Noventa
cruzeiros
Cornélio Pires
Toc, toc... vai lá Adão
Passoca
- Coronel da fazenda
enorme e rica -,
Vai cobrar uma conta da
botica
À pobre cozinheira Nhá
Candoca.
A velhinha, deitada na
maloca,
Pede prazo mais longo...
Chora e explica.
Sente febre, tem fome,
sua em bica,
Almoça e janta milho de
pipoca...
O Coronel nervoso ergue
o cajado,
Esbraveja mostrando o
punho irado
E, a expulsá-la da
choça, espuma e berra...
Mas de tanto gritar,
rude e mordente,
Por noventa cruzeiros
simplesmente,
Cai fulminado e roxo
sobre a terra.
Do livro O Espírito
de Cornélio Pires,
obra psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido
Xavier.
|