas em breves semanas o tributo social desapareceria. E, ante os olhos assombrados de Márcia, relacionou parte da fortuna que amontoara, enumerando seis dos melhores apartamentos que possuía e os negócios da imobiliária, cujos lucros eram compensadores. (Obra citada, 2ª parte, capítulo V, pp. 223 a 225.) 

Texto para leitura 

101. Beatriz desencarna - No entardecer do dia imediato, podia-se ver a crescente renovação íntima de Cláudio, que adquirira com Agos­tinho mais amplos recursos de cultura espírita. Moreira também se mo­dificara, ao identificar o resultado de seu esforço junto à enferma. Ele mesmo compreendia que a moça se lhe afinava, com mais segurança, ao apoio fluídico, e regozijava-se com isso. A Providência Divina abençoava o trabalhador bisonho, propiciando-lhe a ventura de contem­plar os grelos promissores das primeiras sementes do bem que ele plan­tava. Moreira sentia-se útil e, por isso, encontrava motivos para con­versar com André e Félix, permutando impressões e solicitando esclare­cimentos, a fim de auxiliar melhor. Cláudio, a seu turno, não se cir­cunscrevia à própria transformação. Desdobrava-se por dispensar à filha todo o carinho e toda a assistência de que era capaz. O genitor não regateava cuidados, nem desencorajava qualquer providência ten­dente a socorrê-la, custasse o que custasse. À noite, o irmão Félix retornou ao hospital e, após felicitar Moreira pela tarefa que reali­zava, comunicou-lhes a desencarnação de dona Beatriz. Como a situação de Marita era estável e os serviços se processavam normalmente, o ben­feitor convocou André a dirigir-se à casa dos Torres. No trajeto, disse-lhe estar preocupado com Marina: era indispensável protegê-la contra a obsessão começante. Moreira se afastara, mas permaneciam no pátio da casa os vampirizadores que ele contratara, e eles trariam, inevitavelmente, outros para tumultuar a vida da moça, comprometida pelo remorso. As palavras e a inflexão de voz de Félix acentuavam-lhe a grandeza d'alma, porquanto ele não via em Marina a jovem corrompida, que André e Neves não hesitariam em enquadrar nas linhas da prostitui­ção, nem lhe conferia certificado de aviltamento nas ideias recôndi­tas. Félix reportava-se à jovem como quem menciona terra nobre que a desídia do cultivador entrega à serpente. Marina, na conceituação dele, era uma filha de Deus, credora de veneração e ternura, e con­fiava nela. (2a parte, cap. V, pp. 215 a 217) 

102. No velório de Beatriz - Reduzida assembleia comparecera ao ve­lório de Beatriz, e Nemésio e Gilberto não entremostravam grande pesar nas fisionomias cansadas e impassíveis. A moléstia prolongada estra­gara-lhes a resistência para a representação de peças sociais, mesmo singelas, e por isso referiam-se à falecida, como alguém que há muito deveria ter partido. Enquanto isso, Beatriz (Espírito), ainda incons­ciente, se asilava nos braços de irmãs afetuosas, sob o olhar comovido de Neves e de outros familiares em carinhoso desvelo. Félix assumiu o comando do atendimento. Beatriz seria conduzida a uma organização so­corrista do plano espiritual, no próprio Rio, até que restaurasse as forças, de modo a seguir viagem. Marina, porém, chorava, tocada de dor sincera e inexprimível, parecendo, naquela assembleia, a única pessoa ligada por laços de amor à piedosa dama que ora deixava o plano fí­sico. Ao fitar o corpo hirto de Beatriz, caiu de joelhos, em lágrimas copiosas, como se quisesse traçar uma longa confissão. O desafogo lhe fez bem, mas, fatigada de insônia e desgastada pela ação dos obsesso­res que lhe exauriam as forças, a jovem sentia medo. Contemplando o cadáver, refletia, através das lágrimas, nos segredos da morte e nos problemas da vida. Se a alma sobrevivia ao corpo – pensava, in­quieta –, decerto que dona Beatriz a veria agora sem o mínimo subter­fúgio, certificando-se de que ela fora, ali, não a enfermeira espontâ­nea, mas a mulher que lhe dominava o esposo e o filho. Atemorizada, rogava-lhe, assim, entendimento, perdão. Que diria aquela boca silen­ciosa, se pudesse falar, depois de auscultar a verdade?! (2a parte, cap. V, pp. 217 e 218) 

