Em carta publicada na edição
da semana passada, o leitor
Áureo de Oliveira, de
Registro-SP, perguntou-nos:
Pensamento é matéria?
Embora seja um tema de
difícil compreensão, a
distinção entre pensamento e
matéria é muito clara nos
diversos autores que
trataram do assunto. O
pensamento é uma força, é um
atributo do ser pensante.
Na questão 89 “a” d´O
Livro dos Espíritos,
Allan Kardec indagou: – O
pensamento não é a própria
alma que se transporta?
Os imortais responderam:
“Quando o pensamento está em
alguma parte, a alma também
aí está, pois que é a alma
quem pensa. O pensamento é
um atributo”.
Em nota aposta em seguida à
questão 662 da mesma obra, o
Codificador do Espiritismo
escreveu: “O pensamento e a
vontade representam em nós
um poder de ação que alcança
muito além dos limites da
nossa esfera corporal. A
prece que façamos por outrem
é um ato dessa vontade. Se
for ardente e sincera, pode
chamar, em auxílio daquele
por quem oramos, os bons
Espíritos, que lhe virão
sugerir bons pensamentos e
dar a força de que
necessitem seu corpo e sua
alma. Mas, ainda aqui, a
prece do coração é tudo, a
dos lábios nada vale”.
Ideia idêntica Kardec
consignou no item II da
Introdução que abre a obra
citada:
“Seja como for, um fato há
que ninguém ousaria
contestar, pois que resulta
da observação: é que os
seres orgânicos têm em si
uma força íntima que
determina o fenômeno da
vida, enquanto essa força
existe; que a vida material
é comum a todos os seres
orgânicos e independe da
inteligência e do
pensamento; que a
inteligência e o pensamento
são faculdades próprias de
certas espécies orgânicas;
finalmente, que entre as
espécies orgânicas dotadas
de inteligência e de
pensamento há uma dotada
também de um senso moral
especial, que lhe dá
incontestável superioridade
sobre as outras: a espécie
humana”.
Eis outros textos em que
Kardec se reporta à
conceituação do pensamento:
1. O pensamento é uma força,
mas não uma força puramente
moral e abstrata. O
pensamento é o atributo
característico do ser
espiritual: é ele que
distingue o espírito da
matéria. Sem o pensamento o
Espírito não seria espírito.
O pensamento age sobre os
fluidos ambientes, como o
som age sobre o ar.
(Revista Espírita de 1864,
pp. 351 a 354.)
2. O pensamento é um
atributo do Espírito;
sobrevivendo este à morte do
corpo, o pensamento também
lhe sobrevive. (Revista
Espírita de 1867, pp. 67 a
72.)
3. Os fluidos são o veículo
do pensamento e os Espíritos
agem sobre eles, não os
manipulando como o homem
manipula os gases, mas com o
auxílio do pensamento e da
vontade. Pelo pensamento,
eles imprimem a esses
fluidos essa ou aquela
direção e podem combiná-los,
aglomerá-los e dispersá-los.
Por vezes essas
transformações resultam de
um ato intencional; muitas
vezes são o produto de um
pensamento inconsciente,
bastando ao Espírito pensar
em uma coisa para que essa
coisa se produza.
(Revista Espírita de 1868,
pp. 166 a 169.)
4. Comunhão de pensamentos
significa pensamento comum,
unidade de intenção, de
vontade, de desejo, de
aspiração. Ninguém pode
ignorar que o pensamento
seja uma força. Ele é o
atributo característico do
ser espiritual; é o
pensamento que distingue o
espírito da matéria; sem o
pensamento o Espírito não
seria espírito. (Revista
Espírita de 1868, pp. 351 a
357.)
5. Há no homem um princípio
inteligente que se chama
ALMA ou ESPÍRITO,
independente da matéria e
que lhe dá o senso moral da
faculdade de pensar. Se o
pensamento fosse uma
propriedade da matéria,
ver-se-ia a matéria bruta
pensar; ora, como jamais se
viu a matéria inerte dotada
de faculdades intelectuais;
que quando o corpo está
morto ele não pensa mais, é
necessário disso concluir
que a alma é independente da
matéria, e que os órgãos não
são senão instrumentos com a
ajuda dos quais o homem
manifesta o seu pensamento.
(Obras Póstumas –
Profissão de Fé Espírita
Raciocinada.)
No livro Pensamento e
Vida, psicografado por
Chico Xavier, Emmanuel
apresenta-nos diversas
considerações sobre o
assunto.
Eis uma amostra do que ele
escreveu:
1. O pensamento é força
eletromagnética.
(Pensamento e Vida, cap. 2.)
2. O pensamento é força
criativa, a exteriorizar-se,
da criatura que o gera, por
intermédio de ondas sutis,
em circuitos de ação e
reação no tempo, sendo tão
mensurável como o fotônio
que, arrojado pelo fulcro
luminescente que o produz,
percorre o espaço com
velocidade determinada,
sustentando o hausto
fulgurante da Criação.
(Pensamento e Vida, cap. 5.)
3. Categorizamo-nos bons ou
maus, conforme o uso de
nossos sentimentos e
pensamentos, que, no fundo,
constituem cargas de energia
eletromagnética, com as
quais ferimos ou
acalentamos, ajudamos ou
prejudicamos, vitalizamos ou
destruímos, e que voltam,
invariavelmente, a nós
mesmos, impregnadas dos
recursos felizes ou
infelizes com que lhes
marcamos a rota.
(Pensamento e Vida, cap.
10.)
4. A
prática do bem, simples e
infatigável pode modificar a
rota do destino, de vez que
o pensamento claro e
correto, com ação
edificante, interfere nas
funções celulares, tanto
quanto nos eventos humanos,
atraindo em nosso favor, por
nosso reflexo melhorado e
mais nobre, amparo, luz e
apoio, segundo a lei do
auxílio. (Pensamento e
Vida, cap. 14.)
5. Guardando o pensamento –
plasma fluídico – a precisa
faculdade de substancializar
suas próprias criações,
imprimindo-lhes vitalidade e
movimento temporários, a
maioria das criaturas
terrestres, na transição do
sepulcro, é naturalmente
obcecada pelos quadros da
própria imaginação,
aprisionada a fenômenos
alucinatórios, qual acontece
no sono comum, dentro do
qual, na maioria das
circunstâncias, a
individualidade reencarnada,
em vez de retirar-se do
aparelho físico, descansa em
conexão com ele mesmo,
sofrendo os reflexos das
sensações primárias a que
ainda se ajusta.
(Pensamento e Vida, cap.
29.)
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