Diante do Cristo
Alexandre
Melo Morais
Diante do Cristo
encontra-se o
homem à frente
da luz do mundo.
Antes dele,
embora a ciência
de Hermes, a
filosofia de
Sócrates e a
religião de
Buda, que lhe
foram excelsos
mensageiros, a
vida no mundo
era a absoluta
dominação da
conquista.
Tenebrosa noite
envolvendo o
sentimento, rios
de sangue
afogando a
celebração...
Ei-lo, no
entanto, que se
manifesta no
trono da
humildade,
convidando as
Nações à glória
da sabedoria e
do amor.
Seu programa
divino, a
espelhar-se no
Evangelho que
lhe reúne as
boas-novas da
salvação,
preconiza a
fraternidade ao
invés do
egoísmo, a
renúncia
edificante em
vez da posse
inútil, o perdão
em lugar da
vingança, o
trabalho com a
supressão da
inércia, a
liberdade, com o
olvido da
escravidão, e o
auxílio à
felicidade dos
outros, como
garantia da
própria
felicidade.
Defendendo-lhe o
código de luz,
de Tibério a
Diocleciano,
milhares e
milhares de
criaturas sofrem
a flagelação e a
morte no decurso
de quase
trezentos anos.
Além disso,
desde a
conversão de
Constantino, em
312, até a morte
de Isaac II, em
1204, do
Ocidente ao
Oriente todas as
gerações de
príncipes e
guerreiros
senhorearam a
casta dos
sacerdotes,
oprimindo as
lições do
Senhor.
E
desde a
perseguição
ordenada por
Inocêncio III
contra os
albigenses, em
1209, até a
Revolução
Francesa, a
casta dos
sacerdotes,
através de todos
os processos da
imposição
inquisitorial,
senhoreou as
gerações de
príncipes e
guerreiros,
deturpando os
ensinamentos do
Divino Enviado.
Durante quinze
séculos
sucessivos, os
religiosos e os
políticos, com
justas exceções,
empenharam-se ao
dogmatismo e à
violência, à
crueldade e à
devassidão, à
vindita e ao
banditismo
coroado.
Eis, porém, que,
na atualidade,
com a evolução
do Direito,
acalentado ao
sol dos
princípios
cristãos,
culminando na
extinção do
cativeiro
organizado, no
seio de todos os
povos cultos da
Terra, temos no
Espiritismo o
Cristianismo
renascente,
concitando-nos,
de novo, ao
reinado do amor
e da sabedoria.
Qual aconteceu
ao próprio
Evangelho, a
Doutrina que o
revive nasce sem
guerras de
sangue e
lágrimas...
A
fonte da Verdade
e do Bem sulca o
terreno moral do
mundo, ao
alcance de
ignorantes e
sábios, felizes
e infelizes,
justos e
injustos.
Até ontem, à
face da aventura
política
dominando
tribunais e
escolas,
casernas e
santuários, era
de todo
impraticável a
experiência
cristã na vida
individual.
Hoje,
entretanto, com
o avanço da
ideia religiosa
que nos cabe
preservar nobre
e livre, pela
dignificação e
excelência de
nossa conduta,
conseguimos
empreender o
nosso reencontro
com Jesus,
elegendo-o
Mestre
incomparável de
nossos destinos,
podendo
reverenciá-Lo
cada dia em
nosso próprio
espírito,
repetindo a
antiga saudação
dos primeiros
seguidores da
Boa-Nova –
“Salve Cristo!”
– não mais com o
objetivo de
empunhar, de
imediato, a
palma do
martírio e da
morte, mas a fim
de viver e
servir com o
nosso Mestre e
Senhor para a
eternidade.
Do livro
Vozes do Grande
Além, de
autoria de
Espíritos
diversos por
intermédio do
médium Francisco
Cândido Xavier.