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Clássicos do Espiritismo
Ano 6 - N° 306 - 7 de Abril de 2013
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 



A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 31)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Nas aparições reais verifica-se sempre a transmissão de mensagem verbal?

Não. Segundo Myers, é muito difícil encontrar uma aparição que implique uma mensagem verbal; o mais frequente é que sejam automáticas na aparência e desprovidas de objetivo. (A Personalidade Humana, capítulo VII  – Os fantasmas dos mortos.)

B. Esta obra menciona algum caso de manifestações póstumas em que sua origem transcendental haja sido provada?

Sim. Dentre as manifestações póstumas observadas, diz Myers que existe um grupo delas constituído por mensagens orais que, ao menos em certos casos, proporcionam prova de sua origem póstuma. (Obra citada. Capítulo VII  – Os fantasmas dos mortos.)

C. Quais são as condições que permitem estabelecer que uma aparição de uma pessoa morta é algo além de uma simples alucinação?

Myers relaciona, para tal objetivo, as três condições abaixo citadas:

1) diversas pessoas podem, independentes umas das outras, ser impressionadas pelo mesmo fenômeno;

2) o fantasma pode proporcionar informações, mais tarde, confirmadas como verdadeiras, sobre algo que a pessoa que recebe não possuía anteriormente qualquer ideia;

3) o sujeito que recebe pode fornecer uma descrição exata e precisa de uma pessoa que nunca viu, cujo aspecto lhe é totalmente desconhecido. (Obra citada. Capítulo VII  – Os fantasmas dos mortos.)

Texto para leitura

738. Podemos dizer, de uma maneira geral, que a experiência e a observação nos permitiram separar cinco categorias de fenômenos:

1) a sugestão hipnótica;

2) as experiências telepáticas;

3) a telepatia espontânea durante a vida;

4) os fantasmas que sobrevêm no momento da morte;

5) as aparições após a morte.

739. Achamos, além disso, que em cada uma destas fases se observam as mesmas formas de comunicação; de modo que esta semelhança constante de formas permite supor que o mecanismo que preside as manifestações é o mesmo em cada uma destas fases. Adotando uma divisão sumária, podemos atribuir a cada fase três formas de manifestação:

a) alucinações dos sentidos;

b) impulsos emocionais e motores;

c) mensagens mentais determinadas.

740. Iniciemos por um grupo de experiências em que está ausente a telepatia, mas que mostram em sua forma mais simples o mecanismo da transmissão automática de mensagens, de uma camada para outra da personalidade. Falo das sugestões pós-hipnóticas. Nestas o agente é representado por um homem vivo, que age pelos meios comuns, pela palavra direta. O traço característico é dado pelo estado da pessoa que recebe, hipnotizada nesse momento, e que, portanto, sofre uma forma de desintegração da personalidade, de afloramento momentâneo de uma parte do seu eu que no estado normal está profundamente oculto. Essa personalidade hipnótica, que atinge por momentos a superfície, recebe a sugestão verbal do agente, do que o eu desperto do sujeito que recebe não possui a menor ideia. Mais tarde, quando o eu desperto readquiriu sua posição superficial, o eu hipnótico realiza, no momento aprazado, a sugestão, um ato cuja origem é desconhecida da camada superficial da consciência, mas que constitui, na realidade, uma mensagem enviada à camada superficial pela camada que está, de fato, submersa ou subconsciente, que recebeu, de início, a sugestão.

741. Essa mensagem pode revestir uma das três formas principais, acima mencionadas: a de uma imagem alucinatória do hipnotizador ou de outra pessoal qualquer; de um impulso para realizar determinado ato; a de certa frase para que a escreva automaticamente o eu desperto, que apreende dessa forma a ordem que recebera o eu hipnótico durante a ausência da consciência desperta.

742. Em nossas experiências relativas à transmissão do pensamento o agente continua sendo um homem vivo, mas que já não age pelos meios comuns, como a palavra falada ou os gestos visíveis. Atua sobre o eu subconsciente do sujeito que recebe, com auxílio de um impulso telepático que projeta intencionalmente, e que o próprio sujeito pode estar desejoso de receber, mas cujo modus operandi continua afastado do eu desperto de cada um deles.

743. As mensagens desta categoria podem, por sua vez, ser divididas em três grupos, idênticas às anteriores: figuras alucinatórias que representam sempre, ou quase, a imagem do agente que ele faz visível ao sujeito que recebe; impulsos de agir, comunicados telepaticamente, como no caso do hipnotizador que quer que o sujeito venha buscá-lo, a determinada hora, sem que o avise previamente; a escrita pós-hipnótica de palavras e de figuras definidas, como consequência de uma transmissão telepática de palavras, figuras, etc., por parte do agente, utilizando-se de meios de comunicação que não os comuns, ao sujeito que recebe, quer hipnotizado, quer desperto.

