Um leitor pergunta-nos qual
é o conceito aplicável às
palavras Satanás, demônio e
diabo e o que o Espiritismo
nos diz a respeito, se é que
tais assuntos foram também
tratados pela doutrina
espírita.
A pergunta formulada é
importante e vem a
propósito, porque nos
permite falar sobre um livro
de Allan Kardec pouco
conhecido até mesmo no meio
espírita. Referimo-nos à
obra “Instruções Práticas
sobre as Manifestações
Espíritas”, cuja tradução
para o idioma português
devemos inicialmente a
Cairbar Schutel, que a
publicou pela Casa Editora O
Clarim.
Eis, resumidamente, o que
Allan Kardec consignou a
respeito dos verbetes diabo,
demônio e Satanás:
Diabo:
segundo a crença vulgar, é
um ser real, um anjo
rebelde, chefe de todos os
demônios e que tem um poder
bastante grande para lutar
contra o próprio Deus. Ele
conhece nossos pensamentos
mais secretos, insufla
todas as más paixões e toma
todas as formas para nos
induzir ao mal. Segundo a
doutrina espírita, o diabo é
a personificação do mal; é
um ser alegórico que resume
em si todas as paixões más
dos Espíritos imperfeitos.
Seus chifres e a cauda são o
emblema da bestialidade,
isto é, da brutalidade e das
paixões animais.
Demônio:
tanto em grego como em
latim, demônio se aplica aos
seres incorpóreos, bons ou
maus, e que se supõe terem
conhecimentos e poder
superiores aos do homem. Nas
línguas modernas essa
palavra é geralmente tomada
em má acepção, que se
restringe aos gênios
malfazejos. Os Espíritos
ensinam que Deus, sendo
soberanamente justo e bom,
não pode ter criado seres
votados ao mal e desgraçados
por toda a eternidade.
Segundo eles, não há
demônios na acepção absoluta
e restrita desta palavra; há
apenas Espíritos
imperfeitos, que podem, sem
nenhuma exceção,
aperfeiçoar-se por seus
esforços e por sua vontade.
Satã, Satanás:
significa o chefe dos
demônios. Esse termo é, de
certo modo, sinônimo de
diabo, com a diferença
de que este último vocábulo
pertence mais do que o
primeiro à linguagem
familiar. Além disso, de
acordo com a teologia
católica, Satã é
único: o gênio do mal, o
rival de Deus. Diabo
é um termo mais genérico,
que se aplica a todos os
demônios. Existiria, pois,
um único Satã (ou Satanás),
porém há vários diabos.
Segundo a Doutrina Espírita,
Satanás ou Satã não é um ser
distinto, pois Deus não tem
rival com quem possa
medir-se. Satã é a
personificação alegórica do
mal e de todos os maus
Espíritos.
*
Aproveitando o ensejo,
lembremos o que nos diz a
questão n. 116 d´”O Livro
dos Espíritos”:
-
Haverá Espíritos que se
conservem eternamente nas
ordens inferiores?
Os imortais responderam:
“Não; todos se tornarão
perfeitos. Mudam de ordem,
mas demoradamente,
porquanto, como já doutra
vez dissemos, um pai justo e
misericordioso não pode
banir seus filhos para
sempre. Pretenderias que
Deus, tão grande, tão bom,
tão justo, fosse pior do que
vós mesmos?”
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