ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil) |
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 3)
Continuamos o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans
l'Invisible.
Questões preliminares
A. Que diz Léon Denis a
respeito da alma humana?
A alma humana não é,
como sempre afirmaram os
materialistas, uma
resultante do organismo,
com o qual se extingue.
É uma causa que
preexiste e sobrevive ao
corpo. A experiência dia
a dia nos demonstra que
a alma é dotada de uma
forma fluídica, de um
organismo íntimo
imponderável, que possui
sentidos próprios,
distintos dos sentidos
corporais, e entra em
ação, insuladamente,
quando ela exerce seus
poderes superiores.
Graças a ele, pode a
alma no curso da vida, e
durante o sono,
desprender-se do
invólucro físico,
penetrar a matéria,
transpor o espaço,
perceber as realidades
do mundo invisível.
(No Invisível, O
Espiritismo
experimental: I - A
Ciência Espírita.)
B. A ação à distância de
uma alma sobre outra
constitui um fato
perfeitamente
estabelecido?
Sim. Essa ação – diz
Léon Denis – se acha
estabelecida pelos
fenômenos telepáticos e
magnéticos, pela
transmissão do
pensamento e pela
exteriorização dos
sentidos e das
faculdades. As vibrações
do pensamento podem-se
propagar no espaço como
a luz e o som e
impressionar um outro
organismo fluídico em
afinidade com o do
manifestante. As ondas
psíquicas se propagam ao
longe e vão despertar no
invólucro do sensitivo
impressões de vária
natureza, conforme o seu
estado dinâmico: visões,
vozes ou movimentos.
(Obra citada, O
Espiritismo
experimental: I - A
Ciência Espírita.)
C. É verdade que Charles
Richet, o pai da
Metapsíquica, recomendou
aos sábios de sua época
que estudassem o
Espiritismo?
Sim. Sua recomendação
foi feita em um longo
artigo intitulado
“Deve-se estudar o
Espiritismo”, publicado
nos “Annales des
Sciences Psychiques” de
janeiro de 1905. Segundo
Richet, “nenhuma
contradição existe entre
a ciência clássica e o
mais extraordinário
fenômeno de Espiritismo.
A própria materialização
– diz ele – é um
fenômeno estranho,
desconhecido, inusitado,
mas é um fenômeno que
nada contradiz. E nós
sabemos, pelo testemunho
da História, que a
Ciência atual se compõe
de fatos que outrora
pareceram estranhos,
desconhecidos,
inusitados... Tão
invulnerável é a Ciência
quando estabelece fatos,
quão deploravelmente
sujeita a errar quando
pretende estabelecer
negações”. No final do
artigo, Richet afirma:
“1º - Não há contradição
alguma entre os fatos e
teorias do Espiritismo e
os fatos positivos
estabelecidos pela
Ciência. 2º - O número
dos escritos, memórias,
livros, narrações,
notas, experiências, é
tão considerável e
firmado por autoridades
tais, que não é licito
rejeitar esses inúmeros
documentos sem um estudo
aprofundado. 3º - A
nossa ciência
contemporânea se acha
tão pouco adiantada
ainda relativamente ao
que serão um dia os
conhecimentos humanos,
que tudo é possível,
mesmo o que mais
extraordinário se nos
afigura... Em lugar,
portanto, de parecer
ignorarem o Espiritismo,
os sábios o devem
estudar. Físicos,
químicos, fisiologistas,
filósofos, cumpre que se
deem ao trabalho de
tomar conhecimento dos
fatos espíritas. Um
longo e árduo estudo é
necessário. Será
indubitavelmente
frutuoso.”
(Obra citada, O
Espiritismo
experimental: I - A
Ciência Espírita.)
Texto para leitura
65. O Espiritismo
experimental: I - A
Ciência Espírita - À
medida que vai o homem
lentamente avançando na
senda do conhecimento, o
horizonte se dilata e
novas perspectivas se
vão ante ele
desdobrando. Sua ciência
é restrita; a Natureza,
porém, não tem limites.
A Ciência não é mais que
o conjunto das
concepções de um século,
que a Ciência do século
seguinte ultrapassa e
submerge. Tudo nela é
provisório e incompleto.
66. Mau grado às
sistemáticas negações e
à obstinação de certos
sábios, todos os dias
são suas opiniões
desmentidas nalgum
ponto. É o que sucede
aos representantes das
escolas materialistas e
positivistas. O estudo e
a observação dos
fenômenos psíquicos vêm
desmoronar suas teorias
sobre a natureza e o
destino dos seres.