744. Nas aparições espontâneas que advêm durante a vida, encontramos os mesmos três grandes grupos de mensagens, com a diferença de que as aparições reais, raras em nossas experiências telepáticas, se transformam, neste ponto, no grupo mais importante.

745. Não tenho necessidade de recordar os casos citados nos capítulos IV e VI, onde um agente que sofre uma crise súbita parece, de algum modo, realizar uma aparição visível a um sujeito distante. Assemelham-se, também, a estes casos, não menos importantes, de dupla aparição, nos quais o agente é visto diversas vezes sob a forma de fantasma, por pessoas diversas, em momentos desprovidos de crise.

746. Temos ainda, entre as impressões telepáticas produzidas (espontânea, não experimentalmente) pelos agentes vivos, casos que não há necessidade de recapitular aqui, em que existe uma profunda sensação de angústia ou um impulso a voltar para casa, semelhante ao impulso experimentado pelo sujeito que se aproxima do hipnotizador distante, no momento em que este o deseja.

747. Encontramos também os três mesmos grupos de mensagens nos casos de aparições que se produzem no momento da morte. Nossos leitores já conhecem os casos visuais, em que a aparição de um homem moribundo é vista por uma ou mais pessoas, e os casos emocionais e motores, onde a impressão, ainda que muito poderosa, já não possui a característica sensória. E foram publicados inúmeros casos onde a mensagem consistia em palavras definidas que nem sempre eram exteriorizadas sob a forma de uma alucinação auditiva, senão que, às vezes, eram pronunciadas ou escritas automaticamente, como no caso relatado pelo Dr. Liébault, no qual uma jovem escreve uma mensagem, anunciando a morte de seu amigo, no momento em que este morria numa cidade distante. (Phantasms of the Living, I, pág. 293.)

748. Considero que os casos post mortem podem ser classificados da mesma forma e que os três grupos principais se observarão na mesma proporção. Os mais notáveis são os das aparições reais, que constituirão o tema básico das páginas seguintes. É muito difícil encontrar uma aparição que implique uma mensagem verbal; o mais frequente é que sejam automáticas na aparência e desprovidas de objetivo. Veremos também um grupo de casos post mortem emocionais e motores, talvez mais numerosos do que parece indicar nossa coletânea, porque, tendo em vista o caráter vago e indeterminado da impressão, seu testemunho a favor de uma comunicação com uma pessoa morta só raramente é utilizado.

749. Afirmo também que ao lado desses grupos de manifestações póstumas existe um terceiro, constituído por mensagens orais que, ao menos em certos casos, proporcionam prova de sua origem póstuma. Deixo, para a comodidade do leitor, esses casos motores para o capítulo seguinte, de modo que a prova que temos da sobrevivência será, por enquanto, muito incompleta. Em todo caso temos perante nós uma tarefa bem definida: devemos, neste capítulo, recordar e analisar as experiências sensoriais dos vivos que parecem poder ser atribuídas à ação de alguma individualidade humana que persiste após a morte.

750. Trataremos de verificar, pois a coisa não parece ser evidente à primeira vista, as condições que caracterizam um fantasma visual ou auditivo, para poder ser considerado como um indício da influência exercida por um Espírito desencarnado. O melhor que nos resta é citar as palavras proferidas na Sociedade de Investigações Psíquicas, por Gurney, em 1888, quando se discutiu essa questão. Estas palavras conservam hoje em dia todo o seu valor, embora os anos que se passaram tenham multiplicado consideravelmente os testemunhos e acrescentado outras provas em favor das comunicações póstumas que agora vamos enfrentar.

751. Disse Gurney:

“Os que acompanharam as informações e discussões publicadas no Compte-Rendu e no Diário desta sociedade sabem, sem que haja necessidade de insistir nesse fato, como são escassas as provas que apareceram, inclusive às pessoas instruídas, em apoio da aparição real de amigos mortos, que justificam esta crença. A razão pode ser formulada em poucas palavras. Na maioria dos casos, em que a pessoa pretendia ter visto ou ter-se comunicado com amigos e parentes mortos, nada existe que permita diferenciar o fenômeno que se apresentou aos sentidos, de uma mera alucinação subjetiva. Apesar da simplicidade desta proposição, a verdade que encerra continuou fora de suspeita durante séculos. Só em época relativamente recente as alucinações sensoriais começaram a ser compreendidas e constatou-se que os objetos mais ilusórios podem conseguir, às vezes, um extremo grau de clareza. Mas esses conceitos não tiveram, ainda, tempo de penetrar no espírito do povo. A resposta comum, do sentido comum, médio, a qualquer relato de aparição, é que a testemunha mente ou exagera, grosseiramente, está louca ou bêbada ou num estado de excitação emocional, naquele instante, ou também é vítima de uma ilusão, de uma falsa interpretação de um som ou de uma visão de caráter meramente objetivo. Mas um estudo aprofundado da questão não deve tardar, mostrando que na maioria dos casos há que eliminar todas essas hipóteses, que a testemunha goza de ótima saúde, sem apresentar qualquer desvio emocional e que o que vê e ouve pode ter uma origem exclusivamente subjetiva; ser uma projeção do próprio cérebro. E, naturalmente, pode esperar que, entre os objetos que desta maneira se apresentam, um certo número tome a forma de um vulto ou voz humana, que o sujeito reconhece como a de uma pessoa morta; porque a recordação desses vultos e vozes faz parte de sua bagagem mental, e as imagens latentes estão prontas para fornecer a matéria das alucinações da vigília, do mesmo modo que fornece aos sonhos”.

