Ruy Barbosa, por
ele mesmo
A dureza de
coração,
qualidade que
sustenta os
pendores do ser
inteligente na
Terra, envolve a
grande maioria
das pessoas.
Esse pensamento,
não só está
presente na era
atual, nessa em
que estamos
vivendo, como
também fez parte
de toda a
eternidade, haja
vista que
trazemos conosco
os germes do bem
e do mal a nos
instigar a todo
momento.
Em
contrapartida, a
história nos tem
dado notícias de
qualidades
especiais de
personagens que
já viveram por
aqui e que
partiram
deixando marcas
indeléveis no
âmbito das
famílias, das
cidades ou do
próprio país,
quando não
ultrapassaram
seus limites, se
espraiando por
outras regiões
do Globo. Essas
personalidades
manifestaram uma
capacidade e
dinamismo
incrivelmente
especiais, o que
denota o
aproveitamento
ao longo das
existências.
Um desses nomes
mais próximos
dos dias atuais
emoldurados como
expoentes foi
Ruy Barbosa
de Oliveira, que
nasceu em
Salvador-Bahia,
em 05-11-1849 e
teve uma
positiva
participação na
política e no
cenário
jurídico,
brasileiro e
internacional.
Seus feitos
foram notáveis,
inclusive
quando, em 1907,
foi designado
pelo Presidente
do Brasil,
Francisco de
Paula
Rodrigues Alves
(1848-1919),
delegado
representante do
Brasil no Fórum
Internacional em
Genebra - II
Conferência de
Paz, em Haia,
notabilizando-se
ao defender o
princípio da
igualdade de
todas as Nações,
ricas ou pobres,
para que
devessem os
mesmos direitos.
Pela
demonstração de
excepcional
habilidade,
cultura e
inteligência,
obteve
impressionantes
vitórias, cuja
atuação nessa
conferência
rendeu-lhe o
epíteto de “O
Águia de Haia”.
No final de sua
vida foi
indicado para
ser juiz da
Corte
Internacional de
Haia, um cargo
de prestígio,
que recusou.
Foi político,
escritor,
diplomata, líder
abolicionista e
orador
brasileiro,
membro fundador
da Academia
Brasileira de
Letras e também
seu presidente.
A primeira
Constituição da
República
guarda-lhe a
coautoria,
atuando na
defesa do
federalismo e do
abolicionismo,
bem como na
promoção dos
direitos e
garantias
individuais.
Mas a nós, o que
importa ao
objeto deste
trabalho é o
período em que
esteve à frente
do Ministério da
Justiça, ainda
que nessa pasta
se achasse na
condição de
interino, pois
era na verdade
titular do
Ministério da
Fazenda. Aos 41
anos de idade,
Ruy Barbosa
redigiu e
apresentou uma
proposta ao
primeiro
Presidente da
República do
Brasil, Marechal
Deodoro da
Fonseca, que
editou decreto
específico em
1890
estabelecendo a
igualdade entre
as religiões,
separando de vez
o Estado da
Igreja. Nascia,
então, o direito
e a liberdade de
culto e de
expressar-se
publicamente
sobre qualquer
religião.
Ruy Barbosa
faleceu em
01-03-1923, em
Petrópolis, Rio
de Janeiro.
Os Espíritos
superiores são
claros quando
nos lembram que
o homem não
retrograda. Sua
caminhada
evolutiva não
permite que
retorne à
condição
inferior em
relação à que se
encontrava, isso
em nível moral.
A água não
retorna à
nascente após
percorrer seu
curso normal.
Para que isso
aconteça,
torna-se
necessário todo
um processo de
preparação: vem
o Sol que a
evapora, seguem
a condensação, a
precipitação em
formas diversas
e o
enriquecimento
dos lençóis
freáticos. A
vida também é
assim. Após a
morte do corpo
físico, o
Espírito não
retorna ao mesmo
corpo, que jaz
sem vida. Um
novo processo o
aguarda para que
possa retornar à
vida física,
retomando outro
corpo.
No caso
presente, é o
próprio Ruy
Barbosa
relatando uma
sua existência
anterior no
Brasil,
prestando seus
relevantes e
inestimáveis
serviços à
Nação, como
vamos ver.
