Aprendizado do
amor
Reclamamos muito
e nada ou pouco
fazemos para
mudar a nós
mesmos. Ansiamos
por reformar os
demais.
Queixamo-nos uns
dos outros e nos
agredimos,
mental ou
verbalmente.
É mais do que
tempo de nos
movermos para o
Amor, ainda que
lentamente.
E, quando o
fizermos,
conquistaremos
“(...) a paz
de Deus, que
excede todo o
entendimento,
(...).” –
Paulo, Fp 4:7.
Aprenderemos a
exercitar a
caridade,
conforme nos
lecionam os
Espíritos, na
questão 886, de
O Livro dos
Espíritos:
“886.
Qual o
verdadeiro
sentido da
palavra
caridade, tal
como Jesus a
entendia?
Benevolência
para com todos,
indulgência para
as imperfeições
dos outros,
perdão das
ofensas.”
E só o faremos
exercitando a
compaixão, nas
variadas
circunstâncias
da vida.
Assim, a pouco e
pouco, esse belo
sentimento
implantar-se-á
em nosso íntimo.
Construamos
obras externas –
necessárias e
úteis, sim, se
nelas
cultivarmos o
amor
incondicional –,
mas priorizemos
a transformação
interior, eis
que só ela nos
conduzirá ao
progresso real,
que nos
harmonizará com
as Leis de Deus.
Esta a
construção
definitiva e,
portanto, a mais
importante.
A fé sem obras é
morta; mas
estas, sem o
Amor, são
vazias,
dispensáveis e
inúteis.
Movidos pela
compaixão,
seremos mais
produtivos,
afáveis,
fraternos; e
cultivaremos, ao
mesmo tempo,
outras virtudes
preciosas: a
amizade, a
indulgência, a
paciência, a
solidariedade, a
aceitação do
outro como ele
é. Cresceremos
todos, juntos,
construindo, a
pouco e pouco, a
felicidade
perene.
Dificuldades e
crises
oferecem-nos
oportunidades de
crescer para o
amor. São estes
os momentos mais
preciosos de
nossas vidas.
Se as
superarmos, com
fraternidade,
seremos
promovidos, na
escala
espiritual. Ou
não, se as
desperdiçarmos.
É o que nos
exemplifica o
Espírito André
Luiz, em
Nosso Lar,
quando de seu
retorno à
família, no lar
terreno, ao
socorrer o
padrasto de seus
filhos. Sua
generosidade
elevou-o à
condição de
“Cidadão de
Nosso Lar”. Ao
vencer a si
mesmo, foi
promovido
espiritualmente.
*
Ao contrário,
com o desamor, a
irritação, a
indiferença,
banimos o
diálogo, o
afeto, a
simpatia e nos
agredimos uns
aos outros.
“Sede
indulgentes,
meus amigos,
porquanto a
indulgência
atrai, acalma,
ergue, ao passo
que o rigor
desanima, afasta
e irrita.” –
José, Espírito
protetor.1
Imitemos o Bom
Samaritano, com
aqueles que os
céus nos enviam,
necessitados ou
feridos, à
margem do
caminho
evolutivo; ou
com os demais,
de diversas
condições,
carentes de
oportunidades,
para que também
cresçam e deem
sua cota de amor
à obra do
Cristo.
Aqueles que hoje
seguem conosco,
enfermos,
problemáticos,
serão curados
pela ação
silenciosa,
plena de
misericórdia, de
nosso amado
Mestre!
Transformados,
agirão também na
divulgação da
mensagem cristã,
nesta ou em
futuras
encarnações!
Dois
significativos
exemplos dessa
natureza nos são
oferecidos no
livro Paulo e
Estêvão.
Em primeiro
lugar, o deste
último, após ser
socorrido na
Casa do Caminho,
aonde chegou
enfermo, débil.
Amparado e
esclarecido na
humilde e
abençoada escola
de almas,
tornou-se ali
dedicado
trabalhador, até
o momento final
de sua
existência, no
doloroso
martírio, em
Jerusalém.
O segundo
exemplo é o do
próprio Saulo,
ao encontrar e
compreender
Jesus! A partir
daí, serviu e
amou – numa das
mais belas
transformações
porque passou um
ser humano, com
renúncias e o
esquecimento de
si mesmo, a
ponto de
afirmar, quase
ao fim daquela
existência, que
“(...) já não
sou eu quem
vive, mas Cristo
vive em mim
(...)”.2
– Paulo, Gl,
2:20
Também ele, em
Roma, foi
submetido ao
martírio,
havendo sido
degolado!
Libertado do
corpo, foi
recebido por
Jesus – ladeado
por Estêvão e
Abigail – que
lhe afirma:
“(...) Vem,
agora, a meus
braços, pois é
da vontade de
meu Pai que os
verdugos e os
mártires se
reúnam, para
sempre, no meu
reino!...”3
Ainda em
Paulo e Estêvão,
lemos que Pedro,
em momentos
difíceis, pensou
em se afastar de
Jerusalém,
vencido,
derrotado. Numa
noite, enquanto
orava, sentiu
que alguém se
aproximava
suavemente:
“Era o Mestre!
(...) Fitou-me
grave e terno e
falou:
– Pedro, atende
aos ‘filhos do
Calvário’, antes
de pensar nos
teus caprichos!”3
Todos pagaram
elevado preço
para o
aprendizado do
amor. A nós não
nos pede tanto o
Divino Mestre!
Aprendamos
também a atender
aos ‘filhos do
Calvário’, à
nossa volta,
familiares, ou
não!
Referências:
1.
KARDEC, Allan.
O Evangelho
Segundo o
Espiritismo.
Trad. Evandro
Noleto Bezerra.
2. reimp. Rio de
Janeiro, FEB,
2011.
Cap. 10, it. 16.
2.
BÍBLIA SAGRADA.
Trad. João
Ferreira de
Almeida.
Brasília:
Sociedade
Bíblica do
Brasil, 1969.
3.
XAVIER,
Francisco C.
Paulo e Estêvão.
Pelo Espírito
Emmanuel. 23.ed.
Rio de Janeiro:
FEB, 1987. Pt 2,
Cap. 10, p. 553
e 390,
respectivamente.