Calvário de redenção
Tão gloriosa a mensagem
de Jesus, que ela
consegue nos transportar
para as regiões
sublimes e etéreas do
espaço cósmico, onde se
encontram os Espíritos
nobres que já se
libertaram de todas as
imperfeições grosseiras
da matéria e auxiliam na
jornada de iluminação do
orbe terráqueo.
A Boa Nova surgiu como
alavanca que impulsiona
o espírito humano para o
trabalho de renovação
moral e psíquica,
desenvolvendo os valores
nobres,
concomitantemente para
que a criatura humana
possa crescer para que
ela possa alcançar a sua
plenitude.
A mensagem de Jesus
chega como bálsamo
regenerador das
enfermidades da alma que
existem em todos nós. O
Evangelho é o mecanismo
divino, é o instrumento
sublime, em que a
criatura humana tem a
oportunidade de começar
a sua transformação
moral, e serve também
como alerta em relação à
nossa conduta, em
relação aos verdadeiros
valores da vida em que
muitas vezes tomamos
decisões equivocadas,
insistimos em permanecer
errando e,
consequentemente,
dificultamos a nossa
ascensão espiritual em
direção do bem, do belo,
do nobre.
O nosso calvário de
redenção está ligado
inteiramente às
dificuldades que todos
aqueles que optam por
Jesus devem enfrentar,
por serem os seus
ensinamentos
intrinsecamente
relacionados a todas as
vicissitudes e
renúncias, buscando
sempre sintonizar com os
seus ensinamentos.
Quando Jesus nos pede
que “cada um carregue a
sua cruz, se quiser
seguir-me”, ele nos
mostra a necessidade que
todos nós temos de
aceitar as dificuldades
como forma de ascensão e
de crescimento e que
aquele que souber
carregar a sua cruz
conseguirá livrar-se das
dificuldades existentes
na vilegiatura carnal,
necessárias para o
crescimento e
aprimoramento do
Espírito em sua
caminhada evolutiva, que
muitas vezes é árdua,
mas que será compensada
um dia na verdadeira
vida, que é a vida
espiritual onde o
Espírito atua em sua
plenitude.
Assim, lembremo-nos da
saga dos cristãos
primitivos que tinham a
honra de dizer: Sou
cristão e tinham o
orgulho de ser cristão,
principalmente nos
momentos mais difíceis,
quando recrudesceram as
perseguições do
Imperador Nero pelo ano
de 64 d.C. Foram, então,
cerca de 249 anos de
carnificina sistemática
onde quem se dissesse
cristão era levado a
cárceres imundos e
abarrotados, tendo o
corpos esquartejado,
queimado, mutilado ou
envenenado, como
acontecera Inácio de
Antioquia, que foi preso
a ferros e levado a
Roma. Na condição de
prisioneiro, ao admirar
a bela cidade romana,
foi inquirido por seu
algoz que não entendia
sua admiração por aquela
cidade. E Inácio
respondeu: Se o Senhor
da vida fez esta cidade
maravilhosa para vós que
sois mau e pérfido,
imaginemos o que ele
guarda no seu reino de
amor para o justo e
misericordioso? E ele,
Inácio de Antioquia, foi
levado em um magote
humano ao circo romano
para que as feras da
Núbia pudessem
estraçalhar as carnes
dos cristãos, quando os
leões atacaram a todos,
menos a Inácio que assim
pensava: Meu Deus, eu
não mereço morrer pelo
Cristo?
Eis que um vulto, então,
se materializa em sua
frente: era o próprio
Mestre que lhe diz:
"Inácio, morrer pela
minha mensagem é muito
fácil, difícil é viver e
suportar todas as
humilhações em meu nome.
Tu viverás e sofrerás na
carne todas as
dificuldades que aqueles
que escolheram a minha
mensagem terão que
passar enquanto
estiverem na jornada
terrestre. Assim, ama e
perdoa os teus algozes
porque eles não sabem o
que fazem. Quanto a ti,
já conheces a minha
mensagem e necessitas
levá-la para os simples
e humildes de coração
que são todos os homens
que precisam conhecer a
mensagem de libertação e
iluminação para que
alcancem níveis cósmicos
de evolução, fazendo
assim brilhar a luz que
está internamente
inserida em cada um de
nós. O nosso calvário é
de amor, o nosso
calvário é de paz, o
nosso calvário é de
vida".
Cabe, assim, ao espírita
cristão
conscientizar-se da sua
posição na sociedade em
que moureja e dos seus
compromissos assumidos
na colaboração da
reforma moral do
planeta, que estagia em
mundo de provas e
expiações, mas logo mais
passará à condição de
mundo de regeneração em
que reencarnarão almas
mais doces, mais nobres,
mais angelicais, com o
intuito de ajudar a
evolução do planeta.
Conscientizemo-nos cada
vez mais de que hoje não
existe o circo, não
existem as fogueiras,
mas existem sim as lutas
redentoras que nos
permitem, cada vez mais,
tornar-nos melhores e em
direção do Rabi da
Galileia, que continua
sendo nosso roteiro
maior de libertação.