Chico Xavier
(1910-2002),
abordando esse
delicado assunto
da reencarnação,
deixou
consignado o que
recebeu de seu
mentor Emmanuel,
eminente
Espírito que o
acompanhou por
quase 75 anos de
seu mandato
mediúnico, esta
bela mensagem de
Ruy Barbosa, com
o título de
Oração ao Brasil
(1),
onde esse
valoroso
brasileiro,
considerado como
um dos maiores
escritores da
língua
portuguesa e a
glória luminosa
do Brasil, fala
de seu passado,
com sentimento
jubiloso e
reconhecida
gratidão.
Vamos a alguns
trechos
esclarecedores:
"Brasil!...
Adotaste-me por
filho
afortunado,
quando te bati à
porta
acolhedora,
fugindo ao céu
borrascoso e
sombrio do Velho
Mundo. (...) e
orei,
agradecendo à
Providência
Divina o acesso
aos teus
celeiros de pão
e de luz,
(...)”.
Aqui, referência
à sua
reencarnação
anterior, no
Brasil. Mais
adiante, diz,
ainda: “E,
enquanto te
acompanhava os
vagidos do berço
da emancipação
que conquistaste
sem sangue, por
ti fui
aquinhoado com a
graça do
desfavor e do
exílio, para
voltar, depois,
à cabeceira do
infante que te
guiaria os
destinos,
durante meio
século de
probidade e
sacrifício”.
Agora, relata
aspectos da
condição do
Brasil
recém-emancipado
do jugo
português pela
Independência
proclamada por
D. Pedro I e
também à
delicada
condição do
exílio a que foi
submetido nesse
perturbado
período político
e do desvelo
dedicado ao
então infante D.
Pedro II, como
tutor nomeado
pelo Imperador,
que retornara a
Portugal.
Ruy Barbosa,
nessa menção que
faz sobre sua
vida anterior à
época da
independência do
Brasil, deixa
certo que também
dela participou,
mas com outra
roupagem física.
Pela
configuração da
história, o
tutor de D.
Pedro II foi
José Bonifácio
de Andrada e
Silva, nascido
na cidade
litorânea
paulista de
Santos, aos 13
de junho de
1763, sendo,
portanto, o
mesmo Espírito
que encarnou,
pouco tempo
depois, na
figura de Ruy
Barbosa.
Para que pudesse
estudar, a
família mudou-se
para São Paulo
em 1777. Pelo
ano de 1783,
José Bonifácio
foi à Europa,
iniciou seus
estudos
jurídicos na
Universidade de
Coimbra-Portugal,
acrescendo
outras
especializações
como Curso de
Filosofia
Natural, de
Química, de
Mineralogia, e
assumindo cargos
públicos daquele
país. Permaneceu
no Velho
Continente até
1819, quando
regressou ao
Brasil, aos 56
anos.
Sua participação
na Independência
foi muito forte.
Como ministro do
Reino e dos
Negócios
Estrangeiros, de
janeiro de 1822
a julho de 1823,
colocou-se em
apoio à regência
de D. Pedro de
Alcântara.
Proclamada a
Independência,
organizou a ação
militar contra
os focos de
resistência à
separação de
Portugal e
comandou uma
política
centralizadora.
Durante os
debates da
Assembleia
Constituinte,
deu-se o
rompimento dele
e de seus
irmãos.
Em 16 de julho
de 1823, D.
Pedro I demitiu
o ministério e
José Bonifácio
passou à
oposição. Após o
fechamento da
Constituinte, em
11 de novembro
de 1823, José
Bonifácio foi
banido e se
exilou na França
por seis anos.
De volta ao
Brasil, e
reconciliado com
o imperador,
assumiu a
tutoria de seu
filho, quando D.
Pedro I abdicou,
em 1831.
Permaneceu como
tutor do futuro
imperador até
1833, quando foi
demitido pelo
governo da
Regência.
Conhecido como
“Patriarca da
Independência”,
faleceu na
cidade de
Niterói-RJ em 6
de janeiro de
1838.
Cabe aqui uma
observação no
sentido do tempo
em que um
Espírito pode ou
deve ficar
ausente da
condição de
encarnado.
Em O Livro
dos Espíritos,
essa questão é
tratada em
alguns tópicos,
mas vamos às
questões nº 224,
que diz não
haver tempo
pré-determinado
entre uma
encarnação e
outra, podendo
durar de algumas
horas a alguns
milhares de
séculos e, nº
332, que
ressalta a
liberdade do
Espírito em
aproximar ou
retardar o
momento de sua
encarnação.