Sexo e Destino
André Luiz
(Parte
25)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Sexo e Destino,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1963 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Por que Nemésio mudou
radicalmente seu
comportamento,
tornando-se agressivo
para com Marina?
Nemésio Torres ficara
decepcionado e irritado
com a recusa de Marina
em desposá-lo e, por
isso, disse à jovem que
ela lhe pagaria a
desconsideração e jamais
lhe permitiria a
felicidade junto de
Gilberto, seu filho, que
ele passara também a
odiar. Ciente disso,
Moreira revelou a André
Luiz que chusmas de
Espíritos perturbadores,
após a desencarnação de
Beatriz, se voltaram
para Nemésio, a quem
exploravam agora as
energias genésicas,
fato que concorreu para
a mudança do seu
comportamento.
(Sexo e Destino, 2ª
parte, capítulos VIII e
IX, pp. 263 e 264.)
B. A que se destinava o
instituto “Almas Irmãs”?
O instituto, que era
formado por muitas
construções e ocupava
quatro quilômetros
quadrados de edifícios e
arruamentos, parques e
jardins, destinava-se ao
socorro dos irmãos
necessitados de
reeducação sexual.
Neves, que já conhecia o
instituto, disse que a
agremiação possuía vasta
dependência reservada a
enfermos e que os
verdadeiros alienados em
consequência de
alucinações emotivas,
trazidas da Terra,
permaneciam reclusos em
manicômios, sob
tratamento, sempre que
apartados das falanges
dementadas nas regiões
tenebrosas.
(Obra citada, 2ª parte,
capítulo IX, pp. 265 a
267.)
C. O instituto preparava
os futuros candidatos à
reencarnação na Terra?
Sim. O instituto era, em
verdade, um
hospital-escola de suma
importância para os
candidatos à
reencarnação. Os
internados ou estudantes
vinham, em maioria, de
estâncias purgatoriais,
após alijarem as
consequências mais
imediatas dos vícios e
paixões aviltantes,
acalentadas no plano
físico. Examinados com
rigor, atendiam a
critério de seleção, nas
paragens de angústia
expiatória em que se
demoravam, e somente
depois de julgados
dignos entravam naquele
pouso de refazimento
para estações mais ou
menos longas de estudo e
meditação, pesquisando
as causas e observando
os efeitos das quedas de
natureza afetiva em que
se haviam precipitado.
Depois de instruídos,
são eles recambiados ao
domicílio terrestre,
onde reencarnam nos
ambientes em que faliram
e, tanto quanto
possível, nas equipes
consanguíneas que lhes
impuseram prejuízos ou
lhes sofreram os danos.
(Obra citada, 2ª parte,
capítulo IX, pp. 265 a
267.)
Texto para leitura
121. Márcia diz
que entre ambos tudo
acabou - Cláudio
contou à esposa que
vinha orando, desde a
véspera, rogando a Jesus
o inspirasse, no sentido
de revelar-se a ela,
abertamente, para que
ela lhe perdoasse e o
compreendesse.
Concedia-lhes Deus o
futuro à frente.
Penitenciar-se-ia
quanto aos erros
cometidos; dispunha-se a
testemunhar-lhe
fidelidade, afeição.
Márcia, porém,
aprumou-se de um salto,
pôs as mãos na cintura
e, numa risada de
escárnio, zombeteou:
"Sim, senhor! O diabo,
depois de velho, se fez
ermitão!... sempre a
mesma história!..." E
aditou, com ar de troça:
"Era só o que faltava!
Você espírita!... Eu
logo vi!... Juro que no
hospital você já estava
nessa baboseira. Aquele
jeito de conversar,
quando Nemésio e eu
fomos lá, aquele modo de
tratar Marita!... Ora,
ora!... quem teria
hipnotizado você dessa
forma?!..." Francamente
ofendido, Cláudio
perguntou-lhe se ela
conhecia o Espiritismo.
Márcia respondeu,
irônica: "Perfeitamente,
conheço sim! Quando
Aracélia morreu, andei
conversando nisso com
amigas e acabei
desistindo". "Os
espíritas me parecem
cães querendo sentar na
poltrona da falsa
virtude. Asneira deles!
Temos de rolar é no chão
mesmo..." Cláudio
replicou dizendo não
pensar assim. "Pois se
você pensa de maneira
diversa e se é verdade
tudo o que você me falou
– continuou Márcia –, é
pena que a mudança
chegue tão tarde!...
Venho de Petrópolis,
justamente para dizer a
você que entre nós tudo
está acabado... Agora,
meu velho, faça a sua
vida, que eu vou me
arranjar..." Cláudio
escutou-a, muito triste,
e, recordando os textos
lidos no hospital,
concluiu que aquele
matrimônio destruído era
obra dele mesmo.
Recolhia agora apenas o
que semeara. Uma filha
morta, outra doente e a
esposa obsessa. Mas, num
átimo, o "homem velho"
despertou e lhe veio a
ideia do revide. Não
estava habilitado a
receber tanta injúria
sem revolta.
