As duas faces do
desenvolvimento
A maior parte
das descobertas
científicas ou
desenvolvimentos
tecnológicos
apresenta dois
pontos
antitéticos: um
positivo e outro
negativo.
É bem óbvio que
devemos
enaltecer o
esforço das
mentes
privilegiadas
para a
edificação de um
mundo melhor,
mais justo e
fraterno.
Entretanto,
recente notícia
causou-me
profundo espanto
(porque até
então, eu só
tinha visto tal
façanha em
seriados de
televisão e
filmes
futuristas). Foi
idealizada uma
impressora 3D,
capaz de
imprimir, entre
outros objetos,
uma arma. Ora,
essa
possibilidade,
em tese,
permitiria o
aumento
expressivo de
armas e as
consequências
nefastas disso.
Segundo notícia
do site O GLOBO:
A arma foi
batizada de
Liberator —
homenagem às
armas baratas
distribuídas à
Resistência
francesa pelos
Aliados durante
a Segunda Guerra
—, sendo
composta por 16
peças de
plástico e capaz
de disparar
cartuchos
convencionais de
pistola.
Ela foi
desenvolvida
durante um ano
pelo grupo
Defense
Distributed,
encabeçado pelo
estudante de
Direito da
Universidade do
Texas, Cody
Wilson, de 25
anos. O
protótipo foi
produzido
utilizando uma
impressora
Dimension SST
(que custa cerca
de US$ 8 mil no
site eBay),
abastecida com
plástico ABS.
Estamos diante
de um cenário
tenebroso, visto
que o controle
da produção de
armas é
praticamente
impossível. Além
disso, o passo a
passo de sua
confecção já se
espalhou pela
rede mundial de
computadores e
quem tiver
acesso à
Internet e uma
impressora 3D,
poderá criar sua
própria pistola.
Indubitavelmente,
não é necessário
ser dotado de
dons da profecia
ou ser um sábio
das ciências
para vaticinar
os
desdobramentos
disso.
Lamentam-se,
ainda, as
possibilidades
dessa arma,
quais sejam, ser
de plástico,
discreta,
potencialmente
invisível aos
detectores, sem
número serial,
porém letal,
compatível com
munição
convencional.
Se de um lado as
possibilidades
positivas com a
impressora 3D
serão inúmeras,
como a
construção de
ferramentas,
objetos,
materiais
diversos, por
outro, teremos a
sua utilização
para o mal.
Acredito que
seja esse o
propósito do
desenvolvimento
científico e
tecnológico:
possibilitar o
exercício do
livre-arbítrio.
Não é a
impressora que é
ruim. Somos nós
que nos
guindamos para o
mal.
Infelizmente,
enquanto não
houver uma
reforma íntima
para o bem,
defrontar-nos-emos
com essas
notícias e
sofreremos as
consequências de
nossas próprias
escolhas.
Nota do Autor:
Leia mais sobre
o assunto em:
http://oglobo.globo.com/tecnologia/video-primeira-arma-feita-em-impressora-3d-testada-no-texas-8303333#ixzz2WBgyVUbf;
http://oglobo.globo.com/tecnologia/depois-de-armas-impressoras-3d-fabricam-agora-municao-8490366.