O karma e o amor
A palavra Karma
ou carma tem sua
origem no
sânscrito – uma
das línguas mais
antigas
indo-europeias e
ainda praticada
na Índia. A lei
do karma é muito
utilizada pelo
hinduísmo e o
budismo e
designada para
explicar que
todo efeito tem
uma causa
correspondente,
ou seja, toda a
atitude
praticada, seja
ela benevolente
ou não, terá uma
consequência.
Karma é um
termo, portanto,
que precedeu a
Doutrina
Espírita,
codificada em
1857 pelo
francês
Hippolyte Léon
Denizard Rivail,
que depois da
codificação
espírita adotou
o pseudônimo de
Allan Kardec.
Observa-se,
então, que não é
uma palavra de
origem espírita,
porém muito
utilizada por
alguns espíritas
para abordar o
assunto lei
de causa e
efeito.
Entretanto, há
um engano ao se
mencionar a
nomenclatura
karma apenas sob
o aspecto
negativo, dando
a esta palavra
uma conotação de
“pagar aquilo
que se fez de
errado”. Não é
bem assim. A
questão não está
em pagar, quitar
ou diminuir um
débito adquirido
ao passar por
dissabores e
sofrimentos da
vida.
O importante é,
acima de tudo,
aprender com as
situações que
estão sendo
vivenciadas.
Deus não visa
punir seus
filhos ao
estabelecer a
lei de causa e
efeito, mas
ensiná-los a
viver conforme
as leis que
regem o
universo. E
quando o
indivíduo
distancia-se
destas leis,
como, por
exemplo, a de
amor e caridade,
ele recebe, como
lição natural da
vida, a
consequência
deste
distanciamento.
Pode-se
perfeitamente
fazer a seguinte
analogia:
Muita gente
reclama que vive
sozinha,
solitária, que
não tem amigos.
A pergunta que
fica é: Será que
se dessem
atenção aos
outros essas
pessoas viveriam
assim tão
solitárias?
A vida dá à
criatura na
proporção exata
que a criatura
dá à vida, nem
mais nem menos.
Portanto, o
objetivo
principal da lei
do karma, ou lei
de causa e
efeito, é o de
ensinar, educar,
jamais punir.
Imprescindível,
pois, ao
transitar pelas
turbulências da
existência,
indagar-se:
O que a vida
quer me ensinar
com isso? Por
que estou
recebendo a
visita da dor e
do sofrimento?
Posso
observá-los sob
um outro prisma
e, então,
modificar os
rumos de minha
existência?
Responder essas
perguntas é de
suma
importância,
porquanto são
questões
interessantes e
que darão um
enfoque menos
denso e mais
real à lei de
causa e efeito,
promovendo,
assim, a
reflexão, que
possibilitará ao
indivíduo
identificar o
que o faz sofrer
e, por
conseguinte,
mudar as suas
atitudes para
libertar-se da
dor.
Outro aspecto
interessante a
ser recordado é
o de que se está
constantemente
fazendo
escolhas,
opções. Muitos
males, dores e
dificuldades são
gerados a partir
destas escolhas.
Deus permite que
as criaturas
tenham o
livre-arbítrio,
ou seja, pode-se
optar por este
ou aquele
caminho,
todavia, se há
liberdade de
escolher,
existe,
obviamente, a
responsabilidade
em responder
pelas escolhas
efetuadas. Este
é um ponto
central e que
merece toda
atenção por
parte do
indivíduo. Toda
escolha gera,
fatalmente, uma
consequência.
Origens das
aflições
Informa O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, em
seu cap. V –
Bem-aventurados
os aflitos,
que as aflições
da vida têm duas
origens:
existência
passada ou
presente
existência.
Se ao fazer uma
reflexão
sincera, livre
de preconceitos,
o indivíduo não
encontrar a
causa de suas
aflições nesta
vida, elas – as
aflições –
certamente
residem em vidas
passadas. Isso
pode
perfeitamente
ocorrer,
porquanto as
existências são
solidárias, e o
que não se
consegue
aprender em uma
vida, obviamente
fica para uma
próxima etapa,
ou, como queiram
chamar, outra
encarnação.
Deus, que é
infinitamente
justo e bom,
nada faz de
incorreto em sua
obra. Todo
sofrimento e dor
tem uma causa
útil, uma
finalidade
pedagógica. Em
muitas ocasiões
a pessoa pode
sentir-se
injustiçada por
não saber as
razões pelas
quais recebe a
visita da dor.
Mas eis que o
Espiritismo
ensina a
raciocinar sob a
lógica da
reencarnação, e
esta lei da
reencarnação
mostra a
inter-relação
existente entre
as sucessivas
peregrinações do
Espírito pela
carne e as
provações e
expiações por
ele enfrentadas
em sua romagem
terrena.
Logo,
reconhece-se que
se um sofrimento
não tem origem
no agora o tem
no passado.
Porém, conforme
ensina o livro
acima citado,
muitas dores e
dissabores são
oriundos da
imprevidência e
falta de
cuidados na
atual
encarnação.
Exemplo de
sofrimento da
vida presente é
o caso do
fumante
inveterado que
advertido pelo
médico não
modifica seu
hábito. Se ele –
o fumante –
receber o
diagnóstico de
que está com
enfermidade nos
pulmões e
questionar à
consciência onde
está a causa de
seu sofrimento,
encontrará
rapidamente a
resposta: sua
conduta na atual
encarnação.
Todavia, sempre
é tempo de
recomeçar e
construir uma
nova história,
uma história de
amor com a
própria vida.
Pode-se
perfeitamente
modificar os
rumos da
existência e
abrandar os
sofrimentos e as
dores. Deus não
fecha os olhos
para as boas
atitudes. Há,
porém, uma regra
que deve ser
observada: o
exercício do
amor, conforme
ensina Pedro:
“Acima de tudo,
porém, tende
amor intenso uns
para com os
outros, porque o
amor cobre
multidão de
pecados” (1
Pedro 4:8).
Praticar o amor
é sempre a
melhor forma de
colher flores no
bendito jardim
da vida. O
universo
conspirará em
favor de quem
empenhar-se por
amar. E a vida
retribuirá na
medida em que da
criatura
receber. É a lei
do karma em
ação, ou, como
queiram chamar,
de causa e
efeito.
Portanto, seja
um sofrimento
advindo do
passado distante
ou do passado da
semana passada,
lembre-se de
que: “O amor
cobre a multidão
dos pecados”.
Que tal
praticá-lo?