Indignou-se. Quis
esbravejar, reagir,
espancá-la. Entretanto,
ao querer deslocar a
destra, a fim de
agredi-la, a noção de
responsabilidade
acordou-se-lhe, de
repente. Cláudio
recordou, então, o
hospital e reviu na
imaginação a pequena mão
gelada de Marita que o
saudava, num gesto de
perdão, no momento de
adeus. (2a
parte, cap. VIII, pp.
257 e 258)
122. Cláudio
visita a filha -
Ao lembrar-se de Marita,
súbita calma lhe tomou
o coração e ele entrou
em lágrimas copiosas.
Márcia divertiu-se.
Destacou que não faria
falta a um marido que se
efeminara, tornando-se
poltrão e choramingueiro,
e afirmou que, mediante
aquele espetáculo de
covardia, estava
decidida a não contar
com Marina refeita.
Tomaria atitude. Nada
mais tinha a ver com
aquela casa. Dizendo que
mandaria buscar depois
os seus pertences,
estrondou a porta,
vociferando, colérica,
sem dizer nem mais uma
palavra ao esposo, que
permaneceu na sala,
esmagado de sofrimento.
Cláudio, após refazer as
forças, procurou
Salomão, em sua farmácia
em Copacabana, de onde
telefonou ao médico que
a esposa nomeara. O
especialista foi
cortês. Cláudio poderia
ver Marina no dia
seguinte. Ciente do caso
da jovem, Salomão
prometeu ajudá-la,
informando possuir
diversos companheiros
dedicados à
desobsessão. Em
seguida, vendo que
Cláudio estava
desesperado, procurou
confortá-lo, permutando
confidências, projetos,
esperanças. Partilhariam
atividades espirituais,
seriam irmãos no
trabalho. Cláudio
retornou ao Flamengo,
aliviado, e no dia
seguinte visitou a
filha, que encontrou sob
forte depressão.
Emagrecera.
Desfigurara-se. Seus
olhos revelavam uma alma
incendiada de angústia.
Moreira, já a postos,
esmerava-se por fazer o
que prometera a Félix. A
moça abraçou-se ao pai
numa explosão de
lágrimas e perguntou
pela mãe. Por que não
viera? Por que a
desprezava? Empenhou-se
Cláudio em acalmá-la e
fê-lo de tal modo que a
menina, espantada,
cobrou mais ampla
lucidez. O pai
dirigiu-se a ela num
tom que nunca ouvira e
lhe falou, então, que
fora iniciado nos
júbilos da prece, desde
o acidente que lhe
arrebatara Marita, de
cuja desencarnação a
inteirou com afetuosa
cautela. Esclarecendo
que lhe transmitiria
oportunamente as
instruções recebidas de
amigos, acerca da
reencarnação, do
sofrimento reparador, da
obsessão e do
intercâmbio espiritual,
pediu-lhe tivesse
paciência, calma e
confiança naqueles que
a tratavam. (Cap. VIII,
pp. 259 e 260)
123. Marina
desabafa com o pai
- Cláudio disse à filha
que estava ali para
alentá-la, entendê-la.
Que desabafasse; nada
lhe ocultasse; nada
temesse. Queria vê-la
robusta, feliz. Essas
palavras foram ditas com
tanto carinho e tanto
amor, que ela se lhe
aconchegou ao peito com
mais devoção e,
confiante no apoio
paterno, confessou-lhe
todo o seu envolvimento
com Nemésio Torres, que
se apaixonara por ela e
de quem se fizera
companheira. Narrou em
seguida o namoro com
Gilberto, que desde o
primeiro encontro
admitiu ser o homem com
que sonhava. Revelou,
então, sua dupla ligação
com o pai e o filho,
esclarecendo que a
indiferença que sentia
por Nemésio
transformara-se depois
em aversão, à medida que
aumentava o amor pelo
rapaz. A morte de
Beatriz precipitara os
acontecimentos. Vendo
que o chefe estava
positivamente decidido
ao matrimônio,
apegara-se a Gilberto
com loucura, a ponto de
ser surpreendida por
Nemésio em situação
desconcertante. Cláudio
a escutava, compungido.
Parecia que tomava
contacto com os
familiares pela primeira
vez, em toda a vida.
Machucado ainda pelas
palavras de Márcia,
ignorava agora quais as
feridas que mais lhe
doíam na alma, se as que
a insensibilidade da
mulher lhe abrira no
espírito, se as que lhe
eram produzidas nos
tecidos do coração pelos
segredos da filha.
Enlaçou-a, porém, com
mais ternura, e Marina,
encorajada, repetiu que
anelava libertar-se de
Nemésio, ansiando
casar-se com Gilberto.
