WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)
|
|
O
que a religião
desuniu
o amor
agrega...
Fazia palestra
num centro
espírita em
Bauru quando
avistei uma
carequinha na
multidão...
Pensei: Meu
padrinho? Será?
Mas o que ele
estaria fazendo
num centro
espírita? A
resposta era
óbvia. Ele viu
no jornal e foi
me assistir...
Após a palestra,
me procurou, deu
um longo abraço
e disse:
“Fiquemos com o
que nos une,
você espírita,
eu, seu padrinho
e católico, não
posso deixar que
a religião nos
afaste... E
despediu-se,
coração sereno,
certo de que
derrubou um muro
enorme chamado
preconceito...
Em O livro dos
Espíritos
(questão 982,
que coloquei
aqui com minhas
palavras),
Kardec indaga
aos mentores
espirituais se é
preciso crer no
Espiritismo para
ter sorte na
vida futura. Os
Espíritos
respondem que
não. O caminho é
o bem.
Definiram com
precisão. A
trilha é o bem,
nada além disso.
Os Espíritos não
se preocuparam
em levantar
bandeiras, mas
em propagar
ideias. E quais
ideias? As
ideias do amor,
da compreensão,
de Jesus.
Interessante
deixar claro: As
religiões não
podem nos
afastar das
pessoas e
levantar muros
em divisões do
tipo: católico,
evangélico,
espírita,
budista,
muçulmano. O
papel da
religião é o de
unir, jamais
criar barreiras.
Toda essa prosa
me fez lembrar
de um rapazinho
que me mandou um
e-mail, mais ou
menos assim:
“Moço, amo uma
menina, mas
conheci Kardec,
conheci o
Espiritismo e as
ideias são tudo
de bom. É bem
certo que os
pais dela não
irão aceitar
nossa união se
eu me confessar
um kardecista”.
Fiquei muito
triste com
aquilo, pensando
no drama em que
vivia o jovem. O
que ele devia
fazer? Abraçar
Kardec ou
abraçar o seu
amor?
Complicado, não?
Só quem passa
por isso pode
constatar a
dificuldade de
escolher entre
um amor juvenil
e o ideal. Não
queria estar na
pele dele.
Querem saber o
que aconteceu?
Eu conto. O
rapazinho optou
por ficar com a
namorada e não
deixou Kardec.
Ele estuda a
Doutrina
Espírita
quietinho, no
canto dele, sem
falar nada pra
ninguém. De vez
em quando me
escreve, conta
seus dilemas,
fala e
compartilha suas
descobertas
sobre o plano
espiritual.
Claro que não o
censuro. Quem
sou eu? Apenas
penso no drama
dele que é ser
vítima do
preconceito. Uma
pena.
Ainda bem que o
Espiritismo, por
meio dos
Espíritos, nos
ensina o
contrário: O
caminho é o bem.
Democrático,
para todos,
transforma um
mundo num lar e
as pessoas em
irmãs.
Bom ler O Livro
dos Espíritos,
bom ler Kardec.
Por isso esses
são mestres,
eles
simplificaram o
que costumamos
complicar. Tudo
é muito simples:
basta respeitar
as crenças e
fazer o bem. O
resto? O resto,
deixemos a
critério do
amor, até porque
o que a religião
desuniu o amor
agrega, sem
dúvidas...