No final da década de 1970
esteve em nossa região o
saudoso poeta paraibano
Eurícledes Formiga, para um
ciclo de palestras.
Durante sua exposição na
cidade de Jaguapitã, por
várias vezes citou fatos
pitorescos da vida de Chico
Xavier, enriquecendo muito
sua mensagem.
Não tivemos a oportunidade
de conhecer Formiga. Quando
adentramos as fileiras do
Espiritismo ele já se
encontrava na pátria
espiritual. Tivemos acesso a
essa palestra através de uma
pequena fita cassete com a
gravação da palestra, que
era propriedade de Hugo
Gonçalves, diretor deste
jornal, que no-la cedeu.
Disse Eurícledes: “Um dia o
Chico contou uma coisa
maravilhosa dentro desse
contexto que é a nossa
exposição informal. Ele
disse o seguinte: - Certa
vez, na Índia, um sábio
passava com seu discípulo, à
margem do rio Ganges, quando
viu um escorpião que se
afogava. Ele então correu e,
com a mão, retirou o
animalzinho, e o trouxe à
terra firme.
Naquele instante, o
escorpião o picou... Dizem
que é uma dor terrível...
Inchou a mão do sábio.
Assim que ele o colocou no
chão, pacientemente, o
escorpião voltou para a
água. E ele, com a mão já
inchada, debaixo daquelas
dores violentas, vai e o
retira novamente.
E o discípulo a observar...
Numa terceira vez que ele
traz o escorpião, já com a
mão bastante inchada e as
dores violentas, ele o põe
mais distante, em terra. Aí,
o discípulo já não suporta
mais aquilo, e diz: -
Mestre, eu não estou
entendendo... Este animal...
É a terceira vez que o
senhor vai retirá-lo da água
e ele pica sua mão dessa
maneira. O senhor deve estar
sofrendo dores horríveis...
E ele, com a fisionomia
plácida das almas que
conhecem o segredo do bem,
daqueles que já realmente
conquistaram um território
de amor e de renúncia no
coração e que têm a visão
das verdades celestes,
vira-se para o discípulo e
diz: - Meu filho, por
enquanto a natureza dele é
de picar, mas a minha é de
salvar!”
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