67. Não é a alma humana,
como o afirmavam eles,
uma resultante do
organismo, com o qual se
extingue; é uma causa
que preexiste e
sobrevive ao corpo. A
experiência dia a dia
nos demonstra que a alma
é dotada de uma forma
fluídica, de um
organismo íntimo
imponderável, que possui
sentidos próprios,
distintos dos sentidos
corporais, e entra em
ação, insuladamente,
quando ela exerce seus
poderes superiores.
68. Graças a ele, pode a
alma no curso da vida, e
durante o sono,
desprender-se do
invólucro físico,
penetrar a matéria,
transpor o espaço,
perceber as realidades
do mundo invisível.
Dessa forma fluídica
brotam irradiações,
eflúvios, que se podem
exteriorizar em camadas
concêntricas ao corpo
humano e mesmo, em
certos casos,
condensar-se em graus
diversos e
materializar-se a ponto
de impressionar placas
fotográficas e aparelhos
registradores.
69. A ação, à distância,
de uma alma sobre outra
se acha estabelecida
pelos fenômenos
telepáticos e
magnéticos, pela
transmissão do
pensamento e
exteriorização dos
sentidos e das
faculdades. As vibrações
do pensamento podem-se
propagar no espaço como
a luz e o som e
impressionar um outro
organismo fluídico em
afinidade com o do
manifestante. As ondas
psíquicas se propagam ao
longe e vão despertar no
invólucro do sensitivo
impressões de vária
natureza, conforme o seu
estado dinâmico: visões,
vozes ou movimentos.
70. Às vezes a própria
alma, durante o sono,
abandona seu envoltório
material e, sob sua
forma fluídica, torna-se
visível à distância.
Certas aparições têm
sido ao mesmo tempo
vistas por diversas
pessoas; outras,
exercido ação sobre a
matéria, aberto portas,
mudado objetos de lugar,
deixado vestígios de sua
passagem. Algumas têm
impressionado animais.
As aparições de
moribundos têm sido
comprovadas milhares de
vezes. As resenhas da
Sociedade de
Investigações Psíquicas,
de Londres, os “Annales
des Sciences Psychiques”,
de Paris, inserem grande
número delas.
71. Camille Flammarion,
em seu excelente livro
“O Desconhecido e os
Problemas Psíquicos”,
refere uma centena
desses casos, em que há
coincidência de morte,
nos quais não se podem
admitir meras
alucinações, mas fatos
gerais, com relação de
causa e efeito. Esses
fenômenos têm sido
observados tantas vezes,
apoia-se em tão
numerosos e respeitáveis
testemunhos, que sábios
de excessiva prudência,
como o Senhor Richet, da
Academia de Medicina de
Paris, chegaram a dizer:
“Existe uma tal
quantidade de fatos,
impossíveis de explicar
de outro modo a não ser
pela telepatia, que é
forçoso admitir-se uma
ação à distância... O
fato aparece provado,
absolutamente provado”.
72. Nesses fenômenos já
se encontra uma
demonstração positiva da
independência da alma.
Se, com efeito, a
inteligência fosse uma
propriedade da matéria e
devesse extinguir-se por
ocasião da morte, não se
poderia explicar como,
no momento em que o
corpo está mais abatido
e o organismo cessa de
funcionar, é que essa
inteligência não raro se
manifesta com
intensidade mais viva,
com extraordinária
recrudescência de
atividade.
73. Os casos de lucidez,
de clarividência, de
previsão do futuro são
frequentes nos
moribundos. Nesses
casos, o fato de
desprender-se do corpo
faculta ao espírito um
novo campo de percepção.
A alma patenteia, no
momento da morte,
faculdades, qualidades
superiores às que
possuía no estado
normal. Força é
reconhecer nisso uma
prova de que a nossa
personalidade psíquica
não é resultante do
organismo, a ele
intimamente vinculado,
mas que possui vida
própria, diferente da do
corpo, sendo antes este
para ela uma prisão
temporária e um estorvo.
74. Mais evidente ainda
se torna esta
demonstração quando,
depois da morte, pode o
Espírito desencarnado
encontrar no invólucro
físico dos médiuns os
elementos necessários
para se materializar e
impressionar os
sentidos. Pode-se então
verificar, empregando
balanças munidas de
aparelhos registradores,
que o corpo do médium
perde uma parte do seu
peso, encontrando-se
essa diferença na
aparição materializada.