103. Marina sente remorsos - Nemésio e Gilberto, comovidos com o choro de Marina, fitavam-na enternecidos, exprimindo reconhecimento nos olhos, cada qual desejando nela a companheira ideal para casamento próximo, sem a menor suspeita quanto às convicções um do outro. A falta de Beatriz no ambiente caseiro produziu, logo, viva mudança na casa, visto que o afastamento dos amigos espirituais que a acompanha­vam deixara a vivenda qual praça desarmada de quaisquer recursos que lhe garantissem a ordem. Transcorrido algum tempo, vagabundos desen­carnados nela tiveram acesso livre e o nível dos pensamentos descambou para a conversação libertina. Nem mesmo a dignidade que a morte infun­dia ao recinto foi acatada. Relatos jocosos irromperam, suplementados pela chacota dos próprios anedotistas. A bebida, inspirada pelos beber­rões desencarnados, foi servida com fartura. Prevendo a levian­dade, irmão Félix recomendou se aplicasse à falecida recursos aneste­siantes, para que se lhe mantivesse o isolamento do licencioso festim. Os derradeiros afeiçoados de Beatriz, no plano espiritual, se retira­ram, discretos, e até André e Félix deixaram a residência, alta madru­gada, depois do socorro à Marina, relegando os despojos da nobre se­nhora às grossas nuvens de emanações alcoólicas que instalavam, em toda a habitação, atmosfera dificilmente respirável. No dia seguinte, Marina, apesar de acabados os funerais, permaneceu em casa dos Torres, pois o próprio Nemésio pediu à dona Márcia concordasse em que Marina continuasse orientando as servidoras que lhe atendiam a casa. Mais al­gumas semanas – disse ele – e tudo se aclararia satisfatoriamente. Marina, contudo, explorada nas próprias energias pelos agentes pertur­badores contratados por Moreira, definhava no leito. Trancada no quarto, remoía a deslealdade que cultivara, incessantemente, diante de Beatriz e se culpava pelo desastre que arruinara Marita, a quem não tinha coragem de visitar ou rever. A jovem chorava, ouvia vozes, de­clarava-se perseguida por vultos estranhos. Fugia, assim, de todos, enfadada, nervosa, e, se recebia Nemésio ou Gilberto, caía em crise de pranto que nem os conselhos e os medicamentos conseguiam remover. (2a parte, cap. V, pp. 219 e 220) 

104. Nemésio visita a mãe de Marina - Passados cinco dias de apre­ensões, Nemésio telefonou para dona Márcia, rogando-lhe permissão para um entendimento pessoal, no Flamengo, na manhã seguinte. Marina andava abatida; tencionava, pois, levá-la a Petrópolis, onde a mudança de ares e o clima serrano lhe fariam bem. Era preciso, contudo, ouvir a família, fazer planos. Dona Márcia, aguardando Gilberto para genro e ignorando a intimidade entre a filha e Nemésio, não podia compreender toda a extensão da preocupação que o senhor Torres revelava por Ma­rina. A entrevista realizou-se no horário combinado. Nemésio, ao ver dona Márcia, uma criatura bem-apessoada num modelo de algodão transpa­rente e suave, não sabia se a genitora era uma segunda edição da filha ou se a filha era segunda edição dela. Comodamente sentados, a pales­tra começou pela troca de sentimentos recíprocos. Pêsames pela morte de Beatriz, pesar pelo acidente ocorrido com Marita. Encantado com a personalidade de Márcia, Nemésio tocou no assunto principal da pales­tra. "A senhora descanse – falou-lhe, eufórico –, Marina seguirá em minha companhia, tudo em ordem. Creia que a mudança de ares é a tera­pêutica adequada. A pobrezinha merece repouso, excedeu-se em tra­balho..." Dona Márcia disse não ter quaisquer objeções, mas estranhava tal viagem assim, à pressa... "Enquanto sua esposa estava de cama –  observou –, a permanência de minha filha em sua casa era justa, mas agora... Sei que Marina não se encontra no convívio de estranhos, o senhor para nós não é somente o diretor da firma em que ela trabalha, o senhor para ela é também um amigo, um protetor, um pai..." (2a parte, cap. V, pp. 220 a 222) 

105. Nemésio confessa seu amor pela jovem - Ao ouvir esta última frase, Nemésio não resistiu, e disse à dona Márcia que Marina era para ele muito mais do que um amigo, um protetor, um pai. Dona Márcia es­tremeceu. Que queria o senhor Torres dizer com semelhante afirmação? E, instintivamente, lembrou-se das suspeitas de Cláudio a respeito da filha. Teriam os passeios e divertimentos de Nemésio com Marina – que ela jul­gara fossem apenas motivos de consolação para um velho sofrido – o aspecto inconfessável que o marido lhes conferia? Dona Márcia, num átimo, empregou então toda a sua curiosidade feminil no rico nego­ciante, fisgando-o de alto a baixo, e descobriu no viúvo atrativos marcantes, suscetíveis de impressionar favoravelmente qualquer moça desprevenida. O velho Torres ganharia de Gilberto em qualquer torneio de sedução. Dona Márcia quis então falar, mas engasgou-se, tremeu, desconcertou-se, ao passo que Nemésio sorriu, atribuindo-lhe a emoção ao contentamento da mãe que se garante, quanto ao futuro da filha, aduzindo: "A senhora não tem razões para afligir-se. Marina é credora de minha melhor consideração. Esteja convicta de que, nestes dois me­ses de trato diário, ela vem desfrutando a maior liberdade em minha casa. É hoje dona de nossa absoluta intimidade. Estou certo de que a senhora é dama de nossa época, sem clausura e sem preconceitos. Não se agastará, desse modo, ao saber que Marina em meu lar faz o que quer, gasta o que quer, dorme onde quer, sem que ninguém a incomode..." Már­cia, que não abarcara ainda todo o sentido das palavras de Torres, es­boçou um sorriso brejeiro e falou-lhe, afável: "Bem, eu não tenho uma filha namorando, no tempo dos mártires; no entanto, gostaria que o senhor fosse mais explícito..." Nemésio confessou-lhe, então, o pró­prio romance. Amava-lhe a filha, aspirava ao matrimônio. Enlutara-se, é certo, mas em breves semanas o tributo social desapareceria. E, ante os olhos assombrados de Márcia, relacionou parte da fortuna que amon­toara, enumerando seis dos melhores apartamentos que possuía e os ne­gócios da imobiliária, cujos lucros eram compensadores. (2a parte, cap. V, pp. 223 a 225) (Continua no próximo número.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita