Essa migalha
Auta de Souza
No reino de teu lar em
paz celeste,
Repara quantas sobras de
fartura!...
O pão dormido que
ninguém procura,
O trapo humilde que não
mais se veste...
Do que gastaste, tudo
quanto reste,
Arrebata o melhor à
varredura
E socorre a aflição e a
desventura
Que respiram gemendo em
noite agreste!...
Teu gesto amigo florirá
perfume,
Bênção, consolo,
providência e lume
Na multidão que segue ao
desalinho...
E quando o mundo te não
mais conforte,
Essa leve migalha, além
da morte,
Fulgirá como estrela em
teu caminho.
Do livro Auta de
Souza, psicografado
pelo médium Francisco
Cândido Xavier.
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