Presidiários da
alma
Quando os
companheiros em
aflição se
aproximem de ti,
compadece-te
deles, antes de
ouvi-los.
Acolhe-os na
condição de
presidiários da
alma, a
suportarem
conflitos
íntimos que
talvez
desconheças.
Prisioneiros do
sofrimento: será
essa designação
provavelmente a
mais adequada
para definir a
condição dos que
buscam socorro,
situados nas
últimas raias da
resistência ao
desespero!...
*
Este enlaçou-se
aos problemas da
culpa quando se
supunha
conquistando a
felicidade e
ignora como
reaver a
tranquilidade
perdida; aquele
recusou a
provação em que
se redimiria e
algemou-se a
compromissos
difíceis de
resgatar; outro
desperdiçou
força e tempo,
caindo nas
malhas do
desgaste
orgânico que lhe
exige cuidado e
conformação;
aquele outro tem
o espírito
encadeado ao
frio de um
túmulo em que se
lhe guardam as
derradeiras
lembranças de um
ente amado!...
Encontrarás os
desencorajados e
os tristes, os
encarcerados em
desânimo e
azedume e ainda
aqueles outros
que a rebeldia
trancafiou em
celas de
angústia, a te
pedirem amparo e
libertação!...
A nenhum
desconsideres
nem firas com
advertências
inoportunas.
Recordemos que
ninguém se
arroja em
vulcões de
pranto
simplesmente
porque o deseje.
Os que te
cercam,
implorando
socorro,
habitualmente já
lutaram o
bastante para se
conscientizarem
quanto à própria
situação.
Constrói a ponte
da misericórdia
entre a fé que
te ilumina e a
dor dos irmãos
que te
apresentam o
coração ferido e
dá-lhes o braço
salvador a fim
de que se
transfiram da
treva para a
luz.
Quantos se
tresmalharam nas
estradas do
mundo, tantas
vezes
ludibriados por
eles mesmos, não
precisam tanto
da interferência
baseada em
nossos recursos
de austeridade e
conhecimento.
Eles todos
esperam de nós,
acima de tudo,
um gesto de
simpatia e urna
bênção de amor.
Do cap. 32 do
livro Diálogo
dos Vivos,
de autoria de
Francisco
Cândido Xavier,
J. Herculano
Pires e
Espíritos
diversos.