Um leitor pergunta-nos como
devemos proceder para que
evitemos a ocorrência da
mistificação na prática
mediúnica. Segundo Allan
Kardec, a mistificação é
fácil de evitar. Basta, para
isso, diz ele, não exigir do
Espiritismo senão o que ele
pode e deve dar, que é a
melhoria moral da
Humanidade. "Se vocês não se
afastarem daí, não serão
jamais enganados", advertiu
o Espírito de Verdade, que
no mesmo passo esclareceu:
"Os Espíritos vêm
instruí-los e guiá-los no
caminho do bem e não no
caminho das honras e da
fortuna, ou para servirem
suas mesquinhas paixões. Se
não lhes pedissem jamais
nada de fútil ou fora de
suas atribuições, não dariam
oportunidade alguma aos
Espíritos enganadores; donde
vocês devem concluir que
quem é mistificado tem
apenas o que merece." (O
Livro dos Médiuns, cap.
XXVII, item 303, 1ª
pergunta.)
Na obra mencionada, o
Espírito de Verdade ensina
também que "Deus permite as
mistificações para provar a
perseverança dos verdadeiros
adeptos e punir os que fazem
do Espiritismo um objeto de
divertimento". (L.M.,
cap. XXVII, item 303, 2ª
pergunta.)
A mistificação experimentada
por um médium, explica
Emmanuel, traz sempre uma
finalidade útil, que é a de
afastá-lo do amor-próprio,
da preguiça no estudo de
suas necessidades próprias,
da vaidade pessoal ou dos
excessos de confiança em si
mesmo, razão pela qual não
ocorre à revelia dos seus
mentores mais elevados, que,
somente assim, o conduzem à
vigilância precisa e às
realizações da humildade e
da prudência no seu mundo
subjetivo. (O Consolador,
questão no 401.)
Comentando o assunto, Kardec
diz que um dos meios mais
frequentes que os Espíritos
usam, para lograr-nos, é
estimular a nossa cupidez e
o nosso interesse por
fortunas ou facilidades
materiais. É preciso,
também, ficar alertas quanto
às predições de data certa e
evitar qualquer providência
prescrita ou sugerida pelos
Espíritos quando o objetivo
não for evidentemente
racional. Outro ponto
relevante é não nos
deixarmos deslumbrar pelos
nomes que os Espíritos tomam
para darem uma aparência de
verdade a suas palavras e
desconfiemos "de teorias e
sistemas científicos
arriscados" e “de tudo o que
se afastar do objetivo moral
das manifestações". (O
Livro dos Médiuns, cap.
XXVII, “Observação” de
Kardec posta depois da 2ª
pergunta do item 303.)
A mistificação, como se
sabe, pressupõe mentira,
engodo, trapaça, e pode
ocorrer com o conhecimento
dos mentores espirituais,
como se deu na própria
Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas, quando um
Espírito enganador usou o
nome de São Luís, dirigente
espiritual da Sociedade,
estando este presente.
Nada, absolutamente nada,
ocorre por acaso. Quem se
dedica à mediunidade deve,
pois, manter-se vigilante e
não ignorar jamais a
advertência de Erasto
contida no cap. XX, item
230, d´O Livro dos Médiuns:
“Melhor será repelir dez
verdades do que admitir uma
única mentira, uma só teoria
falsa”. “As falsas
comunicações, que de tempos
a tempos ele recebe – afirma
Divaldo Franco –, são avisos
para que não se considere
infalível e não se
ensoberbeça.” (Moldando o
Terceiro Milênio, de
Fernando Worm, cap. 7, pág.
62.)
Além das advertências e
recomendações aqui
referidas, Allan Kardec nos
fornece seguras orientações
a respeito do tema no cap.
XXIV, item 268, d' O
Livro dos Médiuns, onde
os interessados poderão
colher informações
importantes que os ajudarão
a prevenir o fato a que nos
reportamos.
Sobre o assunto sugerimos ao
leitor que leia o artigo “O
que é mistificação e como
proceder para evitá-la”,
publicado na edição 240
desta revista. Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano5/240/especial.html
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