Talvez um dos livros mais
comoventes sobre a vida de
Chico que eu já tenha lido
seja “Trinta Anos com Chico
Xavier”, escrito por Clóvis
Tavares (Editado pelo IDE,
de Araras), amigo íntimo de
Chico.
Sua linguagem simples e
profunda, revelando uma
amizade antiga e sincera,
nos apresenta mais um
reencontro de dois irmãos de
outras épocas do que uma
amizade nova. Chico e
Clóvis, com certeza já
traziam laços firmes de
outras vivências, de outras
eras...
Nesse livro, um verdadeiro
diário de encontros e
vivências cristãs, Clóvis
narra momentos emocionantes
vividos ao lado desse
magnífico médium e
trabalhador da seara do
Cristo, Chico Xavier.
No caso de hoje
apresentaremos um testemunho
de Clóvis vivido ao lado de
Chico.
– Meu dileto e inesquecível
amigo, Professor Cícero
Pereira, que tive a ventura
de reencontrar em minha
atual peregrinação terrena
por ocasião de minha
primeira viagem às
Alterosas, foi uma das almas
mais belas que tenho
conhecido. Era
impressionante sua
humildade, comovente a
exemplaridade de sua vida
consagrada aos sofredores,
em nome do Cristo que ele
tanto amou...
Esse valoroso paladino do
Espiritismo desencarnou em
Belo Horizonte no dia 4 de
novembro de 1948, dez dias
antes de seu 67º
aniversário, após longos
meses de cruéis
padecimentos, suportados com
aquela resignação e
fortaleza de fé que eram
apanágios de seu grande
coração.
Chico me contou que o
Professor Cícero, na sua
pobreza e devotamento ao
próximo, muitas vezes não
possuía um tostão para a
passagem do bonde, quando
saía de seu lar, na Rua
Bonfim, para atender a um
doente ou sofredor num
bairro distante da capital
mineira. Esquecendo sua
avançada idade, lá ia ele a
pé, até os subúrbios
distantes, superando
estoicamente quilômetros e
fadigas...
Chico o viu, após sua
desencarnação, quando lhe
endereçava ao Espírito amigo
suas vibrações de carinho,
rogando a bênção divina para
seu coração de apóstolo. O
professor lhe apareceu,
nimbado de fulgurantes
luzes, feliz e sorridente, a
agradecer-lhe os pensamentos
de amor.
Tão intensa era a
luminosidade de sua alma na
radiosa aparição, que Chico
só pôde exclamar, num misto
de comoção e alegria:
- “Oh! Quanta luz,
Professor!...”.
A essa exclamação afetuosa
seguiu-se, com outro
sorriso, a resposta
resplendente de humildade: -
“É a luz de seus olhos,
Chico...”.
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