Acreditar em
Deus é
determinante
para os efeitos
da crença em
nossa vida e
saúde
Se, para muitos,
a religião não
deve ser
misturada com a
ciência, estudos
em diferentes
universidades,
de várias
localidades do
mundo,
demonstram que a
saúde e o
bem-estar de um
paciente
dependem
bastante da
capacidade do
médico de lidar
com sua fé e
religiosidade, e
não apenas com
seu quadro
clínico.
Como fator
promotor de
saúde, a
religião tem
funções
importantes
nesse sentido:
promove
comportamentos
de vida
sustentáveis e
ajuda a
desenvolver e a
manter
sociedades e
famílias
voltadas para
nossa proteção,
além do estímulo
a evoluir cada
vez mais como
ser humano, para
alcançar no
final da vida o
desejado
encontro com
Deus.
Médico e
presidente da
Associação
Médico-Espírita
do Mato Grosso
do Sul, autor
dos livros
Fisiologia
Transdimensional,
A
Reencarnação
como Lei
Biológica,
Ser Médico e
Ser Humano e
O Homem no
Fundo do Espelho,
Décio Iandoli
Júnior afirma
que a informação
de que a crença
em Deus pode
trazer
benefícios à
saúde, a
humanidade traz
de maneira quase
inata, mas que
agora, com as
pesquisas
científicas,
isso tem se
confirmado.
“Vários aspectos
da crença em
Deus podem
promover a
saúde: dá
sentido às dores
e significado ao
sofrimento; traz
esperança de
recuperação na
doença; traz
expectativa de
vida após a
morte; e reduz o
estresse
emocional.
Entretanto, essa
crença também
pode trazer
malefícios,
dependendo da
forma como
acreditamos em
Deus, por
exemplo, se
passamos toda a
responsabilidade
por nossa vida
para Ele, se
acreditamos em
dogmas geradores
de ansiedade,
como o inferno
pela eternidade
para os
pecadores, ou no
castigo divino
de um deus
vingativo e
severo,
antropomórfico.
Sendo assim, a
forma de
acreditar em
Deus é
determinante
para os efeitos
que essa crença
provocará em
nossas vidas e
em nossa saúde”,
explica.
Sobre a
possibilidade de
a continuidade
da vida poder
trazer melhorias
às pessoas,
Iandoli defende
que, à medida
que nossas
perspectivas
mudam, passamos
a ver nossa vida
encarnada de uma
forma mais
próxima da
realidade, ou
seja, como algo
temporário, uma
experiência
didática,
levando nossa
atenção ao que
realmente
importa, que é a
construção
interna, a do
nosso espírito.
“Para a maioria
de nós, a crença
em Deus e na
imortalidade da
alma só aparece
de uma forma
teórica nos
momentos de dor
ou dificuldade,
e permanecemos
empregando
nossas forças e
atenção nos
aspectos
materiais e
temporais que a
encarnação nos
apresenta. A
firme convicção
na vida após a
morte pode
ajudar as
pessoas a
ajustarem o foco
de suas vidas”,
afirma.
Dogmas
Há religiões
que, apesar da
crença em Deus,
podem apresentar
aspectos
negativos nos
tratamentos de
saúde. Nesse
caso, Iandoli
crê que o
problema está
nos dogmas, ou
seja, as
premissas
básicas de uma
religião, que
devem ser
aceitas sem
discussão, sem
questionamentos,
e a partir das
quais se
desenvolve o
pensamento
filosófico-doutrinário.
“Acontece que os
dogmas não são
verdades por si,
são imposições,
e geralmente
levam a
raciocínios e
conclusões
errôneas, além
de afastar seus
seguidores de
avanços
importantes da
Medicina,
provocando
prejuízo à
saúde. Alguns
aspectos
conhecidos são
um bom exemplo
desse problema,
como é o caso da
proibição de
vacinar as
crianças, de se
fazer o
pré-natal ou de
receber
transfusão de
sangue”, diz.
Muitos estudos
científicos têm
embasado a
relação
religião-saúde.
Um dos
principais
autores nesse
sentido é o dr.
Harold Koenig,
da Universidade
de
Duke
nos Estados
Unidos. Seus
trabalhos
publicados já
evidenciam a
importância
dessa relação, a
ponto de
surgirem
disciplinas na
maior parte das
universidades
norte-americanas
para estudar o
assunto. Não é
mais uma questão
de “se”, mas de
“como” nossa
espiritualidade
interfere na
saúde. “Muitos
autores já se
debruçam sobre o
assunto e
diversas teorias
e constatações
têm surgido.
Particularmente,
acreditamos que
esses estudos
estão,
lentamente,
descortinando a
‘interface
físico-etérica’,
ou seja, as
estruturas e os
mecanismos
transdimensionais
que permitem a
relação
cérebro-mente,
corpo-espírito.
Nossos estudos e
reflexões sobre
o assunto, que
têm como ponto
de partida a
obra de André
Luiz,
psicografada por
Francisco
Cândido Xavier,
apontam-nos para
uma biologia
voltada para a
Física Quântica,
a Bioquímica e a
Genética, e já
contamos com
importantes
trabalhos nessas
áreas do
conhecimento,
como os livros
A Biologia da
Crença, de
Bruce H. Lipton;
Moléculas da
Emoção, de
Candace Pert; e
Código Divino,
de Kazuo
Murakami”,
lembra.
Religião e fé
Mas como
diferenciar fé
de religião? A
fé é nossa
construção
íntima, gerada a
partir de
influências
culturais,
incluindo a
religião,
reagindo com
nossas
experiências de
vida e nossa
capacidade
crítica. “A fé
não refletida, a
aceitação tácita
dos dogmas é, em
minha opinião, o
maior de todos
os problemas que
enfrentamos como
coletividade.
Nossa fé deve
ser construída
de forma
racional e
discutida. Não
acredito na
máxima de que
‘ter fé é
acreditar sem
discutir’. Esse
é o argumento
dos que desejam
manipular e
conduzir as
massas,
distorcendo
nobres bases
morais e
humanitárias na
direção de seus
interesses
particulares e
transitórios”,
diz.
A entrevista
completa com o
médico Décio
Iandoli Júnior,
também
apresentador do
programa Ciência
e
Espiritualidade,
transmitido pela
Rede Mundo
Maior, pode ser
conferida na
revista
Saúde e
Espiritualidade,
edição 5,
disponível no
site da
Associação
Médico-Espírita
do Brasil:
www.amebrasil.org.br.