Cláudio prometeu
cooperar, destacando, no
entanto, a necessidade
da saúde primeiro. O
doloroso relatório,
porém, não terminara,
porquanto Marina o
cientificou de que, ali
mesmo, quatro dias
atrás, fora visitada por
Nemésio, que lhe
asseverara que não a
cederia ao filho de modo
algum e que a esperaria
para as segundas
núpcias, mantendo todos
os compromissos
anteriormente
formulados, se ela
abandonasse o rapaz, a
quem, na qualidade de
pai, pretendia remover
para o Sul. Porque
respondera claramente
que não renunciaria a
Gilberto, Nemésio
revoltara-se, ameaçando
matá-la, caso o
preterisse. (Cap. VIII,
pp. 261 a 263)
124. Nemésio
promete vingar-se
- Marina chorara,
suplicara compaixão,
assegurando não ter
coragem de fingir por
mais tempo. Amava
Gilberto, queria viver
com ele e por ele.
Nemésio, porém, rira,
acentuando que ela lhe
pagaria a
desconsideração, que
jamais lhe permitiria a
felicidade junto daquele
filho que passara a
odiar e que, para
humilhá-la,
acintosamente,
conquistara as atenções
de Márcia, sem qualquer
resistência,
decidindo-se a levá-la
para Petrópolis, em
lugar dela mesma.
Moreira confirmou para
André essa informação,
aditando que chusmas de
Espíritos perturbadores,
após a desencarnação de
Beatriz, lhe haviam
arrebatado o marido,
explorando-lhe as
energias genésicas.
Cláudio percebeu a
gravidade do problema,
mas reconfortou a filha,
prometendo tudo fazer
para que seus planos de
felicidade fossem
concretizados. Quando
ele se retirou do
hospital, André foi com
Neves ao encontro de
Félix. Neves
encontrava-se asserenado,
contente, porquanto
acompanhava o
restabelecimento de
Beatriz, nutrindo
júbilos novos. Relatou
então as surpresas da
filha recém-chegada ao
plano superior, onde
afeições de outros
tempos e familiares
queridos chegavam de
longe para felicitá-la.
É que Beatriz concluíra
nobre tarefa – dentre
as muitas empresas
admiráveis cuja extensão
é avaliável apenas na
pátria dos Espíritos –
a tarefa da renovação
íntima, obtida à custa
de sacrifícios
ignorados. As lágrimas
vertidas no silêncio e
as dores anônimas lhe
haviam granjeado paz e
luz. Decerto não
retornara alçada à
glória angélica, mas,
tanto quanto possível,
na condição em que
renascera, voltara
triunfante. (2a
parte, cap. VIII e IX,
pp. 263 e 264)
125. O instituto
"Almas Irmãs" -
Em breve tempo, Neves e
André chegavam ao
instituto "Almas Irmãs",
destinado ao socorro dos
irmãos necessitados de
reeducação sexual e que,
exibindo plano extenso
de construções, ocupava
quatro quilômetros
quadrados de edifícios e
arruamentos, parques e
jardins. Inalava-se ali
tranquilidade, alegria.
Rostos sorridentes os
saudavam, de permeio com
os semblantes
circunspectos que lhes
lançavam olhares de
simpatia. Todas as
idades ali se
expressavam nos
companheiros de ambos os
sexos. Neves, que já
conhecia o instituto,
informou que a
agremiação possuía vasta
dependência reservada a
enfermos e que os
verdadeiros alienados em
consequência de
alucinações emotivas,
trazidas da Terra,
permaneciam reclusos em
manicômios, sob
tratamento, sempre que
apartados das falanges
dementadas nas regiões
tenebrosas. As entidades
que os cumprimentavam,
tranquilas, pacificadas
e lúcidas, remanesciam
de tragédias passionais
vividas intensamente no
mundo. Belino Andrade,
amigo que André não via
fazia aproximadamente
dez anos, avisou-os de
que Félix os atenderia
mais tarde, na própria
residência. O amigo,
depois dos cumprimentos,
informou-os de que eles
pisavam num
hospital-escola de suma
importância para os
candidatos à
reencarnação. Os
internados ou estudantes
vinham, em maioria, de
estâncias purgatoriais,
após alijarem as
consequências mais
imediatas dos vícios e
paixões aviltantes,
acalentadas no plano
físico. Examinados com
rigor, atendiam a
critério de seleção, nas
paragens de angústia
expiatória em que se
demoravam, e somente
depois de julgados
dignos entravam naquele
pouso de refazimento
para estações mais ou
menos longas de estudo e
meditação, pesquisando
as causas e observando
os efeitos das quedas de
natureza afetiva em que
se haviam precipitado.
Depois de instruídos,
todos são recambiados ao
domicílio terrestre,
onde reencarnam nos
ambientes em que faliram
e, tanto quanto
possível, nas equipes
consanguíneas que lhes
impuseram prejuízos ou
lhes sofreram os danos.
No instituto obtinham a
láurea do conhecimento;
na Terra volviam a
aplicá-lo, através das
dificuldades e tentações
da faina material, que
nos comprovam a
assimilação das
virtudes adquiridas.
(Cap. IX, pp. 265 a 267)
(Continua no próximo
número.)