De toda parte
Casimiro Cunha
Lisonja é moeda falsa
Cunhada pela ilusão
Que a nossa própria
vaidade
Coloca em circulação.
Virtude eleita e sublime
Que em solidão se
consome
É diamante belo e frio
Que não nos sacia a
fome.
A fama é tuba comprida
De curto discernimento
Que toca mais a fortuna
Que ao justo
merecimento.
Evita a bajulação
Que te aparece na
estrada.
A língua do adulador
É qual lâmina de espada.
O sábio corrige em si,
Na luta em que se
rodeia,
Aquilo que o desagrada
No campo da vida alheia.
Ajuda com diligência,
Sem condições e sem
ágio.
O auxílio tardo é
socorro
Que vem depois do
naufrágio.
A coragem da justiça
Tem gritos de
tempestade,
Mas perdão e paciência
São as forças da
humanidade.
Uma palavra que emende,
Uma palavra que corte...
Uma pode dar a vida,
Outra pode dar a morte.
Dinheiro, poder,
conforto,
Nadando em vida
insegura,
São tormentos da riqueza
Sobre o trono da
fartura.
Se desejas luz e paz
Na aflição que te
aniquila,
Procura contigo mesmo
A consciência tranquila.
Do livro Gotas de Luz,
de Casimiro Cunha, obra
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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