Na última hora
Luiz Pistarini
O anjo da morte entrara,
belo e puro...
E, ostentando nas mãos
um facho aceso,
Disse-me ao coração
triste e surpreso:
— Pobre amigo! é a ti
mesmo que eu procuro!...
A memória rompera
estranho muro.
A sós comigo, exânime e
indefeso,
Regressei ao passado e
vi-me preso
Às ansiedades do caminho
escuro.
Amores e ambições...
penas e abrolhos...
E o pranto que jorrava
de meus olhos
Banhou-me a fria máscara
de cera.
Mas na sombra abismal do
último dia,
Não chorava a existência
que fugia;
Em vão, chorava o tempo
que perdera...
Soneto transmitido por
via psicofônica
constante do livro
Instruções Psicofônicas,
recebido por Francisco
Cândido Xavier, de
autoria de Espíritos
diversos.
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