Médiuns e
mediunidades
Cairbar Schutel
(Espírito)
No falso
pressuposto de
que haja médiuns
e mediunidades
mais importantes
entre si,
recordemos o
velho apólogo
que Menênio
Agripa contou ao
povo amotinado
de Roma, a fim
de sossegar-lhe
o espírito em
discórdia:
“Se o cérebro,
por reter a
ideação
fulgurante,
desprezasse o
estômago ocupado
na tarefa
obscura da
digestão, a
cabeça não
conseguiria
pensar; se os
olhos, por
refletirem a
luz, declarassem
guerra aos
intestinos por
serem eles vasos
seletores de
resíduos,
decerto que, a
breve tempo, a
retina seria
espelho morto
nas trevas, e se
o tronco, por
sentir-se
guindado a
pequena altura,
condenasse os
pés por viverem
ao contato do
solo, rolaria o
corpo sem
equilíbrio.”
E, de nossa
parte,
ousaríamos
acrescentar à
antiga fábula
que tudo, no
campo da
sequência da
natureza, é
solidariedade e
cooperação.
Se os braços
desaparecerem,
os pés se fazem
mais ágeis; em
sobrevindo a
surdez, acusa o
olhar penetração
mais intensa; se
a visão surge
apagada, o tacto
mais amplamente
se desenvolve;
se o baço é
extirpado, a
medula óssea
trabalha com
mais afinco, de
modo a
satisfazer as
necessidades do
sangue.
Qual acontece no
mundo orgânico,
a Doutrina
Espírita é um
grande corpo de
revelações e de
bênçãos, no qual
cada médium
possui tarefa
específica.
Esse
esclarece...
Aquele
consola...
Outro pensa
feridas...
Aquele outro
anula
perturbações...
Esse incorpora
sofredores
angustiados...
Aquele transmite
elucidações de
instrutores
devotados à
grande
beneficência...
Outro recebe a
palavra
construtiva...
Aquele outro se
incumbe da
mensagem
santificante...
Como é fácil
observar, o
passe curativo é
irmão da prece
confortadora, a
desobsessão é o
reverso da
iluminação
espiritual e o
verbo fulgente
da praça pública
é outra face do
livro que o
silêncio
abençoa.
Em nossa esfera
de serviço,
portanto, já que
prescindimos do
profissionalismo
religioso, não
existem
médiuns-pastores,
médiuns-gerentes,
médiuns-líderes
ou
médiuns-diretores,
porquanto a cada
qual de nós cabe
uma parte do
grande
apostolado de
redenção que nos
foi atribuído
pela
Espiritualidade
Maior.
E se todos nós,
em conjunto,
temos um mentor
a procurar e a
ouvir de maneira
especialíssima,
no plano da
consciência e no
santuário do
coração, esse
Mentor é Nosso
Senhor
Jesus-Cristo – o
Sol do Amor
Eterno – a cuja
luz, no grande
dia de nossos
mais altos
ajustamentos,
deveremos
revelar em nós
mesmos a divina
essência da Sua
lição divina: –
”A cada qual por
suas obras”.
Do cap. 11 do
livro O
Espírito da
Verdade,
obra
psicografada
pelos médiuns
Francisco
Cândido Xavier e
Waldo Vieira,
ditada por
Espíritos
diversos.