75. A cada ano que
passa, os fatos se
multiplicam, os
testemunhos se acumulam,
a existência do mundo
dos Espíritos se afirma
com autoridade e
prestígio crescentes. De
meio século para cá o
estudo da alma passou do
domínio da Metafísica e
da concepção puramente
abstrata ao da
experiência e da
observação. A vida se
revela sob duplo
aspecto: físico e
suprafísico. O homem
participa de dois modos
de existência. Por seu
corpo físico pertence ao
mundo visível; por seu
corpo fluídico ao mundo
invisível. Esses dois
corpos coexistem nele
durante a vida. A morte
é a sua separação.
76. Por sobre a nossa
Humanidade material
palpita uma Humanidade
invisível, composta dos
seres que viveram na
Terra e se despojaram de
suas vestes de carne.
Acima dos vivos,
encarnados em corpo
mortal, os supervivos
prosseguem, no Espaço, a
existência livre do
Espírito. Essas duas
Humanidades mutuamente
se renovam mediante a
morte e o nascimento.
Elas se penetram, se
influenciam
reciprocamente e podem
entrar em relação por
intermédio de certos
indivíduos, dotados de
faculdades especiais,
denominados médiuns.
77. De toda alma,
encarnada ou
desencarnada, emana e
irradia uma força
produtora de fenômenos,
que se denomina força
psíquica. A existência
dessa força acha-se
estabelecida por
inúmeras experiências.
Podem-se observar os
seus efeitos nas
suspensões de mesas,
deslocamentos de objetos
sem contacto, nos casos
de levitação etc.
78. A ação dos
invisíveis se manifesta
nos fenômenos de escrita
direta, nos casos de
incorporação, nas
materializações e
aparições momentâneas e
nas fotografias e
moldagens.Aparições
materializadas têm sido
fotografadas em presença
de numerosas
testemunhas, como, por
exemplo, o Espírito
Katie King, em casa de
W. Crookes, os Espíritos
Iolanda e Lélia, na da
Senhora d'Espérance, e o
Abdullah, fixado na
placa sensível por
Aksakof.
79. Impressões e moldes
de mãos, pés, faces,
deixados em substâncias
moles ou friáveis por
formas materializadas,
foram obtidos por
Zoellner, astrônomo
alemão, pelos Drs. Wolf,
Friese, etc. Os moldes,
constituídos de uma só
peça, reproduziam as
flexões dos membros, as
particularidades da
estrutura e as
alterações acidentais da
pele.
80. Semelhante ação
ainda se manifesta nos
fenômenos de
incorporação, como os
que foram assinalados
pelo Doutor Hodgson, em
seu estudo sobre a
faculdade da Senhora
Piper.
81. O autor, adversário
confesso da mediunidade
em todas as suas
aplicações, havia
começado a pesquisa com
o fim de desmascarar o
que considerava
impostura. Declara ele
ter prosseguido as
observações durante doze
anos, em grande número
de sessões, no curso das
quais 120 personalidades
invisíveis se
manifestaram, entre
outras a de George
Pellew, seu amigo de
infância, como ele
membro da “Psychical
Research Society”,
falecido havia muitos
anos. Essas
personalidades lhe
revelaram fatos
ignorados de toda pessoa
viva na Terra. Por isso
diz ele: “A demonstração
da sobrevivência me foi
feita de modo a excluir
mesmo a possibilidade de
uma dúvida”.
82. Os professores Ch.
W. Elliot, presidente da
Universidade de Harvard;
W. James, professor de
psicologia na mesma
Universidade; Newbold,
professor de psicologia
da Universidade de
Pensilvânia, e outros
sábios tomaram parte
nessas experiências e
referendaram tais
declarações.
83. Em uma obra mais
recente, o professor
Hyslop, da Universidade
de Colúmbia, Nova
Iorque, se externa no
mesmo sentido a respeito
da Senhora Piper, que
ele observou em grande
número de sessões,
realizadas com as
maiores reservas. O
professor era
apresentado sob o nome
de Smith e punha uma
máscara preta, que ao
seu mais íntimo amigo
não permitiria
reconhecê-lo, e sempre
se absteve de pronunciar
uma única palavra, de
sorte que nem a Senhora
Piper, nem pessoa
alguma, poderia
descobrir o menor
indício de sua
identidade.
