Em serenidade
Joanna
de Ângelis
A serenidade é
pedra angular
das edificações
morais e
espirituais da
criatura humana,
sem a qual muito
difíceis se
tornam as
realizações.
Resulta de uma
conduta correta
e uma
consciência
equânime, que
proporcionam a
visão real dos
acontecimentos
bem como
facultam a
identificação
dos objetivos da
vida, que
merecem os
valiosos
investimentos da
existência
corporal.
Na atormentada
busca do prazer,
desperdiça-se o
tesouro da
cultura, que se
converte em
serva das
paixões
inferiores,
perturbadoras,
de consequências
negativas.
Quanto mais se
frui do gozo,
mais necessidade
surge de
experimentá-lo,
renovando
sensações que se
disfarçam de
emoções.
A
serenidade é o
estado de
anuência entre o
dever e o
direito, que se
harmonizam a
benefício do
indivíduo.
Quando se
adquire a
consciência
asserenada,
enfrenta-se toda
e qualquer
situação com
equilíbrio,
nunca se
permitindo
desestruturar.
As ocorrências,
as pessoas e os
fenômenos
existenciais são
considerados nos
seus verdadeiros
níveis de
importância, não
se tornando
motivo de
aflição, por
piores se
apresentem.
A
pessoa serena é
feliz, porque
superou os
apegos e os
desapegos, a
ilusão e os
desejos,
mantendo-se em
harmonia em
qualquer
situação.
Equilibrada, não
se faz vítima de
extremos,
elegendo o
caminho do meio
com decisão
firme,
inquebrantável.
A
serenidade não é
quietação
exterior,
indiferença, mas
plenitude da
ação, destituída
de ansiedade ou
de receio, de
pressa ou de
insegurança.
Jesus, no fragor
de todas as
batalhas, na
eloquente
epopeia das
bem-aventuranças
ou sendo
crucificado,
manteve a
serenidade,
embora de
maneiras
diferentes,
impertérrito e
seguro de si
mesmo, com
irrestrita
confiança em
Deus.
Buda, meditando
em Varanasi,
onde apresentou
as suas Quatro
Nobres Verdades
ou açodado por
terríveis
perseguições que
lhe moveram os
brâmanes, seus
inimigos
apaixonados,
permaneceu em
serenidade,
totalmente
entregue à paz.
Jan Huss,
pregando a
desnecessidade
de
intermediários
entre Deus e os
homens, ou
ardendo nas
chamas
implacáveis da
fogueira a que
foi condenado,
manteve-se fiel,
sereno, sabendo
que ninguém o
poderia
aniquilar.
Os mártires
conheceram a
serenidade que o
ideal lhes deu,
em todas as
áreas nas quais
pugnaram, e, por
isso mesmo, não
foram atingidos
pela impiedade,
nem pela
perseguição dos
maus.
A
serenidade
provém,
igualmente, da
certeza, da
confiança no que
se sabe e se faz
e se é. Âncora
de segurança,
finca-se no solo
e sustenta a
barca da
existência,
dando-lhe tempo
para preparar-se
e seguir
adiante.
*
Age sempre
conforme a
consciência
lúcida, a fim de
não caíres em
conflito,
perdendo a
serenidade.
Estuda-te e
ama-te, elegendo
o melhor, o
duradouro para
os teus dias, e
nunca recuarás.
No entanto, se
errares, se te
comprometeres,
se te
arrependeres,
antes que te
perturbe a
culpa,
recompõe-te,
refaze o
equívoco,
recupera-te e
reconquista a
serenidade. Sem
ela,
experimentarás
sofrimentos que
poderias evitar,
e te impedem o
avanço.
Serenidade é
vida.
-
A realidade
divina
desperta-me
para que me
conheça,
assim
descobrindo-me
e
identificando-me.
-
A minha
busca já não
se veste de
ilusão, mas,
sim, de
certeza do
próximo
encontro com
a realidade.
-
Sou o que
sou,
caminhando
para um ser
ideal.
-
Aceito-me e
aprimoro-me,
a ninguém
nada
exigindo, a
todos amando
e, a mim,
deixando-me
dominar pela
realidade.
Do cap. 16 do
livro
Momentos de
Saúde, de
Joanna de
Ângelis, obra
psicografada
pelo médium
Divaldo Pereira
Franco.