752. É evidente, além disso, que nos casos conhecidos de aparições de mortos falta o elemento que permite distinguir certas aparições de pessoas vivas, das alucinações meramente subjetivas. Esse elemento consiste na coincidência entre a aparição e algum estado crítico ou excepcional da pessoa que aparentemente aparece; mas, no que concerne às pessoas mortas, não possuímos qualquer conhecimento de seu estado, nem, em consequência, a ocasião de observar uma coincidência desse gênero.

753. Restam três, e só três, condições que permitem estabelecer uma presunção a favor do fato de que uma aparição ou qualquer outra manifestação imediata de uma pessoa morta é algo além do que uma simples alucinação subjetiva:

1) diversas pessoas podem, independentes umas das outras, ser impressionadas pelo mesmo fenômeno;

2) o fantasma pode proporcionar informações, mais tarde, confirmadas como verdadeiras, sobre algo que a pessoa que recebe não possuía anteriormente qualquer ideia;

3) o sujeito que recebe pode fornecer uma descrição exata e precisa de uma pessoa que nunca viu, cujo aspecto lhe é totalmente desconhecido.

754. Mas, para que estas três condições, mesmo realizadas, sejam suficientes para permitir que se atribua a uma aparição uma causa que fica à margem do Espírito do sujeito que recebe, os fatos desse gênero possuem uma característica muito geral, e que proporciona uma nova prova a favor da exteriorização da causa. É o número excepcionalmente grande de casos que surgem pouco depois da morte da pessoa representada.

755. Essa relação de tempo se repete com bastante frequência, é de uma natureza a tornar provável a origem objetiva do fenômeno, de uma maneira análoga à que nos encaminha à conclusão de que tal aparição de uma pessoa viva possua alguma origem objetiva (telepática). Pois que, conforme a teoria das probabilidades, uma alucinação que representa uma pessoa conhecida não se apresentara como um acontecimento especial, como a morte dessa pessoa, uma relação de tempo determinada em proporção igual à das alucinações similares que se produzem; se a proporção é, de fato, deveras elevada, estamos autorizados a reconhecer a ação de um fator distinto do acaso, isto é, de uma causa objetiva externa.

756. A questão da relação de tempo adquire, assim, um significado particular. O espírito popular se apressa a dar uma explicação de um fato notável, antes mesmo que o fato se torne estável. Assim, diz-se que a pessoa morta vem consolar o coração dos familiares desesperados, enquanto que sua dor ainda está viva, ou que seu “espírito” está “ligado à terra” e só aos poucos pode-se libertar. Ou então é-nos apresentada uma teoria como a de Assier, segundo a qual restaria após a morte da consciência e da individualidade uma base para manifestação física que só aos poucos desaparece.

757. Não discutirei qualquer dessas hipóteses. No momento vamos tratar das aparições póstumas e a única questão que nos interessa é a de saber se esses fatos podem ser relacionados a uma causa externa. De sua relação com esta questão capital, da pesquisa relativa à frequência com que esses fenômenos se produzem, logo após a morte, deriva toda a sua importância.

758. Reunindo um grande número de testemunhos originais, relativos às alucinações sensoriais, espantou-me, pela primeira vez, a enorme proporção de casos em que o fantasma representava um amigo ou parente, recém-falecido.

759. De 231 alucinações que representavam seres humanos reconhecidos, 28, ou seja, uma oitava parte, surgiram várias semanas após a morte da pessoa representada. Portanto, possuímos duas razões para dar pouco valor a este fato. Em primeiro lugar, um fantasma que representa uma pessoa recém-falecida é mais suscetível de despertar o interesse e de ser notado e aquilatado, o que contribui para elevar a proporção dos casos desse gênero numa coletânea como a nossa. Em segundo lugar, o fato da morte era do conhecimento da pessoa que percebe, em todos os casos relatados.

760. Parece, pois, natural concluir que o estado emocional dessa pessoa basta para perceber a alucinação; e essa explicação será adotada pela maioria dos pesquisadores, psicólogos e médicos. (Continua no próximo número.) 




 


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