84. Foi nessas condições
que o professor pôde
entreter com seus
falecidos pais, pelo
órgão da Senhora Piper
em transe sonambúlico,
variadas palestras,
abundantes de pormenores
exatos, de
particularidades, por
ele mesmo esquecidas, de
sua vida íntima. Donde
conclui ele: “Quando se
considera o fenômeno da
Senhora Piper, é preciso
eliminar tanto a
transmissão de
pensamento, como a ação
telepática. Examinando
com imparcialidade o
problema, não se lhe
pode dar outra solução a
não ser a intervenção
dos mortos”.
85. No correr do ano de
1900, surgiram no seio
de assembleias
científicas os mais
imponentes testemunhos
em favor do Espiritismo.
Uma parte considerável
lhe foi concedida nos
programas e trabalhos do
Congresso de Psicologia
de Paris, pelos
representantes da
ciência oficial. No dia
22 de agosto, reunidas
todas as seções, foi
consagrada uma sessão
plenária ao exame dos
fenômenos psíquicos. Um
dos presidentes
honorários do Congresso,
Myers, professor da
Universidade de
Cambridge, justamente
célebre, não somente
como experimentador, mas
ainda como moralista e
filósofo, procedeu à
leitura de um trabalho
sobre o “transe, ou
mediunidade de
incorporações”.
86. Depois de haver
enumerado “uma série de
experiências atestadas
por mais de vinte
testemunhas competentes,
as quais asseguraram que
os fatos revelados pela
Sra. Thompson
sonambulizada lhes eram
absolutamente
desconhecidos e
evidenciavam o caráter e
traziam a lembrança de
certas pessoas mortas,
das quais os ditados
obtidos afirmavam
provir”, assim conclui
ele: “Afirmo que essa
substituição de
personalidade, ou
incorporação de
espírito, ou possessão,
assinala verdadeiramente
um progresso na evolução
da nossa raça. Afirmo
que existe um espírito
no homem, e que é
salutar e desejável que
esse espírito, como se
infere de tais fatos,
seja capaz de se
desprender parcial e
temporariamente de seu
organismo, o que lhe
facultaria uma liberdade
e visão mais extensas,
ao mesmo tempo em que
permitiria ao espírito
de um desencarnado fazer
uso desse organismo,
deixado momentaneamente
vago, para entrar em
comunicação com os
outros espíritos ainda
encarnados na Terra.
Julgo poder assegurar
que muitos conhecimentos
já se têm adquirido
nesse domínio e que
muitos outros restam
ainda a adquirir para o
futuro”.
87. Na quinta seção
desse Congresso foram
consagradas três sessões
aos mesmos estudos. Os
Drs. Paul Gibier,
diretor do Instituto
Anti-Rábico de Nova
Iorque; Darteux, diretor
dos “Annales des
Sciences Psychiques”;
Encausse, Joire, Pascal
etc. remeteram ou
apresentaram
pessoalmente trabalhos
muito documentados, que
estabelecem a realidade
dos fenômenos psíquicos
e a comunicação possível
com os mortos.
88. Um instituto
internacional para o
estudo dos fenômenos
psíquicos, entre outros
os da mediunidade, foi
organizado ao terminar o
Congresso de Psicologia.
Entre os membros da
comissão diretora
encontramos, no que toca
à França, os nomes dos
Srs. Richet, professor
da Faculdade de Medicina
e diretor da “Revue
Scientifique”; o Coronel
De Rochas, C.
Flammarion, o Dr.
Duclaux, diretor do
Instituto Pasteur;
Sully-Prudhomme,
Fouillée, Bergson,
Séailles, etc.; no
estrangeiro, tudo o que
de mais ilustre possui a
Europa entre os
representantes da
ciência psíquica: W.
Crookes, Lodge, Aksakof,
Lombroso, Dr. Ochorowicz
etc.
89. Outras importantes
testificações em favor
do Espiritismo foram
prestadas nesse ano de
1900. O Dr. Bayol,
antigo governador do
Dahomey, transmitiu ao
Congresso Espírita e
Espiritualista, reunido
em Paris no mês de
setembro, a narrativa de
uma série completa de
experiências de
materializações, desde a
aparição de uma forma
luminosa até o molde, em
parafina, de um rosto de
Espírito, que diz ele
ser o de Acella, jovem
romana falecida em
Arles, no tempo dos
Antoninos. Os Doutores
Bonnet, Chazarain,
Dusart, da Faculdade de
Paris, exibiram
testemunhos da mesma
natureza e provas de
identidade de Espíritos.
