O Espiritismo e as
questões sociais
O homem não nasceu para
viver só, mas para viver
em sociedade. É na
convivência com o
semelhante que melhor
evoluímos. O forte
ampara o mais fraco, o
que sabe mais ensina ao
que sabe menos, e assim
por diante.
O isolamento é contrário
à lei natural. Ninguém
pode progredir sozinho.
No isolamento, o homem
se embrutece. O
isolamento só é útil ao
que se isola para desenvolver
um trabalho em benefício
da sociedade.
Um famoso pensador da
antiguidade, o filósofo
grego Aristóteles, que
viveu de 384 a 322 antes
de Cristo, já dizia que
o homem é um animal
social. A sociabilidade
é instintiva e obedece
ao imperativo da lei do
progresso e da lei de
sociedade, que regem a
Humanidade.
Sendo o fim primordial
da sociedade promover o
bem-estar e a felicidade
de todos os que a
compõem, é necessário, para
que tal objetivo seja
alcançado, que
cada um observe as
regras de procedimento
ditadas pela Justiça e
pela Moral, abstendo-se
de tudo o que possa
destruir essas regras.
A boa ordem na sociedade
depende das virtudes
humanas. À medida que
nos esclarecemos e
tomamos consciência de
nossos deveres para com
nós mesmos (amor ao
trabalho, senso de
responsabilidade,
temperança, controle
emocional etc.) e para
com a comunidade da qual
somos integrantes
(cortesia,
desprendimento,
generosidade, honradez,
lealdade, tolerância,
espírito público etc.),
menos frequentes serão
os atritos e os
conflitos e mais
estáveis serão a paz e a
harmonia que devem
reinar no seio da
sociedade.
A solidariedade espírita
tem três
características: 1) atua
no plano social geral da
comunidade espírita,
além dos grupos
domésticos e
das instituições
fechadas; 2) envolve
todas as criaturas,
amparando-as,
estimulando-as em
suas lutas, ajudando-as
sem nada pedir em troca,
nem mesmo a fidelidade
doutrinária, uma vez que
quem ajuda não tem o
direito de impor nada:
3) liga-se a Allan
Kardec e à Codificação
Espírita e
a todos os Espíritos que
lutam pela
propagação do
Espiritismo, a Deus e a
Jesus.
Outro aspecto da questão
é o da caridade. Jesus
disse que o Filho do
homem não veio à Terra para
ser servido, mas para
servir (Mateus, 20:28).
Logo, nós também estamos
na Terra para servir. E
podemos fazê-lo de
várias maneiras,
exercendo, diariamente,
a fraternidade através
da caridade moral, que
consiste amarmo-nos uns
aos outros, apesar das
diferenças que existem
entre as pessoas.
Disse ainda o Mestre
(Mateus, 25:34 a 40):
“Então dirá o Rei aos
que estiverem à sua
direita: Vinde, benditos
de meu Pai, possuí por
herança o reino que vos
está preparado desde a
fundação do mundo;
porque tive fome, e
destes-me de comer; tive
sede, e destes-me de
beber; era estrangeiro,
e hospedastes-me; estava
nu, e vestistes-me;
adoeci, e visitastes-me;
estive na prisão, e
fostes ver-me; então os
justos lhe responderão,
dizendo: Senhor, quando
te vimos com fome, e te
demos de comer? ou com
sede, e te demos de
beber? E quando te vimos
estrangeiro, e te
hospedamos? ou nu, e te
vestimos? E quando te
vimos enfermo, ou na
prisão, e fomos ver-te?
E, respondendo o Rei,
lhes dirá: Em verdade
vos digo que quando o
fizestes a um destes
meus pequeninos irmãos,
a mim o fizestes.”
A caridade pode ser
praticada de várias
formas: através de um
sorriso, um aperto de
mão, um cumprimento, uma
palavra de conforto,
enfim, por todas as
manifestações de apoio,
de carinho, de conforto
e de respeitabilidade
para com o semelhante.
Como explica a mensagem
de Um Espírito Protetor,
no item 10 do capítulo
XIII (Que a mão esquerda
não saiba o que faz a
direita) de O
Evangelho segundo o
Espiritismo), “podeis
fazê-la por pensamentos,
por palavras e por
ações. Por pensamentos,
orando pelos pobres
abandonados, que
morreram sem
se acharem sequer em
condições de ver a luz. Uma
prece feita de coração
os alivia. Por palavras,
dando aos vossos
companheiros de todos os
dias alguns bons
conselhos, dizendo aos
que o desespero, as
privações azedaram o
ânimo e levaram a
blasfemar do nome do
Altíssimo: ‘Eu
era como sois; sofria,
sentia-me desgraçado,
mas acreditei no
Espiritismo e, vede,
agora, sou feliz!’ Aos
velhos que
vos disserem: ‘É inútil;
estou no fim da minha
jornada; morrerei como
vivi’, dizei: ‘Deus usa
de justiça igual para
com todos nós;
lembrai-vos dos obreiros
da última hora.’ Às
crianças já viciadas
pelas companhias de que
se cercaram e que vão
pelo mundo, prestes a
sucumbir às más
tentações, dizei: ‘Deus
vos vê, meus caros
pequenos’, e não vos
canseis de lhes pedir
essas brandas palavras.
E as acabarão por lhes
germinar nas
inteligências infantis
e, em vez de vagabundos,
fareis deles homens.
Também isso é caridade”.