Limpos de coração, o sal
da terra e a luz do
mundo
Uma das bem-aventuranças
anunciadas por Jesus no
Sermão do Monte foi:
Bem-aventurados os
limpos de coração,
porque eles verão a
Deus.
(Mateus, 5: 8)
Os limpos de coração são
aqueles isentos de
quaisquer sentimentos
impuros, condição que só
atingiremos depois de
muitas reencarnações,
quando seremos moradores
de mundos mais
evoluídos, onde somente
o bem predomina. Antes
disso, é necessário
vivermos milhares de
vidas, neste e em outros
mundos menos evoluídos.
Na Terra, um mundo de
expiação e provas, a
infância é o ponto em
que o Espírito
apresenta um
estado (momentâneo) de
pureza. A pureza de
coração exclui toda a
ideia de egoísmo. Eis
por que Jesus apresentou
a infância como modelo.
Na obra “Na
Escola do Mestre” (Edições
FEESP), capítulo “A
criança asilada”,
Vinícius diz: “A
infância é a época em
que o ser reclama mais
cuidados e maiores
desvelos. Trata-se de
lançar as bases de uma
edificação cuja
solidez, como sói
acontecer a toda espécie
de construção, depende
dos alicerces”.
Os alicerces firmes são
os resultantes de uma
boa educação. Neste
sentido, os versos de
Guerra Junqueiro dizem:
As almas infantis
são brancas como a neve,
são pérolas de leite
em urnas virginais;
tudo quando se grava
e ali se escreve
cristaliza em seguida
e não se apaga mais.
E Pitágoras, no século
seis antes de Cristo, já
dizia: “Eduquem as
crianças e não será
preciso castigar os
homens”.
Daí, a importância da
educação espírita, que
age no sentido
horizontal,
proporcionando o
ensinamento moral que
prepara o Espírito para
a vida em família e em
sociedade, e, no sentido
vertical, proporcionando
o ensinamento
evangélico, que prepara
o Espírito para
educar-se devidamente,
na sua marcha em direção
a Deus.
Bem-educado, o Espírito
se conduz pelos caminhos
que o tornarão um homem
de bem, cujo modelo está
explicitado no capítulo
XVII (Sede Perfeitos) de O
Evangelho segundo o
Espiritismo: o
homem que cumpre a lei
de amor, de justiça e de
caridade, na sua maior
pureza.
Por isso, Jesus disse,
no Sermão do Monte, que
nós somos o sal da terra
e a luz do mundo
(Mateus, 5: 13 e 14).
Como o sal, que é o
condimento por
excelência, usado na
arte culinária para
temperar os alimentos, o
nosso papel na
sociedade, como
discípulos de Jesus, é
atuar como elemento
equilibrador, temperando
todos os excessos.
Também como o sal – que
é incorruptível, nada o
contamina nem o
deteriora; não permanece
inativo e age sempre;
não se oculta, é uma
revelação permanente; jamais
assimila impurezas, mas
transmite seu poder purificador;
sai ileso de todas as
provas; não macula ainda
que imerso na imundície
–, o discípulo de Jesus
deve entrar em todos os
lugares, agir sempre e
continuar puro.
Jesus nos comparou à luz
do mundo, a luz que
afugenta as trevas. Ele
nos oferece a imagem da
candeia (Mateus, 5: 15).
Ninguém acende uma
candeia para escondê-la
sob o alqueire (antiga
vasilha de metal para
medir produtos secos:
trigo, arroz etc.). A
luz deve estar no
velador (um tripé alto
usado para suporte),
para que ilumine o
ambiente. Assim como não
se acende uma lâmpada
dentro de uma vasilha
fechada – pois para
cumprir sua função, ela
deve estar em destaque
–, não podemos ser
egoístas, escondendo do
próximo a luz que está
dentro de nós.