Paz e amor
Lembra os que passaram
no mundo, antes de ti,
agindo e auxiliando para
que a vida se fizesse
melhor.
Por outro lado,
reflitamos que não
restam senão cinzas
daqueles outros que
instalaram ódio e
vingança em si mesmos,
perseguindo os próprios
irmãos… Esses
transitaram nos caminhos
terrestres disseminando
viuvez e orfandade.
Vestiram-se muitas vezes
de ouro e púrpura,
assinalando, porém, a
retaguarda com as marcas
infelizes do luto e da
opressão. Foram
considerados vencedores
e, no entanto,
desapareceram largando
penúria e morte nos
próprios passos.
Aqueles, porém, que te
legaram o recanto
acolhedor em que
estagias no mundo,
caminharam sofrendo e
abençoando, desculpando
e servindo. Considera
tudo aquilo que possuis
de bom e belo na própria
alma e reconhecerás que
as ideias mais elevadas
te surgem da mente à
maneira de fontes
inspiradoras, jorrando
diretrizes, através das
memórias que te
deixaram, semelhantes a
mosaicos de luz…
Aqui, é a dedicação dos
pais orientando-te os
dias primeiros; ali, é a
tolerância dos
benfeitores que te
apoiaram na escola;
adiante, é o coração
amigo que te deu a
bênção do afeto por
mensagem de segurança;
mais adiante, é o amor
de alguém que partiu
para a Vida Maior
hipotecando-te confiança
e carinho; e, às vezes,
mais além, é uma criança
que te entregou o berço
vazio, depois de pousar
contigo por algum tempo,
a doar-te, em beijos de
ternura, os anseios da
Vida Imperecível.
Não te aflijas pela
obtenção de tarefas
enormes. Agradece a
todos os que te
proporcionaram os
testemunhos de paz e
amor com que sonhas
entretecer o futuro
melhor e não esmoreças
no trabalho de elevar e
construir.
O Senhor não nos roga o
impossível, mas espera
sejamos, ainda hoje, a
frase que reconforta, o
silêncio que compreende,
o abraço fraterno que
levanta a coragem dos
tristes ou o apoio dos
que vagueiam ao
desamparo.
Efetivamente, são ainda
muito grandes as
labaredas de inquietação
que varrem a Terra.
Observa, no entanto, que
ninguém te reclama
prodígios capazes de
redimir o mundo de um
instante para outro. E
nem Deus nos pede
espetáculos de grandeza.
Onde estiveres, estende
o tijolo do amor que
possas oferecer ao
edifício da paz e, a fim
de extinguir o incêndio
das aflições humanas, dá
teu copo de água fria.
Do cap. 11 do livro
Astronautas do Além,
de autoria de Chico
Xavier, J. Herculano
Pires e Espíritos
diversos.