Considerações
sobre
a adoração
Em O Livro dos
Espíritos, lemos
que a verdadeira
adoração é a do
coração, e que
em todas as
nossas ações,
imaginemos
sempre que o
Senhor está
conosco. (1)
Numa
conceituação
simples, podemos
dizer que a
adoração
consiste na
elevação do
pensamento a
Deus; é, em
síntese, um modo
de expressar
amor, admiração
ou gratidão pela
divindade, e
pode ser
realizada de
forma exterior
ou íntima, pois
o importante é a
sinceridade de
propósito, para
que não se
transforme numa
farsa ou vã
simulação.
Mesmo sabedores
de que a
verdadeira
adoração poderia
dispensar
manifestações
materiais, não
podemos olvidar
que a adoração
exterior tem a
sua importância
e também é
respeitável,
conforme falou
Emmanuel:
“Realmente, toda
movimentação
nesse sentido é
respeitável,
ainda mesmo
quando cometemos
o erro comum de
esquecer os
famintos da
estrada, em
favor das
suntuosidades do
culto, porque o
amor e a
gratidão ao
Poder Celeste,
mesmo quando mal
conduzidos,
merecem
veneração”. (2)
No entanto, a
adoração pode
ser feita
cotidianamente,
pedindo,
agradecendo ou
louvando a Deus,
de forma simples
e prática -
evitando o mal e
fazendo o bem;
porque evitar o
mal e fazer o
bem é a maior
prova de
respeito e amor
a Deus, bem
como, a melhor
forma de unir a
Ele nosso
coração.
Por isso, antes
de tentarmos
sintonizar nossa
mente ao Pai,
através da
adoração ou
prece (que
também é uma
forma de
adoração),
precisamos munir
o coração de
bons
sentimentos,
como ensinou
Jesus:
“Portanto, se
estiveres
apresentando a
tua oferta no
altar, e aí te
lembrares de que
teu irmão tem
alguma coisa
contra ti, deixa
ali diante do
altar a tua
oferta, e vai
conciliar-te
primeiro com teu
irmão, e depois
vem apresentar a
tua oferta”. (3)
Com estas
palavras, Jesus
nos ensinou que
sendo Deus a
fonte perene de
amor, não
poderemos com
Ele nos
comunicar se
temos o coração
envenenado por
ressentimentos
ou
contrariedades.
*
Os altares e os
templos de pedra
são recursos
materiais que
alguns
indivíduos
necessitam para
facilitar a
concentração.
Mas, dia virá em
que aprenderão a
adorar em
espírito e
verdade e,
então,
dispensarão os
condicionamentos
materiais, e
assim aprenderão
a erigir o
verdadeiro altar
na intimidade do
coração, para
consagrá-lo ao
divino Pai.
A
benfeitora
Joanna de
Ângelis, através
da mediunidade
de Divaldo
Pereira Franco,
advertiu: “A
maneira mais
agradável de
adorar a Deus é
elevar o
pensamento a
Ele, através do
culto ao bem e
do amor ao
próximo. Desce à
dor e ergue o
combalido à
saúde íntima;
mergulha no paul
e levanta ao
planalto os que
ali encontres;
curva-te para
socorrer, no
entanto, ascende
no rumo de Deus
pelo pensamento
ligado ao seu
amor e vencerás
os óbices”. (4)
Ainda que para
nós a mais comum
seja a adoração
passiva, a
benfeitora
espiritual nos
convida à
adoração
dinâmica,
através da qual
concretizamos o
nosso amor a
Deus em obras de
amor ao
próximo.
O
benfeitor
Emmanuel disse
que devemos
apresentar ao
Senhor as nossas
oferendas e
sacrifícios em
quotas
abençoadas de
amor ao próximo,
adorando-o,
através do altar
do coração, e
prosseguindo no
trabalho que nos
cabe realizar. (5)
Eis por que
Jesus falou
sobre a
necessidade de
reconciliação
antes da oferta
ou adoração: a
reconciliação
sincera é um ato
de amor; é,
usando as
palavras da
benfeitora,
“mergulhar no
paul” do
ressentimento e
“levantar ao
planalto” do
entendimento
através do
perdão, e dessa
forma validarmos
a nossa oferta
ou adoração a
Deus.
*
Em O
Livro dos
Espíritos encontramos:
654 - Deus dá
preferência aos
que O adoram
desse ou daquele
modo?
– Deus prefere
os que O adoram
verdadeiramente
com o coração,
com sinceridade,
fazendo o bem e
evitando o mal,
àqueles que
acreditam
honrá-lo por
cerimônias que
não os tornam
melhores para
com seus
semelhantes.
Os rituais e as
fórmulas tidos
em algumas
religiões como
poderosos,
apenas
impressionam as
mentes
destituídas de
conhecimento
sobre a
verdadeira
natureza de
Deus. Justamente
por essa
ignorância a
respeito de Deus
foi que Jesus,
no diálogo com a
Samaritana junto
ao poço de Jacó,
advertiu-a: “Vós
adorais o que
não conheceis;
nós adoramos o
que conhecemos;
porque a
salvação vem dos
judeus. Mas a
hora vem, e
agora é, em que
os verdadeiros
adoradores
adorarão o Pai
em espírito e em
verdade; porque
o Pai procura a
tais que assim o
adorem. Deus é
Espírito, e é
necessário que
os que o adoram
o adorem em
espírito e em
verdade”. (6)
Por ter o pleno
conhecimento a
respeito de
Deus, Jesus não
o limitou à
condição humana,
o que era muito
comum até então
(lembremos o
relato bíblico
que afirma que
as ofertas de
Abel agradaram a
Deus mais do que
as de Caim);
apresentou-o
como Espírito e,
como tal,
deveria ser
adorado - em
espírito e
verdade.
Referências:
(1) O
Livro dos
Espíritos,
resposta à
questão 653.
(2) Fonte
Viva, cap. 93,
F. Cândido
Xavier.
(3) Mateus,
5: 23, 24.
(4) Leis
Morais da Vida,
LEAL, pg.17.
(5) Fonte
Viva, cap. 93,
F. Cândido
Xavier.
(6) João,
4:22-24.