90. O professor Charles
Richet, da Academia de
Medicina de Paris, num
longo artigo sob o
título “Deve-se estudar
o Espiritismo”,
publicado nos “Annales
des Sciences Psychiques”
de janeiro de 1905,
reconhece que “nenhuma
contradição existe entre
a ciência clássica e o
mais extraordinário
fenômeno de Espiritismo.
A própria materialização
– diz ele – é um
fenômeno estranho,
desconhecido, inusitado,
mas é um fenômeno que
nada contradiz. E nós
sabemos, pelo testemunho
da História, que a
Ciência atual se compõe
de fatos que outrora
pareceram estranhos,
desconhecidos,
inusitados... Tão
invulnerável é a Ciência
quando estabelece fatos,
quão deploravelmente
sujeita a errar quando
pretende estabelecer
negações”.
91. E o Sr. Charles
Richet assim termina:
“1º - Não há contradição
alguma entre os fatos e
teorias do Espiritismo e
os fatos positivos
estabelecidos pela
Ciência. 2º - O número
dos escritos, memórias,
livros, narrações,
notas, experiências, é
tão considerável e
firmado por autoridades
tais, que não é licito
rejeitar esses inúmeros
documentos sem um estudo
aprofundado. 3º - A
nossa ciência
contemporânea se acha
tão pouco adiantada
ainda relativamente ao
que serão um dia os
conhecimentos humanos,
que tudo é possível,
mesmo o que mais
extraordinário se nos
afigura... Em lugar,
portanto, de parecer
ignorarem o Espiritismo,
os sábios o devem
estudar. Físicos,
químicos, fisiologistas,
filósofos, cumpre que se
deem ao trabalho de
tomar conhecimento dos
fatos espíritas. Um
longo e árduo estudo é
necessário. Será
indubitavelmente
frutuoso.”
92. Pouco depois do
artigo do Sr. Charles
Richet, uma obra
importante aparecia, que
teve grande repercussão
em todo o mundo: “Human
Personality”, de F.
Myers, professor de
Cambridge. É um estudo
profundo e metódico dos
fenômenos espíritas,
firmado numa opulenta
documentação e rematado
por uma síntese
filosófica em que são
magistralmente expostas
as vastas consequências
da ciência psíquica.
93. As conclusões de
Frederic Myers são
formais: “A observação e
a experimentação – diz
ele – induziram muitos
investigadores, a cujo
número pertenço (of whom
I am one), a crer na
comunicação, assim
direta como telepática,
não só entre os
Espíritos dos vivos, mas
entre os Espíritos dos
que permanecem neste
mundo e os que o
abandonaram”.
94. O professor Flournoy,
da Universidade de
Genebra, em seu livro
“Espíritos e Médiuns”,
página 266, aprecia
nestes termos a obra de
F. Myers: “Ninguém pode
prever atualmente que
sorte reservará o futuro
à doutrina espírita de
Myers. Se as vindouras
descobertas confirmarem
a sua tese da
intervenção,
empiricamente
verificável, dos
desencarnados, na trama
física ou psicológica do
nosso mundo fenomenal,
seu nome então será
inscrito no livro áureo
dos grandes iniciadores
e, ao lado dos de
Copérnico e Darwin,
completará a tríade dos
gênios que mais
profundamente
revolucionaram o
pensamento científico na
ordem cosmológica,
biológica e
psicológica”.
95. De 1905 a 1908 o
Instituto Geral
Psicológico de Paris
tomou a iniciativa de um
grande número de sessões
experimentais, com o
concurso da médium
Eusápia Paladino e sob a
inspeção dos Srs. Curie,
Richet, D'Arsonval,
Dubierne, etc. O
relatório do secretário
do Instituto, Sr.
Courtier, posto que
cheio de reticências e
reservas, consigna,
entretanto, que
fenômenos de levitação e
deslocação de objetos,
sem contacto, se
produziram no curso das
sessões. Foram tomadas
todas as precauções
contra as possibilidades
de erro ou fraude.
Instrumentos especiais
foram fabricados e
utilizados no registro
mecânico dos fenômenos.
Uma incessante
fiscalização foi
exercida e o emprego de
aparelhos fotográficos
permitiu afastar
qualquer hipótese de
alucinação coletiva.(Continua.)