Todos sabem do profundo
respeito que Chico detinha
pela Igreja Católica, de
onde tirou toda a sua
primeira formação religiosa
e onde se dedicou
empenhadamente, auxiliando
como evangelizador de
crianças, que, naquela
época, era conhecido como
catecismo.
Quando abraçou o Espiritismo
e o farol de luz do
Consolador banhou seus
conhecimentos e sua vida, ao
contrário de muitos, nunca
deixou de respeitar sua
primeira formação religiosa.
Ouçamos um caso relatado
pelo jornal “A Flama
Espírita”, de Uberaba, do
mês de agosto do ano 2000
(retirado da internet –
estante literária da
Espírita Vox):
– Contou-nos o prof. Lauro
Pastor, residente em
Campinas, amigo de Chico
Xavier desde Pedro Leopoldo,
que certa vez, ao visitá-lo,
caminhando em sua companhia
pelas ruas da cidade, se
depararam com uma
procissão... A Igreja matriz
de Pedro Leopoldo ficava,
como fica, na mesma rua onde
se ergueu o Centro Espírita
Luiz Gonzaga; à época, os
católicos organizavam
algumas procissões ditas de
desagravo contra os
espíritas.
Observando que a procissão,
com diversos acompanhantes e
andores, se aproximava, o
prof. Lauro sugeriu a Chico
que apressassem o passo,
pois, caso contrário, não
poderiam depois atravessar a
rua, a menos que cortassem a
procissão pelo meio, o que
seria uma afronta.
Pedindo ao amigo que não se
preocupasse, Chico parou na
esquina e, enquanto a
procissão seguia o seu
roteiro, manteve-se o tempo
todo em atitude de respeito
e de oração, ainda
convidando o amigo para que
ambos se descobrissem, ou
seja, tirassem o chapéu –
sim, porquanto, naqueles
idos de 1950, Chico também
usava chapéu.
O prof. Lauro, que mantém ao
lado da esposa, D. Daisy, um
belíssimo trabalho de
formação profissional para
crianças carentes – tem uma
escola de torneiros
mecânicos –, disse-nos que
nunca mais pôde esquecer
aquela lição de tolerância
religiosa que lhe foi dada
por Chico, enfatizando ainda
que foi dessa maneira que,
aos poucos, o médium venceu
a resistência de seus
opositores da Doutrina.
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