A
liberação
do
aborto
de
novo
volta à
cena
Hoje,
quando
esta
revista
está
completando
6 anos
de vida,
estamos
obviamente
muito
felizes,
mas, ao
mesmo
tempo,
preocupados,
visto
que
determinadas
questões
que
discutíamos
no
primeiro
número
da
revista
continuam,
lamentavelmente,
na pauta
das
discussões
que
ocorrem
em nosso
país.
Uma
delas
diz
respeito
ao tema
aborto.
Na seção
O
Espiritismo
responde
de nossa
edição
inaugural
o tema
tratado
foi
exatamente
a
proposta,
feita
pelo
então
Ministro
de
Saúde,
no
sentido
da
liberação
do
aborto.
O texto
que
publicamos
na
ocasião
lembrou-nos
como o
Espiritismo
examina
a
questão
do
aborto,
uma
prática
que,
conforme
assinalamos,
implica
três
lamentáveis
equívocos
por
parte de
quem a
promove:
1.)
impede
que um
Espírito
reencarne
e, por
conseguinte,
progrida.
2.)
recusa a
chegada
de um
filho
que
representa,
talvez,
o
instrumento
que Deus
tenha
dado aos
pais
para
ajudá-los
na
jornada
evolutiva,
por meio
dos
cuidados,
das
renúncias,
das
preocupações
e
trabalhos
que
teriam.
3.)
transgride
o
mandamento
divino
“Não
matarás”,
sem dar
à vítima
a menor
chance
de
defesa.
Como
sabemos,
em
muitos
países a
liberação
do
aborto
praticado
sem
causa
justa já
tem o
amparo
da Lei,
tal como
o
Ministro
de Saúde
do
governo
anterior
pretendia.
Contudo,
de
acordo
com a
doutrina
espírita,
jamais
tal
prática
encontrará
justificativa
perante
Deus, a
não ser
em casos
especialíssimos,
quando o
médico
honrado,
sincero
e
consciente
entende
que a
continuação
da
gravidez
põe em
perigo a
vida da
gestante.
(O link
que
remete o
leitor
ao texto
a que
nos
reportamos
é -
http://www.oconsolador.com.br/1/oespiritismoresponde.html.)
Seis
anos se
passaram
e hoje o
que se
vê é
que, à
intenção
de
certos
setores
governamentais,
se
ajuntou
um grupo
de
médicos
que,
valendo-se
de sua
posição
à frente
do
Conselho
Federal
de
Medicina,
persiste
no mesmo
propósito,
esquecido
de que a
Medicina
existe
no mundo
para
salvar,
não para
matar
pessoas.
O médico
e
professor
dr.
Alexander
Moreira-Almeida,
da
Faculdade
de
Medicina
da
Universidade
Federal
de Juiz
de
Fora-MG,
indignado
com a
posição
firmada
pelo
Conselho
Federal
de
Medicina,
divulgou
no final
de março
uma
Carta
Aberta
que
publicamos
na
edição
passada,
nesta
mesma
revista,
na seção
de
“Cartas”.
Eis um
trecho
da Carta
dirigida
ao CFM e
ao
Conselho
Regional
de
Medicina
de Minas
Gerais:
“Reitero
minha
indignação
ao
posicionamento
do CFM
de
defender
a
legalização
do
aborto
eugênico
(‘quando
o feto
padecer
de
graves e
incuráveis
anomalias
que
inviabilizem
a vida
independente’)
e do
aborto
até as
12
semanas
de
gestação
caso a
mãe
deseje.
Uma
tomada
de
posição
como
esta,
que vai
frontalmente
contra a
tradição
médica
brasileira
de
defesa
da vida
e de
busca de
oferecimento
de
cuidados
a todos
aqueles
em
sofrimento,
só
poderia
ser
considerada
após um
amplo
debate
com a
comunidade
médica
do
Brasil e
se
chegar a
um
consenso.”
Na
Carta,
seu
autor
lembra
que, ao
contrário
do
anunciado
na nota
divulgada
pelo CFM,
o tema
não foi
amplamente
debatido
entre os
médicos:
“Em
nenhum
momento
vi
publicações
ou fui
notificado
que o
CFM
cogitava
apresentar
um
posicionamento
neste
sentido.
Fiz
pesquisa
com o
tema
aborto
no site
do CFM e
não
encontrei
nenhum
texto
que
indicasse
que o
CFM
discutia
um
posicionamento
formal
sobre o
tema.”
Noutro
trecho,
diz o
dr.
Alexander:
“(...) a
nota
publicada
pelo CFM
apresenta
graves
contradições
internas.
Diz que
aborto
deve ser
crime,
mas
defende
sua
legalidade.
Usa uma
série de
eufemismos
para
mascarar
a
decisão
que
tomaram
de modo
arbitrário
em nome
de 400
mil
médicos.
Dizem
não
haver
‘descriminalização
do
aborto’,
mas
criação
de
‘causas
excludentes
de
ilicitude’.
Acho que
subestimam
a
inteligência
dos
médicos.”
Esperamos
que esse
posicionamento
tão
claro a
respeito
do tema
aborto
ajude a
sensibilizar
os
governantes
e os
parlamentares
deste
país,
para que
projetos
como o
proposto
tenham o
destino
que
merecem:
a
gaveta,
melhor
dizendo,
a cesta